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Dia a dia

Frases ao vento ou Viviânne exagerou

Empolgação, emoção, orgulho e vaidade sempre atrapalham na hora de se fazer um discurso, um elogio, uma reivindicação. A neutralidade e os pés no chão são raridade e como podem levar a uma interpretação negativa por parte da audiência, quase sempre são esquecidos. É a velha história dos eventos que sempre crescem 10%, das feiras que diminuem a olhos vistos, mas que nunca perdem nos números oficiais, da qualidade que se esvai sem que o discursante perceba, da entidade que ainda acha ser a tal, mas que quem diria, está quase no Irajá.

A falta de estatísticas unificadas, auditadas e sérias no País (há um caso ou outro sim, mas estamos falando do todo, da indústria) faz com que a maioria das afirmações seja encarada como devem ser: é o calor do momento, a empolgação de estar no palco presidindo um evento, a emoção de receber um prêmio. Que ser homenageado pela Beija-flor foi algo inesquecível e emocionante para Roberto Carlos, ninguém duvida, mas no calor da comemoração, ele diz que foi a maior emoção de sua vida. E o nascimento de seus filhos? Seus casamentos? Perdas? Grandes shows? Demonstrações de amor? Claro, a gente entende. É algo arrebatador mesmo. Damos um desconto. E tantas outras emoções virão para o rei.

Voltemos à nossa indústria. Onde cada entidade diz ser a real representante do setor. Uma vende 85% dos pacotes, outra 85% do movimento de lazer, outra 40% do corporativo, outra fala em nome dos gestores…

Tomemos o corporativo como exemplo. Blogueira do Portal PANROTAS, presidente da ABGev, fundadora da Academia de Viagens Corporativas, Viviânne Martins tem papel de destaque na história da organização do setor de viagens corporativas no País. Isso é indiscutível. É uma querida, como diz nossa outra amiga Helô Prass.

No calor da emoção, porém, Viviânne diz que “o corporativo subsidia o lazer e mantém hotéis, companhias aéreas e tantos outros fornecedores.”  Era a abertura do Lactte, evento que ela luta para organizar, estava falando para seus pares, queria algo positivo e para cima. Está certa. Mas não dá para levar sua frase ao pé da letra. Viviânne exagerou.

O corporativo não subsidia o lazer. A afirmação, fora de contetxo, pode soar arrogante e equivocada. Que números temos para dizer isso? Uma empresa como a Gol tem menos de 60% voltado ao corporativo. E os novos viajantes? E quem viaja de carro? E quem vai visitar parentes? E as vendas de lazer para os executivos dentro das TMCs que atendem as empresas? Qualquer hotel, empresa aérea ou fornecedor um pouco organizado sabe que o mix de público é o que faz o sucesso de seu empreendimento. Yield management, anybody?

Enquanto não houver uma radiografia, um censo do turismo brasileiro, qualquer afirmação desse ou de outro tipo não pode ser levada 100% em consideração. E qualquer acadêmico ou profissional mais antenado com as tendências mundiais sabe que o segmento que mais vai crescer no turismo mundial é o de lazer. Estudos da OMT comprovam isso. Não se trata de um diminuir ou eliminar um ou outro segmento. Mas é preciso ter cuidado com exemplos e comparações… O corporativo é fundamental para a indústria de turismo, mas não é dono do pedaço não. Dentro do próprio corporaivo há ramificações, variáveis, variantes… Não dá para generalizar dessa forma, diminuindo os outros segmentos. E o internacional??? É só corporativo mesmo?

Um bom exemplo ainda sobre o corporativo nós experimentamos, aqui na PANROTAS, quando fizemos o Anuário Corporativo deste ano. Enviamos uma ficha para as 500 maiores empresas do País, segundo ranking da revista Exame. Apenas 200 responderam com a autorização para participar do anuário com o nome dos responsáveis em suas empresas pela compra de viagens. Ou seja, 300 pelo menos ficaram de fora e não veem por que divulgarem essas informações. Se formos somar os gestores (ou equivalentes) que participam de qualquer grupo ou associação de viagens no País não chegamos a 100. Viviânne é pioneira em tentar organizar o corporativo, que, aí ela tem razão, não era tratado como deveria, relegado a segundo plano, quando na verdade é uma das estrelas de nossa indústria. Mas daí a querer ocupar a comunidade… vai uma distância. Ainda estamos longe de saber quem subsidia quem. Capaz de chegarmos à conclusão que o governo subsidia o corporativo, afinal são tantas contas de estatais e órgãos oficiais…

Afirmações no calor da emoção devem ficar no campo da emoção. Mas entidades deveriam lutar para que a radiografia fosse real e não chute. Quer representar de fato 85% do mercado? Esqueça números, fotos e títulos, e ouça seu associado. Lute por ele. Se você construir, eles virão.

Ao MTur, continua nossa sugestão: um censo completo e esmiuçado do turismo brasileiro. Já estamos prontos. E merecemos.`

Por fim… espero que esse post gere a discussão e apolêmica que o assunto merece. Às vezes tenho a impressão de que alguns veem os blogs como verdades absolutas ou temem discordar… Pois aqui não. Podem descer o sarrafo, discordar, criticar. Defendam o ponto de vista da Viviânne (provoquei de propósito, claro)… Defendam o meu e cheguem à conclusão que todos temos razão. E que é do debate que se constroi.

