A pedidos, reproduzo aqui o editorial do Jornal PANROTAS 909.
O presidente de uma associação de classe no turismo não tem remuneração. Direta. Há os que se dedicam mais ou menos. Os que aproveitam as benesses do cargo – mesmo para suas próprias empresas. Outros se dedicam tanto que seus negócios acabam cambaleando. Há os que entendem do riscado. E os que caíram de paraquedas (ninguém queria!!!). Os que se eternizam no cargo (“ninguém quer, ninguém se interessa!!!” é a desculpa padrão, mas ser chamado de presidente é bom, não é?).
Tem também os que se iludem com o “poder” temporário. Os que representam 100 e os que representam milhares. Os que dizem representar milhares, mas representam dezenas. Os que são do clube do “eu sozinho”, os que são do clube do “juntos podemos”. Os que só discursam. Os que nem isso fazem. Os que colocam a mão na massa. Os que só sabem fazer convênios com o governo. Os que dependem das feiras que organizam. Os que dependem de resultados (poucos, esses)…
Enfim, não é nada profissional (no sentido de ser parecido com a gestão de uma empresa – pois profissional teoricamente todos os presidentes eleitos o são, apesar de a Abav já ter tido presidente sem agência de viagem, a ABIH hoteleiro sem hotel e por aí vai) o quadro de poítica associativa no turismo brasileiro.
Como é em outros países, como é na Argentina ou na Rússia, não interessa. Olhando o panorama aqui dentro, analisando o (mega) Conselho Nacional de Turismo, vendo as ações concorrentes de entidades afins (na hora de pegar verba então, não tem parceiro)… percebemos claramente que falta organização profissional. Da Abav, e seu numeroso conselho, que na hora de se reunir tem de, humildemente, pedir de graça passagens aéreas para uma companhia nacional, a mesma com quem brigam por causa da D.U. ou de práticas polêmicas, às entidades regionais (muitas defendendo o “mesmo” mercado), a estrutura é antiga e desatualizada. Nesses casos, o primeiro a ser mais moderninho, esperto, inteligente ou antenado, se sobressai.
Por cochilo da Abav, a Braztoa hoje é uma entidade mais influente no Ministério do Turismo, por exemplo. Por cochilo da Abav, a Aviesp nasceu e por cochilo da Aviesp a Avirrp, que tem um terço dos associados da primeira, faz uma feira que rivaliza (e tira verba) com a sua. Por cochilo (ou falta de atenção, de visão, de conhecimento) de uma, nascem outras tantas. Por olho gordo também, pois evento dá dinheiro e se tem para um, por que não para outro. Se a Abav não acordar a Abracorp toma seu lugar de representatividade do segmento de agências de viagens rapidamente. O nome já é uma paulada na Abav: Associação Brasileira de Agências de Viagens…(Abav)…Corporativas (Abracorp).
Ok, estão todos unidos, a Abav é a entidade mãe. mas na hora de friamente analisarem os números, a coisa pode pegar. Setenta por cento do movimento aéreo é corporativo. Ponto
Achei interessante essa materia e me parece Arthur deixa claro a necessidade de ter um/uma Presidente da ABAV “contratado” de modo a exercer os destinos de uma importante entidade de classe com muita disposição e principalmente com autonomia e sem comprometimentos outros que não sejan os inerentes aos objetivos do seu mandato. Evidente, outros atributos deverão ser exigidos dessa pessoa tais como:conhecimentos do segmento de turismo nacional e internacional, expertise (este conceito/atributo fica melhor ilustrado em Inglés), honestidade, profissional, etc, etc. Em resumo e como dissem os “gringos”: será que esse animal existe? e será que um dia se chegara a essa conclusão?
Abraços
Olá Artur. A matéria é o raio-x da nossa situação no setor, muito semelhante com nossos poder público, diga-se de passagem. A Abav em SC é uma das Associações mais fracas que conheço. Há associações de bairros muito mais atuantes aqui em SC. Fica nítido que a Abav está contaminada e impregnada pela politicagem, doença grave que abate em várias instâncias o nosso povo. Saudações.
Excelente! Adorei! Tenho a dizer que mesmo que as associações contratem executivos/profissionais, infelizmente a politicagem está enraizada e dificilmente veremos outro cenário.
Este executivo, certamente, teria que ser um super homem ou mulher!
Abraços e parabéns pelo seu blog, acompanho sempre.
Muito legal o editorial Artur, vai direto a varios pontos interessantes e com certeza incomoda bastante gente. Soh faltou falar que para os grandes fornecedores eh excelente que haja esta proliferacao de associacoes e feiras, pois aih eles podem usar a velha estrategia dos Romanos: dividir para governar. Abraco!