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Eu tenho razão. Mas e se você também tiver?

Li uma frase interessante em um artigo de Barbara Gancia em que ela questionava a razão que quer se sobrepor à razão do outro. No caso, espectadores que não queriam deixar um pequeno grupos e manifestar durante um espetáculo teatral em que havia um enorme cavalo branco, de verdade, no palco. Como eram mais numerosos, os espectadores usaram a sua razão (“pagamos e queremos assistir ao espetáculo”) para abafar a razão dos poucos manifestantes (“colocar um animal em um palco, acuado e assustado, não é ético, no mínimo”). O grupo defensor do animal tentou passar sua mensagem depois de ser praticamente humilhado por quem pagou para ver um animal ser igualmente diminuído e maltratado.

Na próxima semana, o “tema” do Jornal PANROTAS, já inspirado pelo Fórum PANROTAS, que acontece em poucos dias (1 e 2 de abril) é exatamente o diálogo. Dialogar no dia a dia com clientes e fornecedores, ir a um evento para dialogar e trocar ideias, sem tentar impor sua razão sobre os demais. No caso do cavalo, havia duas razões bem clara. Mas já que interrompido o espetáculo, por que não deixar a razão dos manifestantes ser exposta e depois refletir e até aderir a ela. Não, a razão financeira (paguei e sai da minha frente) costuma falar mais alto em nosso mundo.

Nos negócios, vale a lei dos mais fortes. Do mais rápidos. Do mais sagazes. Que geralmente não querem dialogar ou ceder espaço aos mais fracos, mais lentos, mais ingênuos. Quando a razão dos pequenos pode ajudar, e muito, a dos grandes. Quantos no turismo, aliás, não dependem da soma de pequenos?

E em um cenário em que alguns ficam cada vez maiores (o espanhol “más grandes” seria mais adequado), mais poderosos e mais próximos do Olimpo (onde nunca chegarão, é importante ressaltar), que razões prevalecerão?

Você tem razão? E o que vai fazer com ela?

Pensemos nisso.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Excelente reflexão, Artur!

    Desde a revolução industrial o capitalismo fala mais alto que tudo – até as pessoas e outros seres vivos.
    O problema é que nossa sociedade não sabe mais viver de outro jeito: você criaria uma sessão nova no jornal se não pudesse captar patrocinadores, ainda que tivesse um forte apelo social? (eu acho que sua resposta pessoal seria SIM, mas há uma empresa por trás que precisa pagar impostos e salários, não é?)

    Acho que podemos encontrar uma nova ordem, mas sem a ideologia fantasiosa de esquerda ou o materialismo insano da direita. Talvez no centro, como diriam os Budistas…

  • Olá Artur…

    Eu como Born to be wild…subiria ao palco e evaria o cavalo embora….
    Normalmente o BEM é tímido e o mal ousado…Mas como já sou uma senhorinha me dou ao direito de ir contra a corrente…rss..rss…rss…

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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