Chega de tapinhas nas costas.

Hehe, será que exagerei também?

Tomara.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur,

    Tem um ditado que diz: “em casa onde falta pão, tomo mundo grita e ninguém tem razão”…

    No mercado de Viagens – CORPORATIVAS, DE LAZER, DE EVENTOS, DE INCENTIVO ou qualquer das variáveis que você menciona falta muita coisa. Entre as coisas que faltam estão:
    – profissionalismo (no sentido de maturidade),
    – falta controle governamental (como é possivel um estabelecimento funcionar como hotel ou uma Operadora venderem sem emissão de NF e sem recolher impostos???)
    – falta acabar com a cartolagem (se fora amigo da “cia aérea” a cia aérea será sua amiga e protegerá sua remuneração)

    E por aí vai…

    Como eu já mencionei antes, o Paulo Salvador já falava sobre o mix de canais e que não existe mais CORPORATIVO ou LAZER. Na teoria, o CORPORATIVO seria tudo o que é pago por um CNPJ. Mas isso cai pelo chão quando falamos de incentivo, de profissionais liberais comprando suas férias etc.

    Bobagem é perdermos energia com discussões sobre quem é que manda onde nesta terra sem dono, sem regulamentação e sem controle!
    Para mim o importante é regulamentação e livre e justa concorrência.

    Acho que dei minha quota de participação na polêmica…

    Abraços e que venham as discussões!

  • Se existe um segmento que conheçe ou conhecia o que cada canal de distribuição vende, o quanto vende, se vende com low ou high yield são as empresas aéreas que estão na IATA BSP Brasil. Contra os números de lá não a argumentos, e demoram no maximo 30 dias para estarem disponíveis! Em compensação um Censo……

    Como existe um Padrão para todas as cias / agências ( exceto o calendario! ) os recursos de estatística são muito bons, possibilitando que a cia entenda exatamente o que cada agência faz, como vende, quanto vende, quanto a Industria vende.

    Mas como tudo é dinamico, se eu tivesse de cadastrar uma agência que é consolidador mas agora atende corporativo, o que eu faria???

    Sempre fui a favor dos setores serem regulados como é a IATA x Empresas Aéreas. Claro que ninguem gosta de pagar as taxas para a IATA, o que é discutível, mas que em finanças e parte adminstrativa funciona, com certeza funciona.

  • Artur,
    Vou deixar para os protagonistas abrilhantarem ainda mais a discussão, neste tema sou apenas um telespectador e só venho para aprender. Mas acompanho o colega Conrado.

    Muito Obrigado !

    Tenho certeza que a discussão sadia irá agregar muito meus conhecimentos e opiniões sobre este mercado do qual faço parte.
    Abs.

  • Ah, se fosse possível analisar em quantidade e $$$ e melhor ainda se fosse em qualidade também! Acho que ficaríamos muito surpresos com o resultado. Considero esta discussão extremamente saudável e válida pois penso que é assim que crescemos. Vamos colocar “lenha na fogueira” sim, e olha que nosso turismo de lazer pode surpreender as estatísticas e porque não falar de eventos? Sou agente de viagens e trabalho com turismo corporativo. Vejo mudanças, muitas mudanças no perfil do executivo que viaja a serviço, e um dos ítens principais que esta influenciando diretamente é a família. Já vi executivo cancelar toda uma agenda de viagem a negócios porque não conseguiu confirmar o vôo para família, ou mesmo estar no meio de uma viagem de lazer e incluir uma agenda do corporativo. O nosso cliente esta mudando de perfil e temos que analisar isto também. O mais importante é que o mercado esta aí para todos e o nosso crescimento só depende do nosso profissionalismo, este é o diferencial!

  • Prezado Artur,

    acredito que você irá me considerar “exagerado” como a Viviane, porém, eu também sou do time que acredita que quem carrega a industria nas costas é o corporativo (eventos e viagens).
    Trabalhei em agências grandes e o volume é tão absurdamente grande que fica dificil acreditar que o simples turismo de lazer possa fazer diferença caso o corporativo pare.
    Imagine se uma agência dessas super top perdesse todo o volume corporativo, como ela iria lidar só com o segmento de lazer?
    Super oportuno o dois posts – o seu e o dela – mas me perdoe a intransigência, irei ficar do lado da nossa amiga desta vez.

    • Isso mesmo Claudio…esse é o debate. Continuo achando os dois exagerados e incompletos na análise, pois turismo não é só avião… Obrigado pelo comentário. Há razões em todo o lugar e não estamos disputando placar aqui hehehe Muito obrigado por sua opinião bastante clara, sem floreios ou muros. Abraços, Artur

  • Tenho que comentar oque é para mim é óbvio ululante, mas todos os nichos tem sua importância.
    Caro Claudio Rocha, tenho que rebater seu comentário. Tem agencia super top que é muito menor que operadoras, como a CVC por exemplo, que está focada em lazer.
    Tenho visto muitas agências em minha cidade que é absolutamente industrial e por consequencia corporativa, virando suas miras para o lazer que é muito mais rentável.
    Tambem já trabalhei em grandes agências corporativas, assim como em cia aérea, hotel e operadora.
    abraço

  • Artur,

    Boa polêmica, como sempre. Deixe que dê minha contribuição, embora não seja exatamente minha preocupação analisar os motivos da viagem, pois, como executivo de CVB, interessa-me que as pessoas venham para o meu destino, independentemente do motivo da viagem.

