Roberto Pompeu de Toledo, em sua coluna na Veja, sugere que Dilma Rousseff se livre do “mico da Copa” e abra mão do evento, como fez a Colômbia, substituída pelo México na Copa de 1986.
Ele dá vários argumentos, alfineta Lula, tem razão em várias coisas… Especialmente em relação à infraestrutura precária dos aeroportos e das cidades.
Mas não podemos perder essa oportunidade para o turismo, para o desenvolvimento de alguns destinos, para que o Brasil dê um salto qualitativo e quantitativo no recebimento de turistas.
A Copa só para brasileiros já encheria estádios. Mas não é apenas a Copa que queremos. Queremos nos mostrar, direito, ao mundo. E vamos ter que fazer uma Copa irretocável. Não em relação aos jogos, disso cuida a Fifa, mas do aeroporto aos serviços nas cidades. Do pré aos pós tours. Dos eventos paralelos à captação de mais encontros depois da Copa.
Não dá para o turismo abrir mão da Copa, popr mais que o Ministério do Turismo tenha sido posto de lado no processo e sequer participa de reunião sobre infraestrutura. Não dá para perdermos essa oportunidade e transformá-la em negócios, desenvolvimento, empregos… Mas não em gastos exagerados e corrupção, obviamente.
Casos como o da F-Indy, em São Paulo (a cidade alaga e o evento é adiado…, trânsito caótico etc) se contrapõem a eventos que não dão problemas (Réveillon no Rio, carnaval País afora). Tumultos como o show do U2 em São Paulo, onde não há regras e as autoridades zombam dos cidadãos ao não organizarem a bagunça, se contrapõem à expectativa de um Rock in Rio histórico, à sinergia de vários setores com o lançamento do desenho “Rio”, à imagem positiva do País lá fora. Estamos um destino caro, mas somos oud esejados ou ignorados. A Copa pode mudar isso.
Abrir mão da Copa não. Ser mais competentes e enxergar essa oportunidade com seriedade, aí sim.
PS Concordo também que há um exagero de cidades-sede, com construção de estádios que de nada servirão pós-Copa. Diminuir para nove seria, no mínimo, sensato.
Artur, esse tema estimula a reflexão.
Vou me ater apenas ao fato do MTur ter sido deixado de lado; é o reflexo mais simples é evidente de uma visão compartimentada que tenta atribuir responsabilidades (ou culpas) para determinadas áreas. Não se enxerga o projeto Copa no Brasil como um projeto integrado, que deve ter o comprometimento de todos os setores, mesmo aqueles que ainda acham que não tem “nada a ver com isso”.
Eu concordo com você que não devemos abrir mão da Copa, mas justo agora que deveríamos nos inspirar em modelos como o da ExpoLisboa, sobre legado de evento e investimentos, ou da Alemanha sobre distribuição geografica dos eventos, resolvemos que é melhor usar o expertise interno.
Ai, ai.
Artur,
Exatamente por ser um evento de grande porte, que deveria ser feito de ações integradas (e não vemos isso até agora) que não podemos separar os efeitos pretensamente benéficos que a Copa trará para o Turismo! E se muitas coisas derem errado, como tudo leva a crer? Que lucro terá o turismo com a imagem de um país mambembe, desorganizado, caro, sem infra-estrutura e com mão de obra rudimentar? Não seria pior a emenda que o soneto? Não estamos correndo o risco de atrapalhar a imagem positiva que vimos construindo para o país há quase uma década? Pra quê arriscar? Vamos passar muito dos 5 milhões de turistas estrangeiros com essa Copa? Ainda que passemos, eles voltarão? Ou seja, será uma geração de tráfego sustentável? Ou será um tiro no pé? Não quero ser advogado do diabo ou jogar água fria no enturiasmo de muitos, mas acho que os comentários contidos no artigo de Roberto Pompeu de Toledo merecem, no mínimo, uma grande e desapaixonada reflexão.
Caro Artur,
O jornalista Roberto Pompeu de Toledo e a sua coluna na VEJA, foram vozes de milhoes de brasileiros nestes ultimos tempos. Podemos ate nao concordar, por razoes partidarias, mas suas informacoes e criticas tem o lastro da verdade. Alem de nao ter se dobrado, como todo o grupo ABRIL, as pressoes do Governo.
Com tudo isso que tem sido falado e debatido ai no Brasil, em funcao dos excessos nas obras de estadios e os minguados investimentos nos aeroportos, que sabemos no que ira redundar — e com a contrapartida governamental —, fica a duvida do que sera melhor (ou pior) para o Brasil: fazer ou nao fazer a Copa do Mundo.
O desejo como torcedor e como brasileiro, pesa a favor; a certeza do apagao moral e suas consequencias ao contribuinte e ao Pais, pesam contra. E cansativo, sim, ficar batendo na mesma tecla — mas a ‘arma’ e justamente essa: a mentira repetida se torna verdade. Bate-se, entao, na tecla: pobre Brasil… pobres brasileiros.
Bencaos do Senhor e meu abraco,
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK, + 44 79 7973.3380
Repetindo o que digitei no posto do Sidney….
Imaginem como sera na COPA nas OLIMPIADAS e cia. ltda.
Os problemas começam nos aeroportos ridículos que temos, passando pelo trânsito caótico, esbarra na total dificuldade de se conseguir uma vaga em hoteis em SP e Rio, esbarra na total falta de segurança aqui da terrinha…
Me perdoem os que insistem com estes eventos aqui, mas poxa…. Se preocupam em fazer grandes estadios?????????
E o resto?
Aguardem a vergonha do seculo, infelizmente!
