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CARINHO, ATENÇÃO, TECNOLOGIA… E O QUE MAIS?

E saiu a primeira fusão desde que, há cerca de dois anos, o mercado entrou em polvorosa com boatos, aproximações, compras (como a da CVC pelo Carlyle) e namoros que não deram em nada. E curiosamente a primeira fusão vem de uma empresa tradicional e que pouco se aventurava fora do Estado de São Paulo (Rextur) com uma novata que apostou em expansão pelo Brasil e tecnologia (Advance). De um líder de classe e empresarial (Goiaci Guimarães) com um empreendedor que deu trabalho aos grandes no começo e conquistou seu espaço, segundo ele com atenção e carinho aos agentes, mas também com tecnologia, ousadia e coragem (Marcelo Sanovicz).

Quando eu cheguei a São Paulo, em 1997/1998, a Advance ainda era pequena e lembro do escândalo que foi, nos bastidores, quando ela conseguiu condição com a Varig. Claro que ninguém quer ver o bolo ser dividido cada vez mais, mas com a tecnologia, e nisso a Advance investiu desde cedo, as barreiras regionais foram caindo, os feudos sendo invadidos, os quadrados formando um emaranhado de fios e conexões.

Uma hora a bronca dos consolidadores era com um, outra hora com outro. E geralmente cabia ao Goiaci apaziguar os ânimos, pois atuar em grupo tinha suas vantagens, e tem até hoje.

O auge da união dos consoldadores (com Sanovicz já parte do grupo, duela a quien duela, como diria um ex-ministro) se deu quando criaram a RAV para aliviar o corte de comissão e a criação da DU. União que já havia se feito sentir em “boicotes” (lembro de dois, contra a Lufthansa e a Gol) e outras ações.

União que mais uma vez foi quebrada quando, no ano passado, Sanovicz e Goiaci anunciaram uma união comercial, via Reserva Fácil. Não vale a pena entrar em detalhes do que se passou (afinal, passou), mas a princípio criaram-se três (ou mais) grupos. Vieram rumores, veio a Brasil Travel, vieram mais rumores e o primeiro grupo a anunciar fusão foi o da Advance com a Rextur. Outros virão? Com certeza? Mais empresas podem se juntar às duas consolidadoras? Provavelmente. Seja por associação ou aquisição.

Juntas, Rextur e Advance formam a maior empresa de consolidação aérea do País, com quase R$ 2 bilhões em vendas no ano passado. Como grupo, ainda menores que a Flytour (consolidação e corporativo somam R$ 2,2 bilhões somente com passagens aéreas), CVC (cujo controlador parecia estar ávido por comprar uma consolidadora)… e só. Isso pode acelerar a dita união de Flytour e Esferatur (ninguém comenta o assunto oficialmente), ou não. Pode dar um ânimo a outros projetos. Ou não. Pode ser um caso isolado. Ou não… Pode não dar certo… Hummm, isso acho que não. Uma empresa com os nomes de Goiaci, Marcelo, Luciano, Cássio, André, Mauro e tantos outros, com anos e anos de solidez, com tecnologia de ponta… tem tudo para dar certo. E mais essa parceria comercial com a Trend só vem a somar.

Em “Terra de gigantes” haverá ainda espaço para atenção e carinho? Em “Terra de gigantes” as companhias aéreas mudam a forma de negociar com esses players? Em “Terra de gigantes” o que mais podemos esperar?

Por enquanto, boa sorte e parabéns… O turismo brasileiro tem mais um capítulo histórico. Estamos prontos (e ávidos) para registrar os próximos.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • A Industria do Turismo segue a tendência de outras indústrias, farmacêutica, eletrodomésticos com supermercados etc. Isso nos mostra o quanto o setor cresce e se profissionaliza, fazer um processo tão grande como este no nosso segmento não é para os fracos. O primeiro passo foi dado e quam sai na frente come pão quente…
    Parabéns a Advance e Rextur pela fusão, visão estratégica e desenvolvimento é o que o setor necessita. Lembrando que esta aliança é voltados ao agente de viagem diferente de outros que atuam como concorrentes dos agentes!

  • Eu já falo em fusão de Consolidadores a pelo menos uns 6 anos, não faz nenhum sentido brigar por um mesmo mercado onde geralmente a premissa para conquistar o agente é o repasse maior do que o concorrente. Estava certo.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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