    Quando cheguei aqui em Aracaju, em abril de 2009, diziam (os hoteleiros) que 70% do turismo em Sergipe era negócios/corporativo. Não confiando muito nos comentários sem nenhum embasamento, procurei as estatísticas oficiais da EMSETUR – Empresa Sergipana de Turismo. Mesmo longe dos 70%, constatei, de fato, que o turismo de negócios correspondera em 2008 a 49,64% do total, e o de lazer era de apenas 37,78% (o restante alegava outros motivos para a viagem). Analisando os resultados de 2009, podemos ver que os números passaram a ser de 44,95% para negócios e eventos, e de 43,10 para lazer, ou seja, uma subida de cerca de 6% no lazer e uma queda de cerca de 5% no de negócios. Bom, será uma tendência? Foi apenas coincidência? Houve um trabalho melhor da EMSETUR? Mais investimento? O curioso é que o ACVB, no mesmo período, aumentou em mais de 200% o número de eventos trabalhados! O ideal para nós é que haja um equilíbrio, e que consigamos direcionar o turismo de negócios e eventos para os períodos de baixa, mantendo o lazer na alta. Estamos trabalhando com a EMSETUR e o trade nesse sentido. Bom, aqui ficam os números como contribuição ao debate. Espero ter ajudado.

  • Artur, eu não podia ficar de fora, estou do lado da Vivi e não porque sou vice-presidente da ABGEV e amiga, mas sim por trabalhar com VC há anos e por acreditar na importancia que tem viagens corporativas na nossa indústria.
    Segundo o IEVC, VC representa 56,67% do PIB do Turismo, isso sem considerar eventos corporativos, lembrando que viagens de incentivos também são eventos corporativos, esse percentual com certeza será maior quando tivermos como mensurar EC.
    Ao dizer que o corporativo subsidia lazer, não sigfinica que é menos importante, mas sim que por ter um volume certo, mesmo em tempos de crise (afinal o turista cancela a viagem, mas o empresário não tem essa opção), isso permite aos fornecedores trabalhar com tarifas mais acessiveis para o lazer, fazer promocoes para chamar esse publico.
    Em vários anos como cliente corporativo nunca ouvi dos fornecedores que lazer tinha maior peso, pelo contrário, sempre os vi, disputando e participando de BIDs para atender clientes corporativos.
    É verdade que hoje não temos muitos gestores (travel managers) 100% dedicado nessa funçao, as empresas mudaram, implantaram conceitos de Procurement, atribuindo a esses profissionais novas responsabilidades, mas todos que cuidam desse custo dentro das empresas são considerados gestores, não importa se são compradores, secretárias, serviços administrativos, RH, finanças, isso muda de acordo com a cultura de cada empresa e justamente por essa diversidade nem todas as empresas reconhecem a importancia desse profissional. Nem todas querem divulgar o quanto gastam por acreditar que são informações confidenciais, não querem colocar em risco seu negócio e seus viajantes, divulgando valores tão expressivos, mas com certeza o Claudio tem razão ao dizer que as grandes TMCs não existiriam se não fosse o corporativo.
    O Gustavo também tem razão quando diz que falta regulamentação, isso sem dúvida ajudaria muito nessa tão esperada estatística.
    Desculpe, mas nao considero a afirmaçao dela fora de contexto, nem arrogante, VC desperta o interesse de muitos fornecedores, se não fosse uma fatia tão significativa, não teriamos tantos desenvolvimentos, OBTs, sistemas de controle de meios de pagto, empresas de vendas online entrando no segmento de VC, TMCs cada vez mais preparadas, cias aéreas criando novidades para o executivo a cada dia, hotéis que se renovam para atender o viajante corporativo, empresas de tranporte com logistica especifica para esse publico e por ai vai….
    Mesmo em tempos de copa e olimpiadas, com certeza teremos muitos grupos, viagens de incentivo, ou seja CNPJ pagando a conta, então mais uma vez VC e EC tomando esse espaço.
    Bom, espero ter deixado aqui minha contribuiçao.
    Abraços

    • Oi Patrícia, muito boa sua contribuição.
      Em nenhum momento disse que VC não é importante, pelo contrário. Só que acho que há uma conta maior que não está sendo feita. E não inclui o turismo de curta distância, de carro… Turismo não é só avião. Eventos não são apenas corporativos – carnaval, festa da uva, rodeios, festas religiosas, feriados prolongados… Tudo é turismo. O mix é o importante. O fornecedor não quer nem pode depender de um setor. Dizer que subsidia acho que é exagerado sim. Se o corporativo trouxesse tanto dinheiro para o Royal Palm Plaza, o Transamérica Comandatuba ou o Bourbon Atibaia, os pacotes de lazer não sairiam por milhares de reais e sim por centenas.
      Tenho certeza que a frase não foi arrogante, mas fora de contexto parece sim. Imagine a frase em uma coluna de Frases como há nas revistas semanais…
      Mais uma vez, sua contribuição foi excelente… Cadê Vivi? hehehe Sei que vai entender a discussão, como você entendeu. Beijos

