Camboriú, cidade localizada no litoral norte de Santa Catarina, anunciou recentemente sua integração ao Caminho Peregrino do Sul, uma das maiores iniciativas voltadas ao turismo religioso no Brasil. Com 1.924 quilômetros de extensão, a rota passará por 62 municípios nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, conectando alguns dos principais santuários do país, como o Santuário de Santa Paulina (SC), o Santuário Nacional de Aparecida (SP) e o Memorial Padre Léo (SC).
A adesão de Camboriú ao projeto, como ente apoiador, representa uma aposta estratégica no segmento de turismo de fé e espiritualidade, que movimenta anualmente mais de 20 milhões de viajantes no Brasil, segundo dados do Ministério do Turismo. Só o Santuário Nacional de Aparecida, por exemplo, recebe cerca de 12 milhões de visitantes por ano.
Inspirado na iniciativa federal Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas), o Caminho Peregrino do Sul será autoguiado e sinalizado, promovendo o turismo de base comunitária (TBC), a preservação ambiental e a valorização do patrimônio religioso e cultural. A proposta integra espiritualidade e mobilidade ativa, incluindo trechos para caminhada, ciclismo e experiências rurais.
Além de promover a fé, o projeto pretende gerar impactos positivos em diversas frentes da economia local, incluindo hospedagem, alimentação, transporte e comércio de produtos artesanais. Camboriú, que já se beneficia da proximidade com destinos turísticos consolidados como Balneário Camboriú, agora vê no turismo religioso uma oportunidade de diversificação e interiorização da atividade turística.
A cidade também está próxima de ramais religiosos importantes, como o Caminho do Louvor e o Caminho Amabilíssimo, este último passando pela Comunidade Bethânia, referência nacional em acolhimento espiritual e recuperação humana.
O lançamento oficial do Caminho Peregrino do Sul está previsto para 12 de outubro de 2025, Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O cronograma do projeto envolve quatro etapas: planejamento (encerrado em junho), expedição de confirmação da rota (julho a agosto), homologação (agosto a setembro) e início das operações ainda neste ano.
Durante a fase atual, uma equipe especializada está percorrendo os trechos do caminho, promovendo encontros com comunidades locais, mapeando atrativos e validando os pontos de acolhimento.
Segundo o prefeito Leonel Pavan, o investimento vai além dos retornos financeiros:
“O turismo religioso é mais do que uma alternativa de renda. Ele toca a alma das pessoas. Quando um peregrino passa por Camboriú, ele não leva só lembranças: ele carrega paz, acolhimento e fé. Esse tipo de turismo traz retorno real, não apenas financeiro, mas humano, espiritual e cultural.”
A iniciativa também prevê oficinas comunitárias, capacitação de guias, criação de acolhidas rurais e a elaboração de um calendário de eventos de mobilidade ativa, incluindo caminhadas temáticas e cicloturismo.
Com essa estratégia, Camboriú se posiciona como um novo polo no mapa do turismo religioso brasileiro, unindo tradição, espiritualidade e desenvolvimento sustentável.
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