Há os que respiram aliviados: terminou o primeiro semestre do ano da crise. Há os que, ofegantes, tomam mais um rivotril: começou o segundo semestre, e agora? E há os que, discretos e profissionais, focados e preocupados, éticos e atuantes, acolhem esse primeiro de julho como mais um dia do trabalhoso ano de 2015.
O mercado está de 10% a 15% menor este ano e as empresas estão tendo de lidar com isso. O câmbio ajuda (a receita em real empata e até cresce em relação a 2014), mas o cenário está longe de voltar ao trilho do crescimento e da confiança de empresários e consumidores. Por isso, cada passo continua sendo um passo importante.
Conversando com algumas lideranças, vejo mais uma vez que o segmento de viagens corporativas é o que tem a cabeça mais no lugar, talvez por ter tido de mudar antes que todos (lá atrás, na implantação dos fees) e por ter práticas mais sofisticadas, profissionais… usem o adjetivo que quiserem.
Já os consolidadores são o pulso do mercado e junto com os agentes questionam se essa onda de promoções será revertida em curto, médio ou longo prazo… Vai ser fácil voltar a patamares normais?
O setor de operadoras é o mais instável, tanto pelas perdas recentes do segmento, quanto pela demora em aceitar mudanças visíveis. Mas se olharmos bem, vemos boas notícias vindas de várias delas: contratações, metas batidas, planos consistentes para o segundo semestre, novas filiais, fidelizações para os agentes de viagens, campanhas, promoções construtivas… Me lembra o “boom” das OTAs no País. Enquanto durante cerca de cinco anos algumas agências apenas gritavam contra as OTAs, outras mudaram seu negócio e estão mais fortes hoje. Idem com a DU. Entre as operadoras, há os que continuam gritando ou pulando para que o mercado os veja. Mas esses não são mais levados a sério. Amanhã na posse da nova diretoria da Braztoa, com certeza veremos um posicionamento claro e que vai separar o joio do trigo.
Analisando bem os conselheiros da nova diretoria da Braztoa (Magda Nassar, José Zuquim, Ana Maria Berto, Frederico Levy e Roberto Nedelciu) vejo uma diversidade e inteligência animadora. A Braztoa teve muita sabedoria ou sorte de ter escolhido bons presidentes nos últimos mandatos: cada um deixou uma marca importante e evoluiu de acordo com os cenários que se apresentavam. O peso político vem da gestão Zuquim, a união comercial (com Turismo Week e outras ações) da gestão Marco Ferraz, o cunho técnico de Eduardo Barbosa e por aí vai.
Este ano a Abav renovará seus quadros estaduais e o nacional (com Edmar Bull, da Abracorp, até o momento como candidato único) e sempre é um momento de reflexão, planos, novos projetos e análises do que deu certo e do que pode ser melhor. Muito se fala na união das entidades e blá blá blá, mas não acredito nela. Acredito sim em parcerias e no entendimento de que todos estão no mesmo barco, avião, trem… a indústria do turismo no Brasil. Já tivemos os desbravadores, os empreendedores, os desinteressados… é hora de todos falarem a mesma língua, mesmo cada um tendo problemas e defesas específicas de cada categoria.
Mas esse nem era o assunto desse blog… será que a Dilma diria que estou tergiversando?
Então, em resumo, bem-vindos a mais um dia do difícil e desafiador ano de 2015. Que venham muitas conquistas e boas notícias. E que os dragões da maldade encontrem muitos santos guerreiros dispostos a domá-los.
Axé!!!
Like Brooo…..( Curti ) …… excelente post….
Lapidar, meu caro Artur.
foco….