  • Olá Artur. Não entender seu texto acho que é a pior parte. Em momento algum vc deu mais ou menos importância a um segmento. No turismo há alguns anos, vivenciando todas as mudanças, vemos que o corporativo é um segmento interessante, mas jamais devemos dar as costas a outros segmentos, até porque, cada segmento atua de forma diferente, e mais, fundamental, sazonalmente. Se todas as entidades e afins que surgiram no turismo nos últimos 10 anos orientasse seus trabalhos em prol do turismo, não seríamos tão carentes de informações, como vc tão bem colocou acima a necessidade. Hoje temos que lidar, entre outros fatores tão críticos ainda, com o ego … ai o ego !!!! Sds

  • Artur, vamos colocar lenha na fogueira!

    Segue abaixo a título de exemplo um para nossa reflexão:

    Nos USA com bases nas estatísticas oficiais os numeros de 2009 foram:

    Gastos diretos nas viagens corporativas: USD 214.7 bilhões
    Empregos gerados no mesmo período (corporativo) = 2.1 milhão

    Gastos diretos nas viagens de Lazer: USD 489.7 bilhões.
    Empregos gerados no mesmo período (lazer) = 5.3 milhão

    Lazer não é encher avião! O Artur tem razão! e Corporativo não é tudo isso!

    Seguem alguns exemplos:

    1- visitar parentes
    2-shopping
    3-visitar amigos
    4-turismo rural
    5-praias

    Abs
    James

  • Artur e demais amigos
    Desde a antiquidade o que sempre nos manteve ativos foi a diversidade do nosso mercado. O mercado tem crescido praticamente todos os anos, desde 2.001 e todos os nichos são importantes, nossos batalha tem que ser por trazer nossa indústria para as páginas ede economia dos jornais e revistas, além daqueles espaços que tradicionalmente já ocupamos. Vejo alguma difiuldade em rotular se viagem do titular é corporativa, como será a do acompanhante? E as premiaçōes com viagens de incentivo? Lazer?Corporativo? Entendo que a força de expressão da amiga Vivianne foi para ressaltar a importância da viagem corporativa. Mas não podemos negar que somos todos parte de uma grande indústria formada por “n”canais interdependentes não há como

    • negar….a discussão é válida e você Artur só nos mostrou como é capaz de agitar esse mercado…não é a toa que está onde está…abraços
      Cássio

  • Artur, alguem tinha que ser verdadeiro e fazer com que este blog deixasse de ser um clubinho de amiguinhos… A Sras. Vivianne e Patricia acreditam que os seus respctivos umbigos sejam o CENTRO DO UNIVERSO, por isso os numeros são divulgados desta forma. Alias eu não consigo entender que uma dupla que defenda tanto assim o nosso interesse, o de gestor de viagens, promova um LACTTE com os mesmos palestrantes de sempre, os mesmos assuntos e com 90% de fornecedores presentes e divulgue isso dessa forma !!! Afinal, elas estão de qual lado ??? do patrocinio eu acredito…

    • Luciano, obrigado pelo comentário. Na verdade meu foco eram colocações equivocadas ou exageradas em geral, a falta de medida exata de nosso mercado. A ABGev tem tentado, com o IVC, com a parceria com a NBTA, mas ainda falta muito. As questões que você levanta, especialmente sobre eventos, são para outro debate, que até já fizemos aqui. Os mesmos palestrantes falando a mesma coisa em eventos diferentes. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, não é? Nosso objetivo também não é partir para ataques pessoais dessa ou daquela pessoa. Usei a frase da Viviânne pois achei emblemática: um setor subsidiar o outro é algo muito grave, sério… E sabemos que em resorts muitas tarifas corporativas são menores que as de lazer… Enfim, obrigaod também pela participação. Abs

  • Parece que a polemica esta formada! Estou no mercado internacional do turismo a muito tempo fora do Brasil e agora de volta, fui ao LACTTE e venho conhecndo o belo trabalho da ABGEV e que tenho os seguintes comentarios:
    – sabia que o mercado americano funcionava com os numeros inversos ao Brasil, 30% corporativo e 70% turismo. O numero que vi acima comentado, aumentando o turismo e caindo o corporativo nos ultimos tempos, faz todo sentido visto que a economia que eh o que faz este mercado aquecer esteve devagar nos EUA e no Brasil tinhamos numeros que falavam de 60% corporativo e 40% turismo, dito pelo mercado e agora vem crescendo.
    – Interessado tambem nesse mercado corporativo, participei do LACTTE pela primeira vez e fiquei impressionado com o conteudo do evento….. impecavel e todos comentavam sobre os novos palestrantes internacionais.
    – por fim queria dizer a Vivianne que adorei o livro dela!
    espero ter colaborado com essa polemica.
    Saludos

  • Pessoal,
    Uma das mais perfeitas traduções que já ouvi sobre os programas de milhas foi:

    AS PESSOAS VIAJAM A TRABALHO PARA PODEREM VIAJAR A LAZER.

