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ÁGUA A US$ 2 NA PLUNA

Quer beber água a bordo dos voos da Pluna? US$ 2 a garrafinha. Se for para tomar um remédio, há uma garrafa grande e um copo será dado de graça pela comissária. Que gentil. No mais, ela deverá, segundo os diretores da Pluna, em coletiva de imprensa, ontem, em Montevidéu, usar o bom senso. O menu, aliás, é extenso… Mas cobrar por água… Não é exagerado?

Viviânne, querida companheira blogueira, na hora de definir a política de viagens, uma empresa deve fazer como? Assistente não tem direito a água (finge que vai tomar remédio…). Gerente uma garrafa. Vice-presidente duas. Presidente tem direito a uma esbórnia a bordo: três garrafas de água e um sanduba frio…

Dizem que lá fora é assim também.

Mas já que regra é regra, e se ocorrer como aconteceu com a Fabíola, no voo da Aeromexico para a Cidade do México, em que a luz e o sistema de entretenimento não funcionaram? Há direito a reembolso?

Por isso, a Anac está certíssima em criar regras para atrasos e cancelamentos. Direitos e deveres. Paguei, humildemente, por um copo de água. Se o voo atrasar, a água tem de ser de graça. Paguei, a contragosto, para usar internet a bordo. Se o voo atrasou, tenho de me comunicar de graça com familiares e o trabalho.

Se é toma lá dá cá, que seja para os dois lados.

Ir ao banheiro, por enquanto, é de graça. Mas daqui a pouco vão querer medir a quantidade de papel higiênico, sabonete, água na pia…

Nenhum exagero é bom. Quando há muita cobrança de um lado, haverá também do outro. Nos Estados Unidos, o tema já está nas esferas federais. Se o mercado não se autorregula, cabe ao governo interferir. E isso nem sempre é a melhor solução.

Em tempo: em época em que a classe média baixa está descobrindo as viagens, essas cobranças podem assustar. Valter Patriani sempre lembrou do caso do passageiro que fica economizando nos resorts e cruzeiros, e chega orgulhoso no all inclusive e pede um drinque para ele e outro para sua mulher. Já com água a US$ 2, vão pedir canudinho…

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur,

    Auto regulamentação é coisa de mercado maduro, consciente e participativo – como o das agências de publicidade e dos jornais por exemplo. Acredite, eu acredito, que um dia teremos este nível de profissionalismo e ética no trade. Por enquanto, nos resta bancar o chato e continuar a angariar jovens idealistas (como nós?).

    Abraços

  • Artur,
    Seria trágico se não fosse cômico. Para mim, demonstra a “pobreza” que a aviação atravessa e o desespero (não tenho outra palavra) em busca da rentabilidade. A minha grande pergunta é: supondo que um bilhete custe USD 500,00. O passageiro notaria se ele fosse USD 505,00? E olhem que estou pagando USD 5,00 pela água…
    Enfim, a cobrança do banheiro não está tão longe e o pior é que, neste caso, não haverá opção a não ser pagar (risos…)
    Abraços
    Claudemir

  • É no mínimo surreal imaginar que se criou um sistema (controles, troco, treinamento para responder aos passageiros indignados…) para cobrar por água ! Não é ?

    Saiu um relatório publicado no USA Today na semana passada sobre os milhões que as companhias estão arrecadando com as taxas adicionais, apesar de toda a insatisfação dos passageiros.

    É tanto dinheiro que vai ser difícil interromper esta tendência: bagagem e taxas de alteração de vôos são as campeãs, arrecadaram US$ 893 milhões e US$ 600 milhões respectivamente, somente no segundo trimestre deste ano. Isto representa 15,8% sobre o mesmo período do ano passado.

    Eu nem sabia que havia taxa para quem precisa de recibo e também que algumas companhias cobram para fazer reserva por telefone, embora ofereçam um toll free !!! E que vão cobrar por bagagem de mão já é certo para os analistas.

    Abraços !

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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