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A VOLTA DOS EMERGENTES

De volta de Nova York, onde se esbarra em brasileiros a cada esquina. Um finge não reconhecer o outro, como se fosse mico ser reconhecido como brasileiro fazendo compras na cidade. Sim, porque é isso o que fazem. Vão a restaurantes e fazem compras. Fazem compras e vão a restaurantes.

Há mais de 12 anos eu não ia no outlet Woodbury Common, que fica no norte de Nova York, a uma hora de Manhattan. Lá fui eu em um ônibus com mais 16 brasileiros. Eu como gosto de ouvir a conversa alheia, aumentei a abrangência de meu radar e colhi algumas pérolas.

A maioria era casais. Havia apenas um grupo de amigas do Nordeste. O restante, casais. Um deles aproveitouo a oportunidade (leia-se dólar favorável, preços chamativos) e foi conhecer a “Disneylândia” (que na verdade era Walt Disney World, em Orlando) e Nova York. A mulher queria fazer compras e se desse ir assistir ao Rei Leão. “Vou levar a filmadora que compramos e filmar tudo”, disparou. Um outro casal rebateu e disse que não era permitido filmar os musicais. Espanto total da muler. “Nem tirar foto?”. No final, recomendaram que ela chegasse duas horas antes no teatro u perigava perder a hora, pois as filas eram grandes. E rolou uma troca de dicas de restaurantes.

A outra, voltando ao ônibus, levou a mão à testa, como se uma tragédia tivesse acontecido: “deixei mais de US$ 600 na loja da Calvin Klein”. “Por isso que eu não entrei lá, graças a Deus. Já fiz um estrago na Ralph Lauren e na Coach”, disse a amiga. Essa marca Coach, de bolsas e sapatos, acho eu, tinha fila na porta da loja. Enquanto nossos conterrâneos seguem para CK, Tommy Hilfiger, Gap, Banana Republic… os japoneses se estapeiam na Chanel, Gucci, Prada, Armani… E nem perguntam o preço.

Ônibus quase saindo e uma das esposas faz o marido ir na loja da Donna Karan comprar duas sombrinhas para ela. O marido, um fofo, foi.

A outra diz que adorou fazer compras em New Jersey. Mas estávamos em Nova York, apesar de atravessarmos NJ no caminho. Disse que a taxa em Manhattan, sobre as compras, era de 27%. O guia, assustado, disse que não, que era 8% mesmo e que 27% deve ser o imposto de renda do marido no Brasil. Mas que estava tudo muito barato, sem dúvida.

Todos com aquelas tênis altíssimo e colorido nos pés. Cheios de sacolas (eu, inclusive) e combinando as compras do dia seguinte. Outro endereço preferido dos novos emergentes, que me lembraram uma viagem que fiz, no século passado, quando acompanhei a operação da finada Soletur na cidade, é a loja Century 21, em Downtown Manhattan. Um grande outlet travestido de loja de departamento. Daquelas que têm de garimpar bem.

No fnal, um marido preocupado com a alfândega no Brasil, perguntou com quantos relógios ele podia passar. Fiquei até assustado. Quantos relógios esse homem comrpou enquanto a mulher depenava a loja da Tommy Hilfiger?

A maioria iria embora no dia seguinte, mas as nordestinas ainda iam pra Miami. Excesso de bagagem? Os preços absurdamente baratos das compras compensam qualquer mala extra a US$ 100.

Só falta agora a volta dos fretamentos para Nova York. Será que a CVC banca, a exemplo do que fazia a Soletur?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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