Acabo de chegar de Foz do Iguaçu, um destino que sempre me surpreende e me encanta. Foi um bate e volta, para conhecer o Iguassu Resort, hotel que a GJP está transformando em uma joia rara. Ainda não visitei o Orient Express (ex-Tropical), para ver como ficou, nem o Loi, no lado argentino, que dizem ser um espetáculo também. O destino é bem variado, com atrações para todas os tipos de turistas, de crianças a idosos, do que quer relax ao aventureiro, dos que amam a gastronomia aos consumistas.
Mas eis que para se chegar a Foz ainda é complicado. Poucos voos diretos, poucas opções, aeroporto minúsculo e sem estrutura (e o de Curitiba, onde fiz a conexão, mesmo grande tem salas de embarque ridículas), um atraso de vida. Saí do hotel às 12h e cheguei em São Paulo às 18h30. O que seria encurtado com um voo direto, com mais estrutura…
O empresariado — hotéis, atrações, restaurantes, receptivo — faz a sua parte. A Secretaria de Foz do Iguaçu, a Itaipu Binacional, o CVB de Foz… Enfim, todos estão deixando a cidade cada vez melhor.
Mas por que faltam voos? É o terceiro destino mais desejado pelos estrangeiros no Brasil (depois de Rio e a Amazônia). As empresas aéreas veem potencial no turismo de lazer para Foz? Ou o destino não é divulgado o suficientemente no Exterior? Prestes a ser eleito uma das Maravilhas Naturais do Mundo, Foz merecia um aeroporto decente e uma malha aérea de destino de primeira linha.
Como vemos, quem manda no turismo nacional são as viagens de negócios. No lazer, usa-se o que sobra. Turista de lazer pode fazer conexão, sentar no chão, comer mal nos terminais… Turismo ainda não é prioridade para muitos nesse País.
Tantos por quês, e tão poucas respostas… Nenhuma vontade política, nenhuma visão daqueles que avistam o gordo percentual do “quinhão” que poderá ser desviado para as contas em paraísos, estes, bem afastados de Terra Brasilis…
Eu conheci dois acanhados aeroportos do interior do Chile. No norte em Antofagasta e no Sul em Puerto Montt.
Lembrei do aeroporto de Foz e a vontade foi chutar a urna eletrônica.
O que abunda na natureza não se compara ao que se desperdiça na corrupção.
O que fazer Artur? O que?
Artur, bom dia.
Mais uma vez, parabéns pelo post.
Isto me lembra um post que você fez questionando quem que mandava no turismo nacional, se eram as viagens corporativas ou as viagens a lazer, e o que estamos vendo é exatamente isto, as sobras ficam para as viagens de lazer e o filé para o corporativo.Quando eu era funcionário da Varig – qdo a Varig era Varig mesmo – tinhamos no minino 3 voos diretos para Foz por dia, isso somente de uma companhia, sem contar as conexões.Hoje você não tem uma companhia com mais de 2 voos para este destino…triste..Naquela época o aeroporto já era um ovo, e com tanta propaganda do Governo promovendo o pais como destino para o exterior, como fazer quando chegar a época de Copa e Olimpiadas??
Run to the Hills !!!!
Abs!!!
Artur,
desta vez não concordo inteiramente com você. Que culpa têm as viagens corporativas ou o turismo de negócios e eventos pela ineficiência do Estado brasileiro? Foz deveria ter um aeroporto mais moderno? Concordo. Muitas outras cidades brasileiras também precisam desse equipamento. Foz precisa de mais voos diretos? Precisa sim, como precisamos nós aqui em Aracaju (sem querer comparar, claro) e muitos outros destinos que sofrem com a falta de voos e aeronaves. Entretanto, com exceção do Rio de Janeiro que é um ícone no turismo de lazer, será que alguém já pesquisou para ver quem sustenta a cadeia produtiva do turismo nos destinos brasileiros? São os turistas de lazer? Duvido. Sugiro que a Embratur faça uma ampla pesquisa nacional para medir o mercado de eventos brasileiro, não apenas com os visitantes estrangeiros, mas o mercado NACIONAL de eventos. Provavelmente veremos que 60% (ou mais) da ocupação hoteleira se deve ao turismo de eventos e negócios. Se as cidades têm voos que atendem o turismo corporativo, esses voos também servem para o turista de lazer, ninguém os impede de embarcar. Se o destino não tem demanda, aí não adianta inventar, as aéreas colocam aviões onde há passageiros. No entanto, e gostaria de saber a opinião de minha colega Cristiane Santos do CVB de Foz, sobre o volume de turistas de eventos em Foz, para poder compará-lo com o de lazer, pois só assim teremos a verdadeira dimensão do problema. Não duvido que haja espaço (passageiros de lazer) para mais voos e, por alguma razão que desconheço, as aéreas não introduzem mais e melhores frequências em Foz, que é um caso atípico. Porém, não é o que se vê no resto do país, onde não vejo razão para privilegiar o turista de lazer em detrimento do de eventos. Este é quem sustenta a cadeia produtiva do setor, e os números disponíveis não mentem. Aqui em Sergipe gastamos 20 reais para captar um turista de lazer, que deixa no estado 110 reais por dia. Ao mesmo tempo gastamos 5 reais (é isso mesmo, cinco reais) para captar cada turista de eventos, que deixa no estado 400 reais/dia. Pergunto: a quem devemos dar prioridade? Quem tem que ficar com os “restos” (se é que existem restos nesse negócio)? Obras nos aeroportos são necessárias e urgentes, e não só por causa da Copa, mas para que nossa indústria possa desenvolver-se adequadamente e nossos passageiros (de lazer ou negócios) sejam atendidos com mais conforto e rapidez. Mas atribuir graus de importância a este ou aquele segmento do turismo parece-me um caminho inútil e injusto. Todos são importantes e cada destino tem que saber quem mais lhe interessa atrair, embora, como disse acima, o turismo de eventos e negócios seja muito mais lucrativo para as cidades. Isso é fato. É ele que sustenta a cadeia produtiva do turismo na baixa temporada e mantém os hoteis com níveis de ocupação média sustentáveis. Com a palavra o governo que deve essa pesquisa (II Dimensionamento Econômico do Setor de Eventos no Brasil) desde 2002, quando foi publicada a primeira e única, numa iniciativa da Federação Brasileira de CVbx e do Sebrae Nacional. Está mais que na hora de repetir esse levantamento para que não fiquemos nos acusando mutuamente baseados apenas em percepções. Até lá, que as aereas estudem melhorar o acesso a Foz (que bem merece) e que o trade local continue lutando para eleger esse belo destino como uma das maravilhas do mundo. Eu apóio, pois fazer eventos em Foz é uma delícia.
Um abraço
Prezado Sr Artur Luiz Andade.
Com muita satisfação escrevemos para lhe agradecer as belas palavras dirigidas pelo senhor à nossa cidade.Defato,a cidade se preocupa em oferecer uma variedade de atrações em gastronomias lazer,cultura visando atender à todos públilcos.
Ao senhor,o nosso muito obrigado.
Att.
Raúl Cantero Espínola.
Natural Travel.