    Portanto….fica mais uma pimenta na discussão!

  • Bom dia a todos,

    Além de colocada dentro do contexto correto e adequadamente dirigida “para seus pares”, a frase da Viviânne foi de rara felicidade, inclusive por ter provocado este debate.

    O fato é que cias. aéreas, hotéis e outros fornecedores beneficiam-se (do ponto de vista de tarifas mais altas) do cliente corporativo (neste caso, o passageiro), que utiliza seus serviços mas não paga por eles.

    Por isso, as empresas (pagantes pelo serviço) procuram ssegurar-se de que as viagens de seus funcionários sejam compradas com o mesmo esmero e preocupação com custos, segurança e qualidade, com que o comprador de viagem de turismo, por pagar do próprio bolso, prepara sua própria viagem de férias: comparando a relação custo x benefício x orçamento…

    Daí a importância da gestão de viagens corporativas, com gestor de viagens dedicado ou não dedicado, com consultoria de agência de viagens especializada e com tecnologia apropriada.

    []’s

    Luís Vabo

    P.S.: O segmento de viagens de lazer também tem suas entidades, cujos dirigentes também proferem frases de efeito, embora nem todas capazes de levantar um debate como este.

    • Vabo, acho que você é um dos que não entenderam a minha colocação. Tudo o que você falou está correto e eu jamais questionei isso. Só se eu jogasse fora meus 20 anos de turismo. O que estou questionando é que turismo é muito mais que só avião, que só corporativo… já foram dados vários exemplos aqui, não vou me repetir. E não temos noção do tamanho do turismo. Pelo raciocínio do subsídio, podemos dizer que nos resorts o lazer subsidia o corporativo, pois as tarifas são maiores e eventos e reuniões ocupam os resorts na “baixa estação” dos mesmo, deixando as datas nobres para o lazer. É uma discussão inócua e improcedente, quem subsidia quem… Não é por aí. Acho que a ABGev foi fundamental para a organização do setor corporativo, ainda longe de estar organziado como em outros mercados. Mas não pode subir à cabeça e achar que, como dizem os funkeiros cariocas, da nossa terra, “tá dominado, tá tudo dominado”… Abraços e estou achando ótima essa discussão produtiva entre blogueiros PANROTAS (os melhores do turismo hehe), trade e leitores do Portal PANROTAS. Há vida inteligente e questionadora e algumas entidades podiam ter se aproveitado disso, mas, claro, sabemos que não foi, nem é conveniente. Mas isso é outra história. Mais abraços

  • Artur,

    “Polemicamente brilhante” a iniciativa deste “debate” de forma mais clara e menos “politica”, nos traz mais conhecimento tanto no texto de seu post quanto nos comentarios do mesmo…Parabens !!!

    Abs,

  • Estou em NYC para um evento sobre viagens corporativas (Business Travel Symposium da GBTA).

    Artur,
    Nem palavras ao vento e nem exagero, um engano não sei de quem?
    O meu discurso (que vc pode rebeber da B4Travel) não tem esta afirmação. Esta frase saiu na coletiva de imprensa no LACTTE, em contexto diferente do citado acima, quando o Alex (DCI) perguntou se o Corporativo concorria com o turismo, eu respondi que não, que inclusive nossa luta pelo reconhecimento de VC se dá porque o que serve para VC serve para o Turismo.Complementei dizendo que muitas vezes, o corporativo subsidia o turismo, pagando tarifas de tkts e hospedagem mais altos, permitindo as promoções que nunca utilizam as empresas.
    Que bom que isto gerou polemica e este movimento no seu blog, mas quem foi ao LACTTE este ano, me viu falar o tempo todo de união (estamos iniciando trabalhos para beneficiar o cliente com a ABRACORP)e principalmente comunicação.
    Levo na próxima semana novidades daqui e quem sabe podemos abrir novas discussões!
    Beijinhos e obrigada a todos que emocionam os nossos dias!!!
    Hahahaha

  • Artur,

    a discussão é bem interessante. Mas não leva a lugar algum, se não utilizarmos o poder de mobilização do setor para decidir criar padrões oficiais de avaliação. Enquanto não soubermos o tamanho do bolo, os que sabem pelo menos o tamanho da sua fatia, tem toda a razão de fazer a sua análise.

    Já que não vou trazer respostas a discussão, permita-me deixar mais algumas perguntas.

    Porque o turismo não compartilha dados de mercado?

    Quem perde com a falta de conhecimento de mercado e quem ganha?

    Porque são criados novos hotéis, novas rotas aéreas e construídos novos centros de evento?

    Mercados maduros compartilham dados. Experimente dever para um banco e tentar abrir conta em outro.

    Os grandes grupos hoteleiros americanos, chamaram uma empresa e criaram um serviço de compartilhamento de dados. Todos enviam para essa empresa e ela fornece os reports.

    Quando atingirmos a maturidade de que compartilhar dados de ocupação, diária média, e RevPar é muito mais estratégico do que entregar o “buraco” da ocupação na mão de um site de compra coletiva que vai ficar com 50% da receita que pra você é prejuízo. Chegaremos lá. Até lá, defendo a visão da Viviane que briga diariamente para levantar dados e organizar e capacitar seu setor.

