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Dia a dia

FLYGAP

 

Fusões como a anunciada hoje pela Flytour e Gapnet, envolvendo todas as empresas dos dois grupos, não são mais surpresa e sim tendência. Chega-se a um patamar que só unindo forças para crescer e fazer frente aos novos desafios. Uma nova era para o turismo, oposta à era que os sócios de ambas as empresas vivenciaram e ajudaram a criar décadas atrás. É muito bom ver a evolução de todo um setor, que ainda resiste a mudanças e transformações.

 

Quando cheguei a São Paulo, em 1998, as consolidadoras já eram a grande força do turismo, substituindo os operadores desbravadores da década de 1980, as grandes agências das décadas anteriores, como motores da indústria. Ao lado do segmento de viagens corporativas mudaram a forma de se trabalhar, ajudaram a indústria a evoluir e crescer.

 

Se eu dissesse naquele ano a qualquer um deles que Rextur e Advance virariam uma só empresa, comprada pela CVC, e que Flytour e Gapnet se uniriam, com razão ririam da minha cara. Até porque, naquela época e nos anos seguintes em que acompanhei esse setor, de poucos e brilhantes players, Advance e Gapnet se alternavam como alvo dos demais. Eram as ovelhas negras que ousavam desafiar acordos, práticas tidas como comum… ou seja, incomodavam bastante.

 

Sempre me dei muito bem com todos e acompanhei o crescimento e a profissionalização desse importante segmento. Mas a briga era ferrenha e eu tinha de estar sempre atento às novidades de todos, sem privilégios. Uma vez um deles perguntou quanto eu tinha ganhado para escrever uma matéria sobre a Flytour. Respondi: o mesmo que você me pagou pela matéria da semana passada sobre sua empresa. Ficou um clima ruim por um tempo, mas eu consegui entender que era guerra o que havia entre eles.

 

Hoje, por mais que a Esferatur tente ser a voz mais dissidente, há mais ovelhas negras, e a Air Tkt é apenas uma tentativa de organizar o desenvolvimento do setor. Continuam superconcorrentes. O número de players tende a diminuir, mas os grupos estarão mais fortes.

 

Achei que a fusão Flygap seria apenas na consolidação, mas fui surpreendido com algo maior e mais poderoso. Prometem manter marcas e empresas… Claro que com o tempo, ajustes serão feitos (como as duas culturas atuarão juntas?), mas se sozinhas já eram fortes as duas empresas, agora mais ainda.

 

Quem partirá primeiro para a internacionalização? CVC? Alatur? Flygap? Que outras empresas serão agregadas a esses grandes grupos? Quem receberá dinheiro forte de investidores daqui ou de fora? Como os fornecedores veem essas movimentações? As empresas aéreas, aliás, foram das primeiras a fundir, comprar, revender… O tema é tão “corriqueiro” ou parte de uma tendência que não tem volta, que se duas aéreas nacionais decidirem se fundir ninguém vai ficar estarrecido como na venda da CVC ou mesmo na fusão Rextur Advance.

 

Há alguns setores, porém, que pararam no tempo. E continuam apostando em modelos que deram certo lá atrás, mas que hoje apenas sobrevivem. Fusão não é apenas para grandes e gigantes; parcerias podem nascer entre as empresas mais diferentes. Basta estar aberto a isso.

 

Os grupos estão se formando… Onde os dissidentes e independentes vão colar? O voo solo não é necessariamente ruim, mas caçar em bando é mais eficaz. Ou não?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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