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Entre bodes e macacos

(retirado do editorial do Jornal PANROTAS 1.205 – que tem na capa Zika e o Turismo)

2015 não foi bom, dizem alguns, pois era o ano da cabra (no horóscopo chinês), bicho que anda por terrenos áridos e difíceis, cheios de obstáculos. Um tanto fedido também. Mas isso é detalhe. Para outros, 2015 foi ótimo. Outros países, diga-se.

Há justificativas mais plausíveis para nossa “má sorte” (enquanto os EUA crescem e a China cresce menos, nós recuamos), como o desgoverno lá na capital, a falta de uma política econômica sustentável e até o despreparo de alguns setores para enfrentar tempos turbulentos. Entre trancos e barrancos, foi um ano para ser guardado entre os mais desafiadores.

E eis que chega o macaco. Sim, já entramos no ano do macaco e que estripulias ele nos promete nos próximos meses? Vai bagunçar tudo o que já estava fora dos trilhos ou, como uma versão menos angustiada do ser humano, conseguirá ter um novo olhar sobre nosso caos?

Não pode, seja no ano da cabra ou no do macaco é vencer o porco, ou melhor, o espírito de porco. Aquele que pensa: já que meu negócio vai mal, que o dos outros também degringole. Tipo: “não vendo carnaval, então esse povo que está se divertindo é tudo alienado”, ou “não vendo pacotes para o Exterior, que se lasque esse novo velho imposto”, ou ainda “não sou uma empresa regularizada, não sou associado a nada, mas vamos descer o pau nesse povo que só quer sair em foto”. Tem ainda os haters que amam odiar, talvez por não serem nem um nem outro, amados ou odiados. E a indiferença em temos de cabras e macacos pode significar… dinossauros. Extinção pura e simples.

No ano do zika (ou da Olimpíada, você escolhe), em tempos de crise (ou mudanças para melhor), de desemprego (ou empreendedorismo), de amadores (ou de quem ama o que faz)… em época de incertezas e insegurança, só há uma coisa a fazer: construir juntos e nisso o Turismo pode dar exemplos. Ainda não o faz. Mas o clichê o “potencial turístico” está ainda vivo entre nós. Vamos modificá-lo (geneticamente?) e criar uma nova geração? Ou vamos continuar em galhos separados de um mesmo solo, olhando apenas para o concorrente e não para o todo?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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