    Fico a sua disposição para conversarmos sobre inteligência de mercado baseada em dados críveis que possibilitarão o desenvolvimento estratégico do setor.

    Abs

    • Boas perguntas, Augusto. Quem há de respondê-las? hehe Concordo sobre que cada um tem de arrumar sua casa e defender o seu. Mas sem depreciar o vizinho, certo? Um fornecedor sabe que é a soma de partes desiguais que lhe trará satisfação. Sobre compras coletivas, sou curioso para saber se é uma bolha passageira. Conto com suas perguntas no Fórum PANROTAS hein… Abraços e obrigado por descer do muro hehe

  • Muito interessante a questão.
    Porém ressalta seu segmento quem possui dados, fatos e argumentos.
    Concordo que o turismo é vasto e complexo. Por isso existe a segmentação. E neste quesito, creio que o segmento corporativo atualmente é o mais maduro, preparado e sofisticado. Basicamente o desenvolvimento de novas ferramentas de TI para o turismo tem como foco o segmento corporativo. Pois este segmento é extremamente exigente. Quem assistiu “Up in the Air” ? Reflete bem o viajante corporativo. Ele(a) está em missão. Precisa atingir seu objetivo nesta viagem paga pela empresa. Não quer filas, quer reconhecimento (status), serviços eficientes, precisa poupar seu precioso tempo e paga por isso (a empresa). Paga uma tarifa mais alta pois trata-se de um passageiro sensível a tempo e não a promoções. E aqui trato de todas as tarifas (aéreo, hotel, locação de carro e despesas extras que geram muita receita adicional). São detalhes e mais detalhes e vejo que as empresas cada vez mais focam neste segmento.
    Os dados dos EUA refletem uma economia totalmente diferente da nossa. Lá gasta-se em viagens de lazer. Eles possuem essa cultura. Assim como os japoneses que gastam demasiadamente em suas viagens de lazer. O Brasil ainda engatinha no segmento de lazer. Ainda é caro, complicado para muita gente. Talvez essa discussão se inverta daqui 5 – 10 anos.
    Em relação as viagens de lazer de carro, não vejo como mensurar isso no Turismo. O pax pega seu carro, para no posto (receita para o posto), almoça, janta (receita para restaurantes), consome (receita para o varejo) e fica na casa de amigo(a)/parente. Não há uma agência de viagens que ganhe com essa viagem de lazer. Creio que não podemos incluir esse tipo de viagem dentro da nossa indústria.
    E concordo com um post acima: aqui no Brasil temos entidades muito bem estabelecidas para representar cada um dos segmentos. Basta agora o aperfeiçoamento e focar nas oportunidades de negócio como bem escreveu o Cássio em seu último post.
    Temos muito a desenvolver no Brasil. E cada segmento sem dúvida terá sua fatia muito bem representada (com dados, fatos e argumentos).
    Por enquanto na minha micro opnião, o segmento corporativo lidera as estatisticas no mercado Brasileiro. Graças a um trabalho árduo e muito, mas muito focado, de entidades como a ABGev.

    • Fabiano assim você destroi a tese de que o turismo movimenta 52 setores… Em uma viagem de carro, o turismo colabora com a indústria automobilística, com os artesãos, com o comércio local, com pequenos hotéis e pousadas, com as concessionárias de pedágio, com as grandes indústrias, com os prestadores de serviço, como guias ou trabalhadores de atrações turísticas, com as barracas na praia… com uma série de trabalhadores e negócios. Ignorar isso é limitar o turismo e enterrar a tese de que somos a maior indústria do mundo, não poluidora e propagadora da paz. Enfatizar sempre que o corporativo paga a tarifa mais alta também não é correto. Em muitas vezes o turista de lazer paga bem mais para viajar de avião ou ficar em hotéis que as tarifas-acordo das empresas. É também diminuir o trabalho de gestores de viagens e TMCs que têm de encontrar não a mais cara mas a melhor opção (custo-benefício) para a viagem de seus clientes… Admiro o trabalho da ABGev também e a importância do corporativo, como já ficou claro em minhas palavras, mas o corporativo não subsidia o turismo de lazer, pois o turismo é um mix mais complexo e completo do que alguns querem ver. O corporativo está se organizando, tem números bons, mas são incompletos. Veja quantos gestores ou responsáveis por comprar viagens estão em associações como a ABGev ou o TMG… Ainda não a unidade que se espera e se quer… Infelizmente.

  • Artur, você causou mesmo foi um tumulto, pelo lado bom é claro.

    Turismo não é avião mesmo, mas……. sou da opnião que devemos aprender com Modelos que dão certo.

    Eu sugiro mesmo uma reflexão e uma busca de informações sobre este segmento que é tão complexo e desenvolvido. Quem sabe uma visitinha na IATA BR por exemplo, para ajudar nesta reflexão.

    E aqui não tem floreios nem muros, Veja só:

    – Fim do bilhete papel, advento do bilhete eletrônico ( Worldwide )

    Haja desenvolvimento para ligar um mundo todo com informações tão padronizadas em paises com culturas e tecnologias tão diferentes.

    – Faturamento BSP Brasil unificado.

