Às vésperas de grandes eventos mundiais, e já tendo recebido alguns deles, com um fluxo ainda grande de investimentos estrangeiros, com a economia ainda crescendo… é triste constatar que algo saiu do prumo… ou melhor, nem tudo cresceu na mesma velocidade. Especialmente quando nos referimos a mão de obra qualificada, treinada, que sabe o que fazer, e, mais que isso, gosta do que faz. Fruto de um País sem uma educação sólida. Em que se aprende a decorar na escola, mas não a raciocinar.
Essa desqualificação poderá atrapalhar, lá na frente, nossa imagem, nosso crescimento, nossa indústria.
Preocupadas com o caixa, as empresas aéreas nacionais têm funcionários que, além de desestimulados, em sua maioria não sabem bem receber o visitante. Nem estão preocupados com isso. E tudo isso em uma indústria que tem dois grandes cases de excelência em serviço: a Varig, em seu auge, e a Tam do comandante Rolim, que esperava o passageiro no pé da escada, com tapete vermelho, mas, mais que tudo, sorriso e atenção.
OK, sem saudosismos. Tempos que não voltam e talvez não caibam mais nesse mundo de ancillaries e regras rígidas. Vale lembrar, no entanto, que em um ambiente em que as companhias cobram por tudo, sem sorrir, e são rigorosas no cumprimento de regras (um quilo de excesso é cobrado, remarcações idem…), o cliente também passa a ser mais exigente e rígido. E as autoridades sempre estarão ao lado do consumidor. Não seria mais inteligente, portanto, tratar melhor quem paga pelo serviço, treinar melhor o funcionário, desestimulado com tantas demissões e condições adversas, ser mais criativo em vez de econômico?
Mesmo assim, temos de admitir. Como o erro maior está na base do sistema educacional brasileiro, está cada vez mais difícil contratar bem, reunir uma massa de funcionários acima da média.
E passar por uma faculdade, que antigamente ainda servia para abrir a cabeça e mostrar novos horizontes aos jovens, hoje não significa muito… Vide os jovens que saem de qualquer curso sem saber uma língua estrangeira, sem raciocinar direito em português, sem noções de matemática, sem história, sem geografia… sem base.
Tenho recebido muitos currículos para as vagas de jornalistas na PANROTAS e alguns já deleto (ou apago) de cara. Aqueles que já na introdução não negam a que vieram, com erros de português, frases mal construídas ou sem informações básicas, como endereço e contatos…
As máquinas vêm aí… será que nos atenderão melhor?
Crise de mão de obra é ampla e irrestrita http://t.co/0xIpcWCZep
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@ArturLA Muito bom! RT @ArturLA: Crise de mão de obra é ampla e irrestrita http://t.co/HSTBIqAOYt
Artur, em se tratando de cias aéreas, tive recentemente 4 experiências em voos de longa distância, cada um em uma cia diferente: TAM, Lufthansa, BA e Korean. E foi incrível como a cia asiática deu um baile nas outras três. A cordialidade e educação da equipe de bordo foi inesquecível.
Não tenho dúvida que isso não é apenas o treinamento dado pela cia aérea, mas também na qualidade da educação base na maioria dos países asiáticos.
Enfim, sou brasileiro e não desisto nunca, um dia chegaremos lá!
Grande abraço
Alguém duvida que os asiáticos vão dominar o mundo?
Artur, considero este um dos melhores narrado por você. Todos nos sabemos que a educação eh a base para tudo, uma frase popularmente dita, mas sem nenhum tempero diante dos problemas que enfrentamos, principalmente neste momento onde manifestações, crises, moeda alta e baixa, demissões, prostituição da profissão, enfim, a complicação em ser Agente de Viagem !
O agente dedicado e com bagagem pode se diferenciar… Não sei se o cliente tem essa visão, mas ao ser atendido bem e ter seus problemas e necessidades resolvidos, ele fideliza…
Abraços
Artur
Caro Artur, sem dúvida a qualificação dos profissionais brasileiros está em um nível sofrível. O país vem crescendo nos ultimos 10-15 anos, mas de forma desordenada. A educação e a profissionalização, como voce bem disse não acompanharam o crescimento. Hoje, a empresa, na efemera necessidade de contratar alguem paga o mínimo, com um mínimo de exigência. Do contrário não se contrata. Estamos vivenciando isso com a carência de médicos no país. Infelizmente a industria da prestação de serviços está pagando um preço altíssimo por isso. Quantas vezes voce foi a um restaurante e o atendente nem te cumprimentou? Estamos falando do básico. É lamentável.
Mas esse ciclo “virtuoso” ppode acabar… vamos ver quem se segura, o que atende bem ou o “cara emburrada”…
Obrigado pelo comentário
Abraços
Artur
Concordo plenamente com seu comentário. O problema é mais complexo do que já é. Não passa apenas pelas bases mas sim, no interesse das pessoas que já tem as bases e ainda mais (falo em educação, formação e conhecimento) em ficar nos empregos que geram tão pouca remuneração. Apesar de amar ser agente de viagens aqui no Brasil, já penso em voltar a ser “hoteleiro” no exterior novamente. Levo comigo minha experiência, idiomas e educação, aonde ganharei um salário no mínimo digno.
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RT @claudiocouto200: Crise de mão de obra é ampla e irrestrita http://t.co/R9fBBzMGcf
Muito bem pontuado Artur. E não é somente na nossa área, mas em qualquer prestação de serviços. Nos taxis, telefonia móvel, supermercados, bancos, estacionamentos, lavanderias, todos exemplos de serviços que pagamos caríssimo para termos o mínimo, muitas vezes saio ainda com a sensação de ” pedir demais” e tenho certeza que os turistas saem do nosso país com a mesma sensação.
E em meio a tudo isso, o funcionário está cada vez mais insatisfeito e fazendo algo de que não gosta. Parece que todos nos fazem um favor ao comprarmos um produto ou serviço… Economia aquecida é assim: “vai um, vêm mil”, pensam eles. quero ver quando a coisa apertar…
Obrigado pelo comentário
Abraços
Artur