Os candidatos à presidência do Brasil na eleição desse domingo, dia 3, ignoraram solenimente o turismo. Poucas ou nenhuma proposta.
A candidata Dilma Roussef tem a seu favor o fato de pertencer ao governo que criou o Ministério do Turismo. Contra ela, o fato de o ministério ainda ser mais teótico que prático, além de burocrático e sem dinheiro. Conseguiu organizar alguns setores (como o de aventura e ecoturismo, o da terceira idade), fez boas campanhas internas, mas ainda recebemos os mesmos cinco milhões de turistas estrangeiros (que gastam mais porque o País ficou mais caro), o ministério é pouco ouvido em questões importantes decididas pela Anac, Ministério da Defesa, da Fazenda… Ou seja, ainda falta dinheiro, força política e verba ao ministério. Mas está aí, criado, e com bons programas. A ministra teve encontros rápidos, articulados pelo MTur, com o trade, incluindo o presidente da Abav, entre outras autoridades.
O candidato José Serra sequer fez isso. Todos esperavam um encontro com Serra sobre turismo, já que um de seus coordenadores de campanha, Caio Luiz de Carvalho, é íntimo e respeitado pelo setor. Não aconteceu. Deve estar contando com a (quase) unanimidade de Caio no turismo. Mas hoje ouvi algumas vozes descontentes com essa distância e com a performance morna no último debate. Serra acabou enviando votos a Marina, dentro do turismo. A seu favor, só Caio mesmo.
A candidata Marina Silna sequer deve saber o que é turismo e mostra-se articulada para falar, mas limitada no quesito variedade de assuntos. Mas deve ser a surpresa nessa eleição. Se passar Serra, o PSDB sentirá duro golpe.
O candidato Plínio de Arruda Sampaio é o mais comentado nos debates, mas não capitaliza votos. O PSOL periga minguar no Congresso.
Turismo ainda é algo distante dos candidatos. Apesar de sua grandeza.
Nos resta votar em candidatos à Câmara e ao Senado que tenham pelo menos simpatia com nossa causa.
E que não sejamos ignorados na presidência propriamente dita. Afinal, estamos caminhando apertados e estrangulados em infraestrutura para dois megaeventos mundiais e ainda temos uma imagem tímida no mundo quando o tema é turismo. Internamente, pouca gente voa de avião, as estradas não estimulam as viagens e o preço ainda segura uma demanda ávida por viajar.
Boa eleição a todos.
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