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Construindo, eles virão…

A frase acima, em tradução livre, é repetida algumas vezes no filme O Campo dos Sonhos (Field of Dreams), com Kevin Costner, e virou um clássico da história do cinema. “If you build it, they will come”. O personagem constrói um campo de beisebol e, quando conclui a obra, jogadores lendários do passado, já mortos, aparecem para jogar. É o tal do campo dos sonhos.

No turismo será assim também? Algo como “construa o produto que eles virão”? Desenvolva o destino que o público aparecerá? Ou simplesmente: acredite! As companhias aéreas dizem que a demanda tem de vir primeiro… Quer dizer, as companhias aéreas diziam isso. Com os modelos revolucionários das low cost europeias e das empresas do Golfo, isso mudou. Destinos pagam pelos voos ou investem em cidades como verdadeiros hubs e a demanda aparece. Assim, destinos secundários na Europa ou outros continentes e rotas antes alternativas acabam virando grandes players. Todo mundo ganha. E a competição não faz mal a (quase) ninguém.

Não foi a necessidade que fez a Azul transformar Campinas em grande hub, por exemplo? E o cliente apareceu. Mas não vemos isso com destinos de lazer pelo País. Parece que não acreditamos no nosso potencial. O dinheiro não é separado para construir o turismo.

Timidamente, alguns destinos começaram a diminuir impostos para atrair voos. Ótimo. Louvável. Mas não há um boom, um volume assombroso que mude a vida de um destino. Um momento de decisão, um caminho (de crescimento) sem volta. Para isso, é preciso construir…

O tema serve também para a oferta de produtos. Se há opções, se há valor agregado, se há algo desejável… o cliente compra. Um dos grandes exemplos disso são os parques Disney. No começo, era um parque. Depois, mais parques. Em seguida, hotéis. Restaurantes. Lojas. Passeios. Mais hotéis. Cruzeiros marítimos. Sem nunca esquecer o encantamento e o “sentir-se especial”. Então, quem se hospeda no hotel Disney tem uma lista de benefícios – do transporte a horas mágicas nos parques. O café da manhã ou o almoço são mais caros, mas têm a presença de personagens. Há um tour vip, mas custa US$ 600 a hora para o grupo. Quer uma pulseira magic band mais descolada? Itens à venda a partir de US$ 9,99… E um chapéu do Mickey que acende as orelhas? US$ 40. Um cruzeiro na Disney Cruise Line? Mais caro que a média, mas tem a magia Disney, personagens, ilha privativa… Ou seja, não é só comprar o ingresso e entrar. Gasta-se muito mais comprando recordações e momentos únicos, experiências (da gastronomia aos encontros exclusivos), itens em que se reconhece valor. Se esse menu de produtos e opções não existisse tudo seria mais rotineiro. E bem menos rentável.

E você? Vai construir o quê?

Construa, pois eles aparecem.

Assista ao trailer do filme com Kevin Costner:

https://www.youtube.com/watch?v=7gbEg4vAc44

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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