1) O Brasil é grande e diverso e a luta dos últimos anos tem sido criar portões de entrada internacionais alternativos a São Paulo e Rio. Hoje de 60% a 70% dos voos internacionais descem em… Guarulhos (SP). O Rio vem em segundo lugar e empresas como a Copa, Tap e American Airlines, entre outras, garantem a distribuição por outras cidades.
Por outro lado, o Rio de Janeiro é o principal destino ou a principal imagem do País lá fora. Assim, a Embratur anunciou que voltará a ter escritório na cidade. Até para aproveitar melhor a onda olímpica. Fato é que a notícia não caiu bem entre os demais destinos do País.
A Embratur poderia ter sido mais… política… e anunciado estratégias para outros importantes destinos brasileiros no receptivo internacional.
2) Sobre as discussões do papel das entidades, do fortalecimento dos agentes de viagens, das garantias que fornecedores e compradores querem ter faltou alguém fazer uma lista das reivindicações e sugestões e falar claramente: isso pode, isso não pode, isso é delírio, isso seria ótimo, isso vamos fazer, isso nem pensar, isso sim, isso não. Mas não… Em meio ao exagero e à falta de educação de uns, há a inércia e a cegueira de outros. Camuflados entre eles, a camada “gente que faz”, destacada no post de Sidney Alonso. Mas acho que a “gente que faz” precisa dizer o que pensa sim e olhar uma vez por semana para o coletivo (uma por ano, talvez?). Ou será que a nova ordem do turismo é: farinha pouca meu pirão primeiro? Ou seria do País? No caso, a farinha é muita, mas para antes nos caixas 2, desvios de dinheiro, patrocínios de campanhas…
3) O debate sobre a comissão das agências de viagens ainda me surpreende. Há frases que ouço há 20 anos. Acho que não está em questão se o bom agente merece ou não. Ninguém trabalha de graça. E volto a dizer que ela (a comissão) não acabou. Se transformou em incentivo e isso quer dizer que está atrelada a metas, parcerias, fidelização, e não apenas ao ato de tirar um pedido. Está mais difícil. Enfim, acho justo, os líderes têm de fazer o que as bases pedem, pressionar nunca é demais, mostrar que há força do lado dos menores… isso os agentes sabem melhor que eu.
Mas fiquei chocado com uma frase de uma agente de viagens, que disse vender a companhia tal porque paga comissão melhor… Só por isso? Será que ela se expressou mal? E o interesse, necessidade, desejo do cliente? Espero que meu médico não esteja me receitando remédio do laboratório que está lhe dando uma comissão extra… Será que é por isso que essa minha tosse não passa?
4) Será que as empresas aéreas, nesse momento em que precisam de DINHEIRO, não estariam sensíveis a aceitar cobrar a DU em seus sites? Uma taxa que já existe no call center, ou seja, não estaria sendo inventada. Não seria uma remuneração a mais para nenhum canal… e sim receita extra em boa hora. A famosa taxa de entrega dos sites de compra de produtos, ou as taxas de serviço das OTAs, taxa de comodidade ao comprar ingresso no cinema. A internet está cheia de taxas…
5) Custa apenas 2 euros (para a companhia aérea) cada passagem vendida no site da Lufthansa.com. Segundo dados do CCO da empresa, que esteve ontem no Brasil. E nos GDSs, em média, também segundo ele, 18 euros. É outro tema que vai e volta esse dos GDSs. Primeiro era a inovação e salvação, depois jurássico, voltaram como salvação e parceiros, depois de novo são questionados, inventam nova ferramenta e outra vez sobem ao pódio… Não deve ser fácil dirigir um GDS mas o cenário, desde sempre, força a inovação. O que é bom para todos. Desta vez, segundo a Lufthansa, quem está querendo inovação “na marra” são as empresas aéreas. Estamos acompanhando…
6) Começou o segundo semestre (tecnicamente há 31 dias, na prática, segunda-feira). Entre os que vendem lenços ou tomam limonada, tem gente é apelando para a dança do ventre, malabarismo, assoviar e chupar cana, se vira nos 30!. Mas nada de sentar à espera de um milagre.
7) Ah sim… o Uber. Todo mundo usando. Ainda não experimentei aqui no Brasil. A 99Táxi está funcionando muito bem. Não dá é para a máfia dos táxis fazer algazarra e partir para violência. Mais uma vez o Estado se omite… e vai fazer as coisas erradas.
Caro Artur Andrade,
Me espanta muito ver agentes de viagens querendo que o tempo volte, acho muito mais fácil as cias aéreas cobrarem taxas pelas vendas no site do que voltar a pagar comissão, Se esse agente de viagens que você se refere se expressou mal, eu não sei, agora eu conheço alguns agentes de viagens que compram com determinados fornecedores, só porque um amigo trabalha lá, daí você tira uma ideia do nível de profissionalismo. Depois vão reclamar que a profissão está acabando.
Um Abraço.
Brilhante post, claro, direto e com estilo incomparável de dizer, sem reservas, o que precisa ser dito. Quanto ao comentário do Roberto Andrade, estou confiante: o Congresso ABAV de Turismo 2015 é o palco ideal para expor conhecimento, talento, força e união; para juntos os agentes prosperarem, vencendo maiores desafios e abraçando as melhores oportunidades com criatividade, crédito, capacitação para inovar no atendimento, com o respaldo de uma rede de distribuição consolidada, sem medo de cultivar o bem-viajar. Operando segura e com especialização a oferta de roteiros e rotas sob medida; adequados ao perfil do segmento ou do nicho atendido por profissionais credenciados em destinos, produtos e estilos de vida ou necessidades e expectativas. Alguns mais criativos, mas todos exclusivos, inovadores. Bem organizados globalmente. Um mundo de destinos!