    Haja engenharia financeira para coordenar o faturamento de um Brasil todo em 1 unico dia de pagamento e garantir o recebimento a aérea no dia seguinte! Ja pensou que bom seria com hoteis?

    – Estatiticas em tempo quase real e fidedígnas.

    1 x por ano o próprio Panrotas faz a publicação dos TOP players e ninguem fica questionando como o Sr. fez com a Sra Viviane!

    Alguem tem dúvidas que se pode aprender mais com este segmento? Eu me espelho sempre em quem é grande!

    E vejam que é só um segmento, quem mais pode falar sobre avanços e modelos?

    Eu trocaria somente a palavra da Viviane ( União ) por Sinergia!

    “Sinergia ou sinergismo deriva do grego synergía, cooperação sýn, juntamente com érgon, trabalho. É definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função.”

    Uma boa sexta feira a todos!

  • Artur, Viviânne e amigos,
    Relutei em fazer esse comentário porque teria que ser longo, mas essa rica troca de opiniões me convenceu.
    Listo a seguir os principais atributos do TURISMO DE EVENTOS:
    POUCOS DECIDEM O DESTINO DE MUITOS
    Enquanto no turismo tradicional, é preciso atingir milhares de potenciais consumidores para concretizar a viagem de centenas ou dezenas de turistas, no segmento de eventos, a relação é diametralmente oposta. Às vezes, uma pessoa decide onde ocorrerá um calendário de treinamento, impactando dezenas ou centenas de pessoas.
    ATENUA A SAZONALIDADE
    Como os eventos têm data certa para acontecer, os destinos podem programá-los nos períodos de baixa estação. As metrópoles caracterizadas pelo turismo de negócios apresentam ociosidade durante as férias escolares, enquanto nas cidades onde predomina o turismo de lazer, ocorre justamente o contrário.
    O TURISTA DE EVENTOS GASTA MAIS
    Como parte das despesas é suportada por uma pessoa jurídica, o turista quando viaja motivado por eventos exibe um gasto diário maior. Este mesmo turista em viagem de lazer, a passeio ou de férias, reduz os gastos em proporções que em média atingem até 30%, segundo dados do Ministério do Turismo.
    O TURISTA DE EVENTOS EXIGE NOTA FISCAL
    Como precisa comprovar despesas para justificá-las ou para efeito de reembolso, o turista de eventos precisa de documentos comprobatórios e, assim, ao exigir a emissão de nota fiscal, assegura recolhimento de impostos.
    SINERGIA ENTRE TURISMO DE EVENTOS x LAZER
    Ao aproveitar a viagem para passear ou tirar férias, ou ao retornar em outra ocasião, pelos mesmos motivos, o turista de eventos aumenta a permanência no destino e se faz acompanhar de familiares ou de amigos, incrementando o impacto econômico correspondente, E reforça ainda mais a melhor relação de custo e benefício, visto que não houve maiores investimentos de marketing para esse complemento ou a segunda viagem.
    TORNA-SE PROPAGANDISTA DO DESTINO
    Se bem impressionado, passará informações dos atrativos, equipamentos e serviços turísticos, tornando-se o propagandista do principal motivo de escolha de destino so segmento de viagens a lazer, qual seja, a indicação de conhecidos, parentes e amigos.

    Um abraço a todos,

  • Uma das mais brilhantes colocações do Artur e ainda tem gente dizendo que não leva a lugar algum ??? É disso que precisamos, que o mercado demanda… de colocações CLARAS, sem demagogias e desnudas de politicagens falsas. Parabéns Artur por colocar este tão importante ponto de vista.

  • Caro Fabiano,

    Pelos seus comentários dá para perceber que você nunca esteve à frente de um Convention & Visitors Bureau! Quer dizer que as viagens de carro que, segundo sua própria avaliação, impactam apenas(?) postos de combustíveis, restaurantes e comércio local são insignificantes e não devem ser consideradas turismo? Como assim? De onde você tirou esse raciocínio torto? Me perdoe, mas são exatamente postos de combustível, restaurantes e comércio (além de hotéis e demais fornecedores de serviços) que compõem o corpo de mantenedores dos CVBx, que defendem, independentemente do meio de transporte utilizado ou do agente usado para “adquirir” a viagem, o desenvolvimento econômico e social dos destinos, incluindo-se aí o recolhimento de impostos (como muito bem frisou o amigo Aristides Cury), que na ponta vai possibilitar mais investimento, geração de emprego e renda. Pense direito. Ainda acha que esse tipo de movimentação de pessoas não é turismo e não interessa?

    Um abraço.

  • Rui, com todo respeito, até por não conhecê-lo.

    Turismo é uma Ciência Humana, o estudo é no campo social / humano, é a motivação do turista. É por isso que é ciência, para se estudar e permite discussões saudáveis.

    Transportes, hospedagem , A&B , serviços essenciais como os postos de gasolina, entre outros, são Atividades Econômicas e tem somente relações com o Turismo, devendo serem estudadas separadamente.

    A primeira analise corporativa do Fabiano é tecnica e pontual.

