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Dia a dia

AÍ E CÁ

Ontem à tarde, depois de um check-in em 30 segundos no balcão da Classe Executiva da Tap, eis que levo uma hora para passar no raio-X e na Imigração no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Na fila para ser atendido pela PF, muitos casais indo passar o carnaval no Exterior. E um bando de homem com aquelas pochetes gordinhas por fora da camisa. Mas essa moda ainda existe? Ou já existiu? Tem homem que já separa a dita cuja quando a data da viagem se aproxima, isso quando ainda não andam com um porta-treco no pescoço e uma bolsinha com elástico debaixo da cueca. E na hora de tirar o dinheiro? Haja criatividade. E cafonice.

Parêntese. Antes da Imigração, fui comprar euros no Santander do desembarque 1 e não consegui. Um cidadão de pochete vistosa, chegou antes de mim com a mulher. E deu três caixas de remédio para comprar seus euros. Dentro, notas e notas de real. O caixa avisou: o limite era de R$ 10 mil. Vem cá, não dava pra trocar isso tudo antes? Tem serviço que entrega em casa. Eu ia comprar míseros 300 euros, com cartão de débito e o casal querendo comprar toda a grana da viagem ali, antes do desembarque. O caixa olhou para os remédios e pediu que o senhor tirasse o dinheiro das embalagens, claro. A mulher ria de nervoso, e levantava para o marido sentar e o marido empurrava seu ombro para que ela sentasse… Na terceira empurrada, não aguentei e fui no Safra mesmo. Jogo rápido e sem o Mr. Pochete empurrando a Amélia (ou seria Ofélia) para que sentasse, quando ele é que ia trocar o dinheiro.

Voltando às pochetes da Imigração, quando chegou a minha vez a atendente estava ao telefone (celular). “Eu entreguei a Deus. Está nas mãos dele. A gente só recebe o salário depois de trabalhar um mês. Com Deus também é assim…”, e me entregou o passaporte. E eu curioso para saber do que ela estava falando. Quase devolvi o passaporte alegando estar ilegal no Brasil hahahaha. Essa curiosidade. Ainda olhei para trás, mas só ouvi ela gritando “próximo, com o telefone ainda no ouvido.

Chegando em Lisboa (voo rápido, para quem voou 30 horas até a China…mole…dormi que nem um “anjo”, mas acordei para comer. A comida da Tap é muito boa), surpresa: novo terminal, com fingers. Ainda não tinha visto. Duro é andar meia hora até o terminal antigo, onde está a Imigração. Uma hora e quinze minutos para passar pela Imigração. Simmmm, não é só no Brasil não. Na antiga casa matriz também. No começo só havia dois atendentes e um deles cuidava de quem tinha conexões.

Ou seja, sofreu quem tinha Lisboa como destino final. O funcionário da Tap, muito simpático e bem humorado, ia tirando todos da fila. Roma, Milão, Madeira, Paris… Quando disse Paris, só uma pessoa. “Ninguém mais para Paris!!! Não pode ser”. Com Amsterdã, mais uma surpresa. Só um passageiro. “Não é possível”, disse ele. “Aaaaaah….”, exclamou de repente. “É que os cariocas ainda não chegaram… Eles adoram Amsterdã. Ah lá, lá vêm eles…”.

Na hora da Imigração: “onde o senhor vai ficar?”. “Dom Pedro”, respondi. “Por que os brasileiros gostam tanto do Dom Pedro…? são muitos os que ficam lá”, disse o oficial, bem humorado.

Quinze euros depois, cheguei ao Dom Pedro. Tudo certo, vista maravilhosa. Só espero não sonhar com homens de pochete me perseguindo… Ou com caixas de remédio repletas de substâncias de Amsterdã…

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur, ótimo post! já sei sua próxima viagem será uma volta ao mundo? rs, quase chegando lá! com toda essa tecnologia a disposicão vocie não precisa ficar sentado na redação…

    Abraços e boa viagem! (não esqueça das fotos!)

    obs. sabe de uma curiosidade minha? queria uma foto de uma padaria em Portugal, queria saber se elas são iguais as do Brasil…será?

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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