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É difícil ser turista em São Paulo

O genro americano de Heloisa Prass veio passar o final de ano em São Paulo com a família. A ideia era passar a semana conhecendo os atrativos culturais da cidade e também um pouco do litoral. A visita coincidiu com recordes de calor na cidade, o que para um americano acostumado com frio é até um alento…

Com filhas pequenas, foi ao Aquário de São Paulo. Tentou pagar a entrada (OITENTA REAIS POR PESSOA e CINQUENTA POR CRIANÇA) com cartão de crédito e atração não aceita essa modalidade estranha. Para um turista americano é o mesmo que dizer que não se pode pisar no chão… Cartão de crédito é default, ainda mais em um lugar turístico, na maior cidade da América Latina e com ingresso não a oito mas a oitenta reais. O local só aceita débito ou cash. Uma família de quatro pessoas, portanto, tem que andar com bolos de dinheiro no bolso. Fica a dica.

Mas é com certeza uma exceção de falta de hospitalidade em um País tão hospitaleiro. Toca para o Edifício Itália, almoço no Circolo Italiano (restaurante bem tradicional e icônico) e combinar com uma das vistas mais emblemáticas da cidade. Não há visitas grátis ou com ingresso apenas para ver a vista, por incrível que pareça e só clientes do bar e do restaurante podem visitar o mirante.  Ok, vamos tomar uma cerveja no bar! De bermuda, camisa polo e sandália Havaianas, ele não foi autorizado a entrar no bar, por conta das Havaianas, especificamente mencionadas pela recepcionista. As acompanhantes estavam todas de sandálias, lembram dos 43 graus que fazia na cidade?  Mas como a cidade não é turística mesmo… criam-se regras e mais regras. Ah, e essa história de que Havaianas é Brasil… só no Exterior hein.

Tá bom, nada de estresse. Férias. Brasil. Família. Vamos para o Guarujá. E eis que no check-in o hotel não aceitou como documento a carteira de motorista dos Estados Unidos. Tinha que ser o passaporte, documento fácil de carregar pra cá e pra lá.

Isso sem falar na exigência de visto para estrangeiros, no voo de longa distância com conexão, nos restaurantes sem cardápio em inglês, nos museus que fecham em finais de semana e feriados.

E olha que recebemos 6,6 milhões de visitantes estrangeiros no ano passado. Tirando os que vieram obrigados (a negócios) e os da Rio 2016, podemos chamar os demais de verdadeiros heróis. Esses querem mesmo conhecer o Brasil. Mereciam uma bandinha a lhes esperar no aeroporto, com uma plaquinha “Welcome, but when in São Paulo no Havaianas, please. And only cash”.

(Na foto, a neta de Helo, Sophia, e ao fundo o urso polar!!! que é uma das atrações do aquário…)

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • O tal Aquário de São Paulo nem a São Paulo pertence, trata-se de empresa privada.
    Ainda bem que dali ele não foi ao mal tratado Zoológico, lá também não aceitam cartão de crédito

  • Não sei por que não me surpreendo mais com essas notícias! Esse é o país da piada pronta! 6,6 milhões de aventureiros! Só a Torre Eiffel recebe muito mais que isso. Vergonha!

  • E vou te falar, ser mãe com filhos de férias precisando de entretenimento em São Paulo tb não é fácil! Qqr tarde em atrações turísticas a gente deixa uma “mini fortuna”. Tá quase mais barato passar férias na Disney finque levar as crianças p passearem todos os dias em São Paulo!!
    Bjo

  • Tenho que descordar dos seguintes pontos:
    – Aquário de SP, dinheiro ou débito, logo uma família não é obrigada a andar com bolos de dinheiro, um simples Visa Travel Money resolveria essa questão;
    – Circolo Italiano, a visita ao espaço não se restringe a clientes do restaurante, existe visitas Gratuitas fora do horário de almoço e jantar, eu mesmo já fui com amigos “gringos” sem ter a necessidade de consumir nada no Restaurante.
    – Exigência do passaporte no check in do hotel, regrinha básica aplicado no mundo inteiro, por que no Brasil seria diferente? Você consegue fazer check in em um hotel Dos EUA apresentando a carteira de motorista do Brasil?
    Mal do Brasileiro é essa síndrome de vira latas, que tudo aqui é pior que lá fora.
    Antes de fazer um post criticando nosso Brasil, deveria realmente analisar os fatos de forma racional e menos emocional.

