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Feira profissional com personagens? Pode isso, Arnaldo?

Como comentei na notícia sobre a bandeira de Porto de Galinhas (um ovo), aplaudo toda forma de ousadia. Pelo menos dá o que falar. Resta saber se para o bem ou para o mal.

A Feira da Avirrp, sempre elogiada por ser “mais profissional”, resolveu inovar e tematizar a edição 2011 com personagens de histórias infantis, como Alice no País das Maravilhas. Antes de continuar, vale ressaltar que o “mais profissional” se referia mais aos agentes de viagens presentes (geralmente os donos das empresas e mais interessados em material e informações) do que propriamente à feira, que passou anos, sejamos francos, em um centro de convenções precário e quase improvisado. E sabemos que em termos de centros de convenções estamos anos luz do que existe nos Estados Unidos, por exemplo (e isso vale para São Paulo e Rio também). O mesmo na Aviesp, cujos visitantes sempre foram mais destacados que a organização (lembro de algumas edições em que até garagens e espaços alternativos eram usados). A ida para Campos do Jordão parece ter melhorado isso.

Entra um novo presidente, Emerson da Silveira, simpático, pouco sabedor de algumas coisas, interessado em outras, e resolve inovar. Mudar. Mexer na feira.

Ótima iniciativa. Todo evento precisa evoluir, crescer, mudar para melhor. Emerson é jovem e disposto, e pesquisou bastante para encontrar alguns caminhos. Quanto ao centro de convenções, desde o ano passado já contava com uma melhor estrutura (volto a dizer, longe do ideal).

Eis que surgiu a ideia da tematização. A Avirrp gastou uma quantia não revelada (Emerson, conta pra gente, vai) para decorar e tematizar a feira. Ou seja apostou no lado festa, no lado sonho do turismo.

Será que era esse o caminho? Para a entidade sim, tanto que a diretoria aprovou a ideia e para o ano que vem ele quer repetir a dose e ainda colocar esportes de aventura para os agentes.

E então? O que você achoou da iniciativa?

Como eu não fui ao evento, não posso julgar a qualidade, mas posso sim julgar a intenção, a escolha. Em vez de fazer salas de treinamento, em vez de levar mais agentes, em vez de contratar palestrantes, em vez de fazer uma revista sobre a feira, em evz de pagar um programa na TV Globo logal sobre a Avirrp, em vez de sortear dois carros, em vez de uma série de outras akternativas, das esdrúxulas às razoáveis, ele tomou a decisão de tematizar o evento.

Algumas pessoas já se manifestaram a favor de um investimento em capacitação, que qualquer um sabe ser o gargalo do turismo atualmente e que alguns querem usar como forma de desvio de dinheiro público. É o pedido de todos: capacitação, qualificação, estudo, informação, conhecimento…

Tirar fotos com a Alice (que para mim era loira, mas na Avirrp virou morena) e com personagens com roupa de festa infantil nãp me parece assim tão tentador. Mesmo a CVC, que leva artistas para que se tirem fotos com eles em seu Workshop, limita isso a espaços e horários bem específicos.

Tranformar uma feira em um ambiente com cara de festa ou parque pode ser uma faca de dois gumes. Uma distração.

É algo inédito, pois isso não posso julgar ainda. Quero ouvir mais pessoas. E ousado. E toda ousadia pode dar muito certo ou muito errado.

O que importa é que a Avirrp se mexer. Se foi para o lado errado, expositores e agentes de viagens vão dizer.

Se no ano que vem os agentes quiserem mais personagens e opções de turismo de aventura em vez de visitar os estandes, ou se preferirem que se melhorem as festas (muito fracas historicamente), pois, claro, todos merecem um momento de lazer e descanso, que eles se manifestem. Ou a decisão continuará a ser tomada, e depois não adianta reclamar.

