O desejo de matar, em pessoas normais como nós, aparece e passa logo. A não ser em momentos de profunda exaustão e confusão mental. Bom, matar, matar eu não quis. Mas dar uma estranguladinha…vamos aos fatos curiosos de minha estada no Canadá. Sei que é isso que vocês estavam esperando.
Québec City. Visita ao Parque Jacques Cartier, a 40 minutos da cidade, um daqueles cartões-postais canadenses: muito verde, um rio que desce a montanha, bem no meio do vale, árvores ainda verdes e bem altas, turistas em canoas e campings, pequenos animais silvestres. Faltou aparecer a Polícia Montada ou o Guarda Belo local. A guia Caroline, muito simpática, ia nos acompanhar em nossa trilha, até o primeiro topo de uma das elevações. Um passeio de duas horas muito fácil. Nossa colega Jessey Liu, da China, estava de sapatilhas… Os demais, eu, o francês Michel e o japopnês Morio, de tênis.
Começa a trilha e é só subida… Tudo bem organizado com alguns degraus, pinos para segurar algumas pedras… Mas só subida. Com 15 minutos de trilha os três homens estavam colocando os bofes pra fora. Mas ninguém queria perder a pose. A chinesa já estava praticamente no topo, com suas sapatilhas. Comecei a ficar com ódio…
Quarenta minutos e eu já não aguentava mais. Foi quando Caroline sorri e diz que era a trilha mais difícil do parque, chamada Le Loups. Mas que não quis dizer para não assustar a gente. Desejo de matar começa. Não tive forças nem pra sorrir. Mas chegar lá em cima era questão de honra. O francês quase caiu e sujou a calça de lama (sim, havia chovido um pouco). O japonês, com duas máquinas pesadíssimas, era o mais tradicional japonês: desistir jamais. “É a melhor vista do parque”, dizia Caroline para nos animar.
Uma hora e quinze depois chegamos no topo e só não joguei Caroline lá de cima, pois mesmo com o coração saindo pela boca, o ar faltando e as pernas bambas, ainda me considerava civilizado. O mirante em questão era um pequeno cercadinho, com um banco de madeira. Repleto de árvores na frente, obstruindo a vista em 97%. dava para ver um catinho de rio se ficasse na ponta dos pés do lado direito do mirante. Ou seja, impossível. “As árvores cresceram desde a última vez que estive aqui…E nós não cortamos árvores aqui”, explicou ela. A chinesa, de sapatilhas voadoras, queria ir no mirante mais alto, três km adiante. Olhamos, os três homens, para ela e com o olhar já demos uma situada. Descer já. Bom, depois de ter estado em Montreal, onde é a sede do Cirque du Soleil, e não ter visto um espetáculo, e de não ter podido ir ao Biodome, atração mais visitada de Montreal, pois os funcionários estavam em greve, quase morri para ver…nada. Isso é para mostrar que nem tudo são flores em nossa viagem.
Bela vista….antes da trilha.
A trilha: a chinesa no topo, Michel e Caroline atrás
A vista…o rio, acreditem, está logo ali atrás
No “mirante”, para provar que eu subi, minha cara de “o que estou fazendo aqui?”
Sapatos chineses para escaladas
Piquenique na margem do rio
Quem quiser pode acampar no parque, ou alugar essas cabanas confortáveis por US$ 109 a noite
Mas há casos engraçados também.
FIM DO MUNDO – Japonês (e oriental em geral) não sabe dizer não. E sai bebendo e experimentando de tudo. Morio, o jornalista japonês, não entendia essa história de escolher o vinho de acordo com a comida e seguia o anfitrião. Em uma happy hour no excelente restaurente L`Assommoir (www.assommoir.com), em Montreal, que tem uma carta com 350 drinques de todo o mundo, inclusive caipirinhas, ele queria uma cerveja e o garçom recomendou a Fin du Monde. Cerveja local e fortíssima. Em uma garrafa enorme. No terceiro copo ele já estava no fim do mundo literalmente e falava pra mesa: “Let`s go with me to the end of the loald (world na sua pronúncia)”. Eu disse que só bebia Coca e ele dizia, “so it`s the end of the coke”. Era o primeiro de três restaurantes da noite e Morio não disse não a nenhuma bebida. No último, chamado DNA, onde comeríamos a sobremesa, a garçonete disse que eles não serviam Coca-Cola, mas que havia um refrigerante local de Maple. No primeiro gole, eu com minha sinceridade, já fiz cara feia e disse “que horro”. Morio, que náo diz não, tomou meio copo e ficou mais doido que com o Fim do Mundo. O troço, além de ruim, é doce e enjoativo que só… Virou piada a viagem toda. Artur vai tomar uma Maple soda. Never more. It`s the end of the loald.
Só mesmo enganado pra você subir uma trilha… hahahaha… Aposto que vc nem reclamou durante a subida, para economizar fôlego! Só esse episódio já valeu a “sua viagem”, para mim! hahaha… Beijo e estamos te esperando!
hahahahaha…
Adorei a sua aventura! Deu pelo menos para perder alguns quilinhos?
Na camiseta azul que estava usando, qual é o animal da estampa? Será um elefante??????
Bjs.,
Gente, Deus sabe o que faz… Eu com minha bronquite ia morrer e matar um. Melhor ficar subindo e descendo as escadas do metrô de Londres…rs. É cada uma que a gente passa.
Bjs e volta logo!
KKKKKK!!!!Tava demorando…Reclamando até no Canada?E eu que estava ADORANDO tua viagem e morrendo de inveja.O tenis era aquele vermelho?
Arturrrr,
Menino! Ri litros com vc, cada linha eu gargalhava aqui na empresa. Amodoro a sua forma de narrativa, super bem humorada.
Eu detesto trilha, pois morro de medo de cobras e só fiz 1 na faculdade porque era obrigatório, mas não gosto não… Hehe, na verdade não gosto de encontrar com minha inimiga e sei que numa trilha eu estou invadindo o espaço “dela”.
Esta cabana, bem que podia ser “aquela” de Palmas né?
Uma dica, a chinesa estava bem, poruque o segredo era as “sapatinhas”..rss. Ah! Adoooro as sequencias “Duro de Matar 1, 2 e 3”.
A 4 é muito forçada e não gostei, mas a 5 (de sua autoria é fantástica)…rs
Ops… Erro no filme… O Desejo de Matar é do Charles Bronson?