Primeiro dia de Fórum PANROTAS 2011, sucesso de público (plateia sempre lotada até o final, e ainda o burburinho do foyer) e conteúdo (palestrantes qualificados e dispostos a responder sobre tudo). Como estou na organização, e fico “preso” junto ao palco, na coordenação com a Ana Donato, da Imaginadora, tenho uma visão um tanto limitada do evento. É um ponto de vista bem pessoal mesmo.
Este ano temos alguns ombudsmen anotando e analisando tudo (do Cássio, da Rextur, ao Tárik, da PMWeb, passando por professores da USP e pelo Luís Vabo, do Reserve), que nos ajudarão com a percepção geral e mais que isso um detalhamento do que ocorreu e de como ocorreu.
Achei a platéia tímida e fugindo de polêmicas, de posicionamento. Quando teve oportunidade de perguntar, não perguntou. O mesmo vale para a Abav. Quando perguntara, se ela queria se manifestar, ninguém se manifestou. E os assuntos eram pertinentes e importantes. Se o Fórum PANROTAS não é o momento para debater, onde mais seria? A portas fechadas? Pode ser.
A palestra de Philip Wolf foi a mais chamativa, com o convidado juntando as principais tendências e jogando na cara da plateia, que, ou está acordada ou não pega mais esse trem-bala.
O ministro do Turismo, Pedro Novais, apostou no certo, sem riscos: uma pesquisa de 2010 que fala do otimismo e do crescimento das empresas, um discurso enxutíssimo, mas pouca ou nenhuma coisa sobre o futuro. O que vem por aí?
No debate sobre destinos, o destaque foi a rivalidade de Orlando com Nova York, com a primeira levando ampla vantagem no quesito eventos. A Argentina também brilhou ao anunciar e analisar feitos como a conquista do rally Dakar, entre o país e o Chile, e que teria chegado a cinco milhões de turistas estrangeiros. Mário Moysés, da Embratur, foi bem realista: podemos mais, queremos mais. Mas como? Só simpatia não adiantou ao povo brasileiro nos últimos anos. Falta verba de promoção, falta ousadia, falta sair do samba e praia.
Renato Meirelles, da Data Popular, e Andrés Huettner, do Google, levaram dados, estatísticas, fotografias de mercado.
No debate de distribuição faltou polêmica. Como todos eram fornecedores, sobrou simpatia aos diversos meios de distribuir viagens.
O que ouvi durante o dia: elogios, surpresa de quem esteve a primeira vez, críticas em relação ao discurso do ministro, por não ter trazido visão do futuro, sugestões de temas para os próximos anos e críticas pontuais.
O evento começou e terminou na hora. Não teve como não se emocionar com a abertura de João Carlos Martins. Amanhã tem mais tecnologia em debate, aviação, viagens corporativas e uma atração musical surpreendente. Quem não vier, vai perder um grande segundo dia.
Artur,
A plateia não estava tímida. Foi dada oportunidade à plateia se manifestar apenas no final do último painel e, mesmo assim, com moderação do Paulo Salvador, que a muitos estimula e a outros intimida, graças à sua conhecida expertise.
Faltaram respostas às perguntas do Mór, mas certamente ele as terá em breve.
No mais, sucesso total.
[]’s
Luís Vabo
Artur,
Excelente síntese. Estive no evento e, ao contrário de você, acho que a fala do Ministro destoa completamente do que tem sido o Governo Dilma. Acho que ele perdeu a oportunidade de efetivamente dialogar, ou ao menos sugerir a abertura do diálogo. Os dados lidos por ele estão disponíveis…
enfim, frustrante.
Por outro lado, fiquei realmente impressionada com a qualificação da audiência, com os comentários e impressões “de corredor” e com o fato de que sim, este grupo é especializado e representa os interesses do setor.
Será que não é o momento de o Forum Panrotas começar efetivamente a pautar as ações políticas deste país? Ou pelo menos de alguns estados? Será que não é o caso de sumarizar as discussões em uma carta de encerramento? Muitos serás, mas é o espaço…
Parabéns, o evento está excelente.
Artur,
O presidente da Panrotas, José Guillermo Alcorta garantiu outro bom momento do evento. Ele foi claro ao reiterar quais são os objetivos do Fórum Panrotas e especialmente feliz ao afirmar que o evento é palco capaz de aproximar a iniciativa privada das autoridades públicas.
Cabe também destacar o alerta que fez em relação aos entraves gerados pelo artigo 60 da Lei n.º 12.249, de 11 de junho de 2010, regulamentado por meio da IN 1.119.
Parabéns a toda equipe da Panrotas e da Imaginadora!
Luis,
Achei a idéia da Mariana muito interessante. Sabemos que o FP tem a participação de quase 100% do “PIB pensante do turismo”, porque não aproveitar para elaborar um documento, ao final, com as principais demandas do trade e fazer dele o documento oficial em torno do qual o governo deveria pautar suas ações? Ousado demais? Quem sabe? Afinal, toda a grande caminhada começa com o primeiro passo.
Abraço
Caro Artur,
Os brasileiros ja se acostumaram a aceitar tudo de maneira pacifica, sem questionamentos, sem forca para promover mudancas.
Seus lideres (e os do trade, em geral) calam-se ante a pressao do governo quando o assunto chamusca a imagem deste.
Os presidentes das cias aereas nao tem coragem de peitar os gestores do setor, pois podem sofrer retaliacoes.
E existem as bancadas — deste setor, daquela cia etc. E onde a pior especie do publico invade o privado.
Com a Educacao, a Saude e a Seguranca Publica, os obitos foram se diluindo entre os remendos que o pais oferece.
A violencia urbana, a indiferenca publica e outros canceres de matizes diversas, levam o paciente vida afora — apenas levam…
E assim o tempo passa, agradando uns e entristecendo outros.
So posso comentar o que li nas reportagens do evento e no seu blog. Mas e como se estivesse corredor adentro…
Bencaos do Senhor e meu abraco de sempre,
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK, + 44 79 7973.3380
Oi Artur,
Obrigada por fazer parte de uma equipe que anualmente nos proporciona novos insights e reflexões valorativas a condução dos nossos negócios com a realização do Fórum Panrotas.
Quero realçar a cobertura do twitter, demonstrando que o discurso só é válido quanto a prática é a mesma… são poucos os eventos aqui no país que já estão em sintonia com essa iniciativa e poucos ousam tamanha abertura e exposição em tempo real.
Até a próxima edição!
Andrea Nakane
Concordo com tudo e seria interessante se o Macaco Simão comentasse no final mesmo que por escrito, seria interessante…o que acha?