    • Oi, tudo bem?
      Eu sou a esposa do americano mencionado nessa história, sou brasileira e moro nos Estados Unidos há quase 13 anos.
      Visa Travel Money É algo que nós nunca precisamos obter em todas as nossas muitas viagens internacionais. Já viajamos juntos várias vezes para o Caribe, vários países diferentes por lá, e também para Europa. Sempre sem problema nenhum em levar o nosso cartão de crédito. É bastante raro encontrar lugares que não aceitam cartão de crédito, normalmente para ser um lugar que só aceita dinheiro é uma branquinha em alguma praia caribenha.
      Circolo Italiano/Terraço: A recepcionista então deve ter me passado a informação incompleta, pois ela não deu nenhum indício de que haveria possibilidade de visitação gratuita ao terraço sem reserva no restaurante ou sem consumação no bar. E na verdade, o problema nem é não haver licitação gratuita, pois em vários lugares do mundo se paga para visitar pontos turísticos. O problema foi o preconceito com os chinelos que meu marido estava usando. O tal complexo de vira-lata aí não veio de nós, e sim do estabelecimento ao qual estávamos tentando visitar.
      Passaporte: sinceramente, eu nunca tentei fazer Chequim em hotéis nos Estados Unidos com carteira de motorista brasileira, mas a realidade é que a regra em vários hotéis e que você tenha uma identificação com foto. A regra não diz que tem que ser passaporte.
      Ademais, eu que sou brasileira estava junto fazendo check in E o recepcionista do hotel disse que simplesmente não daria uma chave para o meu marido, sendo que eu também só estava em possessão na minha carteira de motorista americana. Para passar uma única noite, não levamos os passaportes pois em caso de furto seria uma dor de cabeça imensa…

      A questão final aqui não é em relação a este complexo de vira-lata ao qual você se referiu, porém, para nós que viajamos bastante não somente dentro dos Estados Unidos mas também ao redor do mundo, é muito clara a diferença entre as facilidades para um turista no Brasil e em outros lugares.

  • Cara Lulu (minha filha no caso…)
    O Circolo Italiano é o restaurante do terceiro andar onde vocês almoçaram e muito bem !

    Agora vou comentar com o Flavio
    O terraço panorâmico – este sim, só é acessável pelo outro restaurante da cobertura ou no bar, como eles bem viram. Num dia de verão, às 15hs e com temperatura de mais de 40 graus é no mínimo ridículo não permitir a entrada no bar para uma cerveja e assim usufruir do terraço. O que acredito ser a discussão aqui é o entendimento de TODOS sobre a importância do turismo para uma cidade, um país. Eles queriam pagar para ver SP de cima, estavam bem apresentados para o dia e o local – muitos brasileiros estavam trajando a mesma coisa… Quanto a caríssimo aquário, ficar buscando desculpas “qualquer travel money resolve” é querer jogar para baixo do tapete a discussão. Tem que facilitar e não começar a exigir isto ou aquilo. Já fiz check in INÚMERAS vezes nos Estados Unidos com “photo ID” , isto é, documento com foto. Em poucos lugares exigiram o passaporte. E vamos combinar, se esta é a lei no Guarujá, cabe uma reflexão. Ou talvez nem precise, o Chris não tem nenhuma intenção de voltar.

  • Alguém ainda tem alguma dúvida de que neste país absolutamente NADA funciona como deveria ?
    Estamos entregues a políticos ladrões, fazemos leis e regras totalmente incoerentes.
    Protegemos bandidos mais que gente de bem, que trabalha e paga seus impostos não tem direito a nada.
    Só as “minorias” são prioridades.
    Somos um país do “futuro” que nunca chega, somos um país que não sabe o que significa TURISMO, somos um país sem educação, sem cultura e sem noção. O Brasil tornou-se totalmente INVIÁVEL !!
    Só tenho a lamentar. Na verdade somos sim o país do futuro… Futuro bem OBSCURO…

  • Gente, quanto chororo…. meu marido recebe estrangeiros em visitas pela cidade, passeiam em vários lugares e os comentários ao final são sempre muitíssimo positivos. Tudo da muito certo pois ele pesquisa e se informa sobre os lugares que vai visitar e, mesmo quando surge um contratempo, não é motivo para drama. A cidade tem muitos atrativos. Não deu pra subir no Itália? Sabia que da pra subir de graça no Martinelli? No Copan? Todos estamos sujeitos as regras em qualquer lugar do mundo. Não ter cardápio em inglês? Você acha cardápio em português no mundo todo? Não poder fazer check-in com carteira de motorista estrangeira? O que vale num país pode não valer no outro. E ponto final. O Aquário de SP aceita crédito para compra no site. Lá esta informadas as formas de pagamento. Mas realmente concordo que não aceitar cartão de crédito na bilheteria não faz sentido para um local desse porte turístico.

  • Não vou comentar sobre os outros itens. Mas passaporte para check-in é default em qq. país do mundo, independente de a hospedagem ser de uma noite ou mais. Carteira de motorista americana não é documento de validade internacional.

  • Aliviado que tem outras pessoas que veja da mesma forma, muito “Mimimi” pra pouca coisa.
    Sim é complexo de vira-latas, sim é a velha mania de falar que no Brasil tudo é ruim.
    Concordo com a Bianca, quer visitar? Pesquise! Mas é aquela velha mania, no Brasil tudo pode, tudo é fácil!
    Regras existem em todos os lugares, seja na Europa, seja nos EUA, agora não me venho com essa papinho reacionário de: “Eu viajo o mundo todo e só no Brasil é assim….”
    Brasileiro é tratado igual a cachorro na Europa e nos EUA e ainda aplaude.
    O Brasil não é um lugar ruim, ruim são os Brasileiros!

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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