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Dia a dia

FILHO DE COPACABANA

Minha irmã Ana com dois de meus sobrinhos…amarelos, pois o quiosque é da Skol (coisas de Copacabana)

Vista da janela de um quarto do Pestana Rio (por que será que os turistas gostam tanto de ficar em Copacabana?????)

A “fronteira”entre Copacabana e Ipanema é invisível e composta de prédios, ruas, favela, montanha…

 

Copacabana não precisa de explicação. Basta falar seu nome e todos já sabem onde fica, o que encontrar por aqui (sim, estou em Copa, como os íntimos a conhecem), visualizam aquela praia imensa e larga, o pedaço de terra mais democrático do planeta (pelo menos do lado da areia, onde basta uma canga ou uma toalha, um real para o mate e um sorriso no rosto…). Copacabana fez 120 anos ontem, mas se me perguntassem diria que tinha mais idade. Pois para mim, de “apenas” 43 anos, Copacabana sempre existiu. Está aí há séculos.

Como crescei e vivi até os 28 anos em Copacabana, vale a ressalva: a mente, malandra e protetora, provavelmente já criou um bairro idílico que só existe em minha cabeça, que reúne as melhores lembranças da infância, dos almoços em família, de quase todas as fases de minha vida. Já para alguns turistas nacionais, Copacabana é caótica. Chega a dar medo. Mas é onde tudo acontece, onde se compra de tudo, e a orla urbana mais bonita do planeta. Para os estrangeiros, é o local para se estar no Rio.

Ontem teve show para comemorar os 120 anos, teve incêndio em uma loja de festas, teve curiosos vendo o incêndio, teve um dia lindo de verão (no inverno), teve minha irmã tomando chope nos quiosques da avenida Atlântica e meus sobrinhos indo de bike até o Leblon, teve almoço no Pestana Rio, teve caminhada no calçadão, teve suco natural de manga, teve galeto na brasa do Braseiro (o melhor do Rio), teve trânsito, teve movimento… e uma lua cheia que começou a aparecer (imensa e amarela tão redonda a lua, como flutua, como cantou Tom Jobim) às nove da noite.

Copacabana é mais 24 horas que São Paulo. Tem movimento dia e noite. O sol ainda está para nascer e já tem gente correndo no calçadão (ou caminhando), enquanto outros chegam em casa, vindos de mais uma night carioca (seja no boteco, no inferninho, na boate, no clube, na rua…). O sol ainda nem se pôs e já tem gente bebendo nas calçadas, e outros correndo na praia, sempre ela. Até quando chove, Copacabana não para. Molhou, seca logo. Copacabana se move. Sempre. Lembro da Copacabana que ganhou o primeiro McDonalds do Brasil. Que tinha os pasteizinhos das Massas Suprema, os discos da Modern Sound, onde brincava na rua, com crianças do asfalto e do morro, não importava, as compras nos supermercados Casas da Banha, Disco… Ícones que se foram.

Mas há muitos que ficaram, como os grandes hotéis (o Meridien virou Windsor Atlantica; o Rio Atlantica, Pestana; o Rio Palace Sofitel; outros chegaram; outros continuam firmes e fortes, como o Copacabana Palace e o Rio Othon…), os restaurantes (Cervantes à frente, churrascaria Carretão, agora tem até Colomno no forte), a praia (agora com quiosques modernos e variados), a favela no entorno (e todos se encontram na praia), o metrô que liga todo o bairro, os ônibus que ligam Copacabana ao mundo…

Copacabana é um mundo à parte onde se pode ser você mesmo. Em Ipanema você tem de se encaixar em uma tribo, no Leblon, você tem de desfilar (ou seja, sempre bem arrumado), em Copacabana pode tudo. E a Barra? Ah, a Barra é da Tijuca. A Miami brasileira. Não é Rio. Já não era quando eu era criança, pois uma ida à Barra era uma viagem, um passeio de dia inteiro, um outro lugar, não o Rio.

Copa está no coração do Rio e é o coração da cidade. De braços abertos para crianças e idosos, turistas e crias locais… Sim, tem travesti na avenida, tem prostitutas na orla, tem assaltos, tem polícia, tem tumulto, tem paz… tem o que tem em São Paulo, Vitória, Natal… Mas com uma cara única, fama mundial, e um réveillon que é apenas a celebração por tudo o que Copacabana e o Rio são o ano todo: todo mundo junto, fazendo o que quiser, com muita alegria e opções para todos os gostos. Para os santos e castos, para os pecadores, e para gente normal, como eu e você (normal eu? Que prepotência hehe). Feliz Copacabana para todos.

PS: agora vou dar um mergulho antes que a frente fria chegue…

PS2: o que mais teve em Copacabana ontem, algo que a Cristina Fritsch e a Vera Marcelino com certeza vão perguntar, conto não… Pois imaginar também é bom, muito bom

PS3: fotos feitas com Iphone…esqueci a máquina em Sampa…ontem, Marluce ainda me salvou (a do quarto é dela)

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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