Afinal, o que você achou dessa ousadia da Avirrp? Está na contramão da tendência de profissionalizar as feiras e apostar em palestras e capacitação ou inovou de forma certam dando um pouco de sonho e do mundo lúdico a quem vende tudo isso a seu passageiro?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur – com certeza o tema numa feira não muda seu lado profissional, alegra o ambiente, deixa as pessoas mais felizes, mais fotos em mais sites, e divulgação…
    Eu sinceramente achei bem bacana e os comentários foram os melhores possíveis. Com certeza o Centro de Convenções precisa de mais conforto e melhores instalações, fora a localização que é muito distante de tudo, que acaba atrapalhando deslocamentos.
    A maioria dos stands estavam muito bem apresentados e negócios foram gerados, os agentes tiveram uma ótima oportunidade de novos serviços e atualização profissional.

  • Estive na Avirpp. Achei uma grande bobagem esta “inovação”!

    Cheguei as 14:30h do primeiro dia. A entrada que custava R$ 60.00 (para não associados, e para que se associar?!) estava liberada. Entrei sem crachá. Motivo? Não havia internet. Uma vergonha! Muitos amigos hoteleiros reclamando da péssima estrutura da feira (!?).

    Alguns stands sem os expositores. Corredores muito apertados! Muita gente carregando malas (malas mesmo!), fazendo o espaço ficar ainda mais apertado. Na hora da sede, tive que ir até o final do salão para encarar uma enorme fila e pagar R$ 4.00 por uma garrafinha de água mineral. Um lanche? A moça da cantina me perguntou se eu votaria no dia seguinte, porque naquele dia não havia mais nada para comer. Eram 4 horas da tarde!

    O mesmo senhor que carregava no ano passado um carrinho de ferro caindo aos pedaços para ajudar aqueles agentes e seus panfletos saindo lá de cima da entrada, continuava lá. Com o mesmo carrinho fazendo um longo percurso entre o pavilhão (se é que podemos chamar aquilo de pavilhão) e o estacionamento. Deixando, é claro, um monte de papel pelo caminho…

    Fim de feira. Mais de 350km para voltar a São Paulo.

    Mas afinal de contas foi um evento de turismo, não foi? Esse pessoal ainda não aprendeu a realizar feiras e congressos. E enquanto isso o nosso amigo “ministro” e bom senhor velinho continua lá em Brasília pensando como serão as próximas idas aos motéis.

    Lastimável! Nunca mais Alice volta no país das Maravilhas.

    Artur: De intenções não vamos a lugar nenhum

    Sr Clovis: Me desculpe, mas a Avirpp foi aquela “feira”em Ribeirão Preto na semana passada, não foi?

  • Artur, não estive na citada feira e portanto não consigo emitir uma opinião sobre minha impressão, mas, sem filosofar, este tema do formato e equipamentos(espaços) disponíveis para os eventos ainda deixa muito(ooooooo) há desejar em nosso trade…Em que pese a boa vontade e intenção dos organizadores, muitos pontos que em outras paragens são prioritários, por aqui são negligenciados para segundo plano, impactando negativamente os resultados! Mas muito já mudou…e acredito que continuará mudando ..para melhor esperamos!