FELIZ ANIVERSARIOOOOOOOOO VÉÉÉÉIOOOOO
Artur
Eu acho que esta copa vai ser bem brasileira. Ou seja, de última hora.
O brasileiro sempre deixa tudo para o último dia do prazo e no final sempre dá conta de fazer. Acho que a Copa não vai ser diferente. Vai ser um lindo espetáculo, tudo “redondinho”, mas até lá, viveremos com o “coração na boca” achando que não vão dar conta.
Artur, parabéns pelo blog e feliz aniversário.
Valeu Richad
Abrs
Artur
Conrado,
Com todo respeito permita-me discordar de sua análise. Ninguém duvida que vai dar certo, pois brasileiro gosta de deixar tudo para a última hora e no fim acaba dando conta do recado! Mas pergunto: vai dar certo pra quem, cara pálida? Achar que só porque teremos meia dúzia de belos estádios, um punhado de turistas a mais, e uma seleção com chances de ganhar o troféu, não deveria ser argumento para acharmos que “tudo vai dar certo”! A que custo isso se dará? Quanta roubalheira vamos permitir nas obras de última hora? Quanto o “jeitinho brasileiro” vai custar aos cofres públicos (nossos bolsos) desta vez? Francamente, isto não é hora de ufanismos, não é momento para exercer o orgulho tupiniquim, pois os problemas são reais e merecem ser discutidos com seriedade. Se não houver pressão social, se não recuperarmos nossa capacidade de indignação com a bandalheira que assola o país, então pouco teremos a deixar aos nossos filhos, pois nem o exemplo de cidadãos conscientes poderemos oferecer. Nesse caso, concordo com você, no fim vai dar tudo certo. Mas sabe para quem? PROS MESMOS!!!
Prezado Rui
Agradeço a contestação. Primeiro que não é uma análise, longe disto, somente um comentário.
Eu acho que não teremos grandes impactos no turismo com copa, é sim um investimento muito alto para um evento curto, mas me desculpe, fico entediado com os mesmos argumentos de roubalheira, futuro para os filhos, saques nos cofres públicos seja no investimento para Copa, na construção de hidrelétricas, na saúde ou na carga tributária e não ver ação nenhuma.
Pressão social tem que ser feita, sem dúvida, mas não construir com a desculpa de que vão roubar, não é o caminho. Aí sim é comodismo.
Pelo menos todos os setores econômicos do país terão que dividir a conta onde a indústria do turismo será um pouco beneficiada, o que é sempre raro. Ou achas que outros setores iriam apoiar investimentos em aeroportos apenas para dar conforto aos nossos clientes por exemplo?
Abraço.
Conrado,
Acho que é preciso cobrar do governo a infra-estrutura necessária para que o Brasil se desenvolva, independentemente da Copa ou até do Turismo. É a falta dessa cobrança que me deixa entediado! Meu receio é que a Copa sirva de desculpa para que meia dúzia de privilegiados encham os bolsos com dinheiro surrupiado. Não gostaria de apoiar esse tipo de “investimento” e muito menos que o nosso setor servisse de desculpa para isso. Quanto ao tédio com os argumentos de roubalheira, corrupção, futuro para os filhos, sorte sua se não precisa se preocupar e esse tipo de argumento “te causa tédio” (talvez por isso mesmo as coisas não mudem nunca). Eu só posso lamentar muito meu caro. Mas o que deveria entediar a todos nós é a rotina de sermos roubados às claras sem que esbocemos, sequer, um protesto articulado. Botar a boca no trombone, como se diz popularmente, talvez seja a única coisa que o governo ainda não conseguiu taxar, por isso, deveríamos aproveitar. Precisamos deixar de lado o “jeitinho brasileiro” e parar de achar que está tudo bem, que vivemos num país abençoado e que, por isso mesmo, nada há a fazer e estamos livres para curtir a Copa. Dane-se a Copa, prefiro lutar para melhorar o Brasil. E não me referi apenas à construção de estádios, mas, principalmente, aos investimentos do governo necessários para que o país progrida: mobilidade urbana, segurança, saúde, educação, transporte público. É por isso que devemos lutar e não pela realizção de um torneio de futebol, por melhor que ele seja. Por outro lado, se não conseguirmos aproveitar a Copa para reforçar os setores que mencionei acima, então de nada ela valerá para o Brasil. Do jeito que vai a coisa, duvido que esses problemas sejam minimizados com a Copa, quanto mais solucionados! Acho que é isso.
Abraço com todo respeito.
Se a fortuna que será gasta apenas em estádios nessa Copa fosse para :
– Melhor divulgação permanente do Brasil como destino turístico, com uma campanha realmente competente lá fora.
– Melhoria de transporte nas principais regiões turísticas.
– Capacitação dos profissionais ligados ao turismo receptivo ( desde táxis até os funcionários de hotéis , passando por restaurantes , enfim tudo ligado ao turista).
– Melhorias e expansão da hotelaria nacional.
– Expansão da capacidade aeroportuária.
Seria retorno certo do investimento, por décadas.
Afim de contas , pra que os Brasileiros precisam da Copa aqui ? Afinal a grande massa que ama futebol não terá dinheiro para pagar os alto precos de ingressos. Assistirão a Copa pela TV.
abracos a todos
Wagner
Wagner, vejo na Copa e na Olimpíada uma chance de o Brasil despontar no turismo mundial. Depois dessas chances, se não virar, vamos nos contentar com nossos cinco milhões de visitantes, se tanto. Quanto aos investimentos que você cita, claro, precisamos… É só ter menos desvios, vamos dizer assim, de recursos públicos…