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AINDA OS EVENTOS, PARTE 323, DURA MISSÃO

Amanhã tem Workshop Visual, em São Paulo, e são esperados mais de quatro mil agentes de viagens. O Workshop da CVC, no começo do ano, atraiu mais de dez mil agentes. O da Trend, em setembro, leva mais de sete mil (agentes) ao Bourbon Atibaia. O evento da Agaxtur, que este ano mudou de lugar, recebeu mais de dois mil profissionais. O Workshow MGM ficou com mais de três mil (em Curitiba).

Por que esses eventos atraem mais visitantes que as feiras oficiais do setor? Porque atraem quem já compra com essas empresas? São números superestimados? Porque são eventos mais focados? O público é menos qualificado? Porque há transporte gratuito e facilidades para o visitante?

Mas como pode um evento de uma operadora apenas atrair mais que uma feira com 80 operadoras? É a força de vendas individual de cada uma? Qualidade do visitante? Poder de convocação? Excesso de eventos? Eventos mal desenhados?

Que está tudo muito igual, não há dúvida. Por isso é louvável a Abav querer fazer tantas mudanças em seu evento anual, começando este ano no Rio de Janeiro, que terá novas áreas, menos estandes institucionais e mais interatividade em espaços diferenciados. Com certeza atrairá um público mais interessado, que de lá sairá qualificado. Tomara que saibamos exatamente quantos agentes foram em cada dia do evento, em cada nova experiência. Coisa que no passado deixou a desejar.

Falta, mais uma vez ressalvo, um calendário mais eficiente, pesquisas pós-eventos e números reais. O engraçado é que os eventos (feiras) crescem 10% por ano, mas o espaço físico é o mesmo, os corredores ficam mais largos e os expositores registram menos visitas em seus estandes (o que não quer dizer piores, pois com cinco visitas pode-se fazer mais negócios que com 100, dispostas a pegar fitinhas do Bonfim, acarajé e garrafinha com areia colorida).

Se o Fórum PANROTAS crescesse 10% ao ano desde sua primeira edição, este ano teria passado de 2,5 mil participantes, o que não cabe no auditório da Fecomercio. OK, os dois dias servem para distribuir participantes, mas mesmo assim seria impossível essa conta.

O tempo das feiras imbatíveis já acabou. Só não percebe quem ainda está enebriado e com a boca presa (grudada) na teta da vaca, esperando as últimas gotas. Os eventos dos operadores (há ainda os casos de encontros com menos participantes, mas com a tal plateia qualificada, como os da Nascimento e da Ancoradouro) são uma prova. As mudanças na Abav são outra. E alguns fiascos regionais e nacionais idem. O povo não é bobo… Aliás, o povo não é povo, e sim profissionais com metas a bater, tempo precioso e em busca de conhecimento e produtos. E relacionamento, claro. Algo que no turismo é essencial.

Unificar eventos é uma saída. Mas não a única. Criatividade, novos modelos, focos diferentes… São muitos os caminhos.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur,

    Acho que esses eventos estão com os números inflados, como quase tudo que se faz no Brasil.

    Talvez algumas organizadoras divulguem o número de inscritos, não o de comparecimento, e sabemos que o índice de no*show é bem alto no trade.

    Por outro lado, é atrativo manter os números altos, para trazer mais expositores. Nesses eventos de empresa única o diferencial é a grande quantidade de prestadores finais (hotéis, locadoras, etc).

    Também acredito que o público seja menos qualificado, e que haja um espírito mais festivo ao evento, muitas vezes movido por artistas globais ou cantores de alcance popular.

    Enfim, será que não está na hora de auferir os números de forma verdadeira?
    Olha que o Datafolha anda derrubando algumas lendas urbanas por aí.

    Um abraço,

    Flávio

    • Flavio,

      Concordo com vc. e vou além …chegou a hora de dar um basta a seção ¨Caras¨do turismo.
      Na realidade nao sei o que tanto riem, ou do que riem…. a crise esta ai..e só nao falam por que nao querem.
      Deem uma voltinha pelas agencias e verão a tragedia que esta instaurada.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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