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Aviesp demonstra fragilidades dos eventos

A decisão corajosa, para alguns, e apressada, para outros, da Aviesp, que cancelou sua feira este ano, é a constatação do que há muito se fala: há muitos eventos no Turismo e poucos se manterão em pé com dignidade. Vale lembrar que a Aviesp já teve não um, mas dois eventos por ano, duas feiras que eram das mais disputadas por expositores e participantes (muitos deles eram barrados por não serem do Interior de São Paulo). Some-se a isso uma Feira da Avirrp que decepcionou na última edição (será que agora ganha fôlego com a desistência da Aviesp) e temos um questionamento dos mais sérios: o que está ocorrendo com o Interior de São Paulo?

 

A proximidade com a capital paulista e a tecnologia que aproxima compradores de fornecedores no Brasil e no mundo acabaram por pulverizar a força do interior? Operadoras já fecharam filiais na região, outras não aguentaram e quebraram. O Visit USA não terá sua edição em Campinas este ano e Viracopos perdeu muitos voos internacionais.

 

Por outro lado, o grupo Royal Palm anuncia sua maior expansão, em Campinas, abre novos hotéis no interior e sinaliza que a região permanece forte. A Azul cresce ligando esse interior a outros interiores do Brasil e diversos consolidadores reiteram os investimentos em Ribeirão Preto e Campinas pelo menos.

 

Teria a Aviesp se equivocado? Não soube vender bem seu evento, que estava em uma curva ascendente de qualidade, especialmente se comparada à Avirrp?

 

O fato de a Ancoradouro realizar seu encontro anual, em Atibaia, nos mesmos dias da Aviesp com certeza tem um peso enorme no insucesso da feira de Campinas. São 450 agentes de viagens, convidados, com tudo pago e encontros cara a cara com dezenas de fornecedores, e que esperam ansiosamente pelo evento da consolidadora. A Aviesp errou ao não mudar a data de seu evento? A Ancoradouro há anos já não expunha na Aviesp… Quem quantificará o impacto real dessa guerra de eventos?

 

E além de tudo isso, há o questionamento do modelo de feiras em si. A Braztoa já uniu seus eventos à WTM Latin America e à Abav; o Salão do Turismo foi sem deixar saudades; feiras novas chegaram com alarde e saíram do mapa sem deixar saudade ou fazer barulho. A Abav Expo tenta se reerguer, mas vemos como os eventos têm sofrido para manter o interesse de participantes e patrocinadores. Não é fácil, mas a criatividade e a vontade de mudar (para não dizer necessidade) têm criado boas alternativas. A própria Abav 2016 viu a luz no fim do túnel; a Flytour Viagens apostou em um novo modelo e este ano fará duas feiras, uma em Campinas e outra em Santos; a WTM Latin America achou seu filão, internacional; e a Travelweek reiuna absoluta no segmento de luxo.

 

Acho que a Aviesp se precipitou ou não soube buscar alternativas, mas, com os números na mão, Fernando Santos, seu presidente, decidiu recuar e preservar o caixa da entidade. Como será o retorno? Difícil. Mas possível.

 

A quantidade de eventos no Turismo, não se iludam, cresceu. E muito. As feiras estão diminuindo, mas os eventos personalizados, com o retorno do investimento às claras e conteúdo priorizado são tendência. Quem é agente de viagens sabe como a quantidade de eventos aumentou nos últimos meses, ou dois anos. São eventos menores, com convidados e conteúdos controlados, que destoam do modelo de feira antigo… de passar no estande, comer um pão de queijo, pegar uma sacola de papelão e seguir para outro fornecedor. A CVC já fez acender a luz amarela no ano passado, suspendendo toda participação em feiras.

 

Acho que a Aviesp fez acender a luz vermelha.

 

E que venha logo essa retomada. Ou mais projetos que não se atualizarem terão de dar uma pausa (forçada) para reflexão.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Oi Arthur, eu sou um cara que botava muita grana em feiras, so que decidi em 2016 e 2017 cortar as feiras por um motivo Etico …. infelizmente recebemos eu e alguns operadores denuncias que a X empresa famosa no mercado não pagava para participar … e isso foi a gota da Aguá … eu não levo desaforo pra casa e falo mesmo …. me senti ….muito mal …. não e justo que trabalho e pago pela feira …coloco tudo mundo pra trabalhar investimento alto …e o meu vizinho simplesmente não paga …. isso pra min foi a gota da água…..só queria deixar registrado …. todas as feiras voam pagar pelo oque fizeram…. extrema falta de respeito …criaram uma concorrência desleal…. e quando eles falaram pra X empresa que vaom cobrar… ah não vamos participar… agora eles sabem o valor de quem era parceiro … podia eu fazer maior barulho…mais preferi ficar queto no meu canto focar meus negócios e não vou dar valor a quem não tem valor …. Aviesp foi a melhor feira …fiquei surpreso ….senti culpa disso ….mais e consequência …. desculpa o desabafo …mais foi anos pagando e gente do meu lado não pagando nada ….

    Mohammed Darwich

  • só pra deixar também Claro a unica associação que era bem transparente com nos …e quando questionei isso provou pra nos que nunca deu estande de graça pra X empresa foi a Aviesp ….ai alguns questionam então pq vc não participou , minha resposta não dah pra você participar uma feira sim e o resto não ….quem não e visto não e lembrando !

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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