  • Artur,

    Estive na AVIRRP como expositor e como agente de viagens.
    A feira pela feira, nada de novo. Os “pontos altos” já foram ditos ai em cima: Longe, salão precário, meio desorganizado, apertado, desconfortável (calor!), opções de refeição 0, stands como os que sempre vemos nesse tipo de feira, enfim, nada de novo.
    Quanto à tematização, na minha opnião, bobagem. Gastou onde não devia/precisava. Não acho que ninguém a mais foi à AVIRRP por conta da Alice, e o tal país das maravilhas, como ninguém conhece, não vendeu bem… Antes tivesse tematizado com algum de$tino mais interessante; para a feira em captação de recursos e para o agente que a visita poderia sair motivado para venda – receita de suce$$o para ABAV/BRAZTOA, ainda que mal explorado por ambas?
    A qualidade vem caindo, mas na AVIRRP foi apenas um reflexo do mercado. Um reflexo que demorou para chegar, mas chegou. Muitos agentes com aquelas famosas malas tamanho conteiner pegando tudo/não vendo nada e aqueles outros procurando um brindezinho, uma caneta, um copo de chopp e até, se bobear, umas gotinhas de colírio de algum expositor desavisado.
    Ainda trás bons resultados imediátos, o mercado ali parece ser mais carente e responde prontamente, mas mesmo esse resultado têm diminuido, na verdade diminuido não é o correto, mas que poderia ter crescido mais, ou o mercado não está quente?
    Por final, venhamos e convenhamos, feiras temos muitas, mas muitas mesmo, demais até, mas qual cumpre o seu papel de verdade? Ando meio cético e amargo quanto a isso… tapinhas nas costas e “quanta saudade”? Não, ali vamos buscar $$$ principalmente, sem dispensar o network, claro, mas será que perdi o rumo e não me avisaram!?
    Abraços,

  • Prezado Artur,

    participei da feira (3ª vez) e gostei. Sim, a Alice é loura, mas a versão “fake” não estava má; a trupe era engraçada e cumpriram a sua função, como era a novidade em si. Deu uma descontração maior, assim como um pouco mais de leveza, apesar do peso de algumas bolsas de folheteria, durante as várias idas e vindas pelos corredores do evento. O Centro de Convenções poderia ser melhor e maior? Sim, mas não é. É o que tem. Provavelmente o melhor da região, e com espaço para melhorar um pouco mais.

    A Internet caiu? Acontece com os melhores sistemas, mas tinha uma boa cobertura wi-fi FREE OF CHARGE, (isso foi uma agradável surpresa) o que permitia que o profissional médio, pudesse manter contato com a sua base, ver e-Mail’s, poder atender clientes e dar proseguimento ao seu trabalho, em paralelo à Feira em si. Algumas pessoas não procuraram se informar e tampouco leram no verso do crachá, mas houve palestras, sim, sendo algumas bem interessantes.

    Infelizmente, o nível de muitos “profissionais” que ainda procuram este tipo de evento, vai mais atrás de brindes e sorteios… Isso sim deveria se descobrir um meio melhor de “filtrar”, para que se possa sobressair a qualidade do evento e do próprio expositor. Eu penso que, mais do que quantidade de participantes, deveria ter uma especial atenção na qualidade dos mesmos. Infelizmente, muitos vão, até mesmo em caravanas, atrás de sorteios, brindes, uma viagem barata, com transporte, hospedagem e alimentação incluída… That’s all…

    Me perdoe, Artur, você irá pensar que é uma implicância habitual minha com a CVC, no próximo tópico, mas vai de encontro ao raciocínio do anterior… Prefiro tirar fotos com personagens de filmes / histórias e afins, do que “estrelas globais”… O primeiro caso, é mais pelo engracádo, curioso, até mesmo pueril; já no 2º caso, vc atrai um público-alvo quase que focado exclusivamente no encontro com o artista, e não no expositor, suas novidades e, creio que o principal numa FEIRA, que é a oportunidade de se fazer negócios, renovar e/ ou criar parcerias, ou seja, invariavelmente comprometerá a qualidade do profissional presente.

    Há espaço para melhorar? Seguramente; e vão. Mas, o principal, tiveram a coragem de inovar (incluindo até, uma queima de fogos, ainda que tímida, antes da festa de encerramento. Também, não poderia esperar algo grandioso, como a queima da Av. Atlântica no Reveillón, ou da Disney, correto?) na proposta e creio que o saldo tenha sido positivo.

    Talvez o único “pecado” cometido, tenha sido no show de encerramento, com uma overdose de cultura gaúcha. Sim, eles eram os patrocinadores do evento. Porém, creio que tenha faltado maior equilíbrio entre as atrações, e a manutenção da atenção do público presente.

    Enfim, gostei, sim. E voltarei, se houver oportunidade.

    Abs.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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