A palavra crise sempre aparece no discurso dos políticos que “lideram” o turismo nacional para justificar números tímidos, metas não cumpridas, anos perdidos, fracassos de campanhas… Mas há algum ano em que não haja alguma crise no Brasil e no mundo. Crise do dólar já tivemos várias, algumas mais e outras menos poderosas. Há quem chame essa pequena alta da moeda americana frente ao real de crise, mas as empresas preparadas estão ou vendendo ou tomando providências. Só o governo reclama da crise.
A crise da Varig limitou o acesso ao Brasil. a crise mundial também, a crise nos EUA, a crise na Rússia, a crise em Portugal e na Grécia, a crise do petróleo 1, a crise do petróleo 2, a crise do petróleos 175. E continuamos nadando, nadando, nadando e perdendo tempo.
Ou o mundo decide que em 2014 e 2016 não ocorrerão crises, ou novamente elas serão culpadas pelo não crescimento do turismo após os megaeventos.
Uma hora o problema do Brasil é a distância, outra hora a falta de dinheiro para se promover, em outra o alto preço (criado, 90% das vezes, pelo altíssimo índice de impostos cobrado dos governos, o federal à frente), a falta de produtos de qualidade, as imagens estereotipadas… Além da crise.
A Copa e a Rio 2016 não irão salvar o turismo brasileiro. Mas podem ser grandes oportunidades. Como foi a Rio+20, quando o governo federal ajudou a passar a imagem de que os hoteleiros estavam metendo a mão e cobrando demais pela hospedagem. Sabemos que não foi assim. O governo sabe? Interessa saber?
Portanto, preparem-se. Qualquer problema na Copa de 2014 e na Rio 2016 será atribuído a outros. A terceiros. A empresários, que, sabemos, sempre fizeram do turismo uma indústria vencedora. Intervenção direta do governo no sucesso do turismo: pouquíssima. A culpa não será do governo, que não se mexeu e só este ano conseguiu fechar o processo de concessão de três aeroportos. Ou que nunca teve dinheiro para promover o Brasil de forma efetiva e eficiente. Ou da falta de infratestrutura em diversos setores… Não. A culpa será da crise. E nossa, claro.
Na minha opinião a única crise que precisamos resolver é oferecer educação de qualidade, o resto se resolve.