    A questão do deslocamento de carro, se você buscar na ciência, vai ser turismo de lazer se o “viajante ” se deslocar por 24 horas ou mais, fora do seu local de residência e trabalho, e que a viagem não tenha nenhum fim lucrativo. Qualquer outro cenario é meramente um evento.

    Agora para o posto de gasolina, ele esta ali por causa do turismo? todo local que tem um carro precisa de combustivel, e combustivel é da industria do petrólio.

    Em relação a hospedagem, é muito extenso o assunto. Em SP capital lazer esta na posição X, no Rio esta na Y, na Bahia na Z.

    Em SP capital, por exemplo a Viviane estaria correta ao dizer que o Corporativo subsidia o Lazer, no Nordeste por exemplo não.

    Os restaurantes da região da Paulista fomentam turismo de negocios/lazer? na minha modesta opnião, até movimentam, mas entreviste quem vai la, 90 % durante o dia são funcionarios de empresas que trabalham la, e a noite 70% são pessoas que vão la somente por ser um lugar agradável e bom, e 30% se enquadram em turistas e/ou indicações.

    Um destino se desenvolve se tem um diferencial , algo que capte pessoas. O FOCO são PESSOAS e o porque elas estarão ali.

    A estrutura que o envolve é somente um braço chamado Negocios que possibilita o ” Ser Humano ” a ter motivação de estar la.

    Como temos assunto não é? UFA!!! Bom fim de semana a todos.

  • Apenas mais um rápido adendo…
    Inicialmente, gostaria de dar meus parabéns ao Artur, que com um único post, creio que jamais houve tenha havido tanta audiência, réplicas e tréplicas. Isso é saudável e necessário. É uma debate, digno de um fórum, onde todas as partes podem (e devem se manifestar; ouvir e ser ouvido.
    Voltando ao tópico em questão, passei os últimos 3 dias assistindo à vários colegas se expressarem, colocando suas opiniões, visões e experiências. Um time de primeira linha de “blogueiros”. Porém, houve um que não se manifestou: Ricardo Amaral. E, para “acalientar mais a discussão e dando razão ao texto inicial que gerou toda esta repercussão, se falarmos no segmento dos Cruzeiros, não se poderá afirmar categoricamente que um determinado segmento subsidia, ou é subsidiado por outro. Há de fato, uma sinergia. Todos os segmentos envolvidos se necessitam. Ou o viajante corporativo não aproveita seus momentos fora das atividades que focaram a viagem em si, ainda que raras, para usufruir das facilidades de um hotel, de um restaurante conhecido / indicado, de algum passeio tipicamente de tursta? Todos se entrelaçam. Um seminário, ou evento, à bordo, por exemplo, NATURALMENTE, oferecerá momentos de puro lazer. Não há um segmento vencedor; Não pode, sim, haver um perdedor; todos os envolvidos, direta, ou indiretamente, precisam e necessitam “vencer”.
    Cordial abraço para todos.

  • Artur,
    Estou adorando todos os comentários e na verdade para mim tudo esta interligado e o importante não é só debatermos, mas tomarmos ações. Acho que aí caberia um debate, estabelecendo objetivos e metas, não acho que deveria parar por aqui. Well, em meio e este debate de tantos “gurus” do turismo coloco também algumas perguntas, na verdade dúvidas que surgem no meu dia a dia de agente de viagens:
    – O que esta acontecendo que não há mais hotéis disponíveis nas grandes capitais (as vezes até mesmo em pequenas cidades)? Em São Paulo, por exemplo, não há disponibilidade alguma para próxima semana (a não ser que você disponha de pagar um valor bem, mas bem alto mesmo…) … Então sempre questiono as equipes locais dos hotéis e também acompanho nas agendas de eventos: Não há disponibilidade devido eventos X, Y, Z… Vários eventos ao mesmo tempo, lotando todos os hotéis. Já soube executivos que tiveram que se hospedar em motéis, pois hotel nem pensar… Quem dirá a linda Belo Horizonte que hoje me parece ser a cidade rainha dos eventos médicos! Hora, eu pergunto então a todos vocês, se o turismo corporativo na maioria das vezes é imediatista, sem um planejamento prévio, temos o turismo de eventos que tem um planejamento e bloqueios com muita antecedência, como também o de lazer que efetua seus bloqueios para os pacotes em geral. O que será do turismo corporativo em 2014? Vai parar por um mês ou dois ou até mais? E o que esta sendo feito perante a esta demanda que não esta sendo atendida? Simplesmente sugerir que as empresas cancelem as agendas de negócios? (me desculpem se já tem a resposta, pois eu tenho esta dúvida) Obrigada a todos!

  • Artur,
    Pedi aos colegas da USP para lerem este seu post, e comentamos bastante no final de semana. Karina Solha, Marcelo Vilela, Luiz Trigo e eu aplaudimos a qualidade de seus argumentos.

    Sabemos que você é um dos grandes questionadores sobre a distância da academia e do mercado, e quando fala da ausência de dados a partir dos quais os discursos possam se basear, certamente chama nossa atenção.

    De fato, o Brasil não dispõe ainda de estatísticas diversificadas que permitam avaliar como o Turismo é importante. Tanto é que o poder público, em suas várias escalas, segue repetindo os mesmos erros. Mas há dados internacionais que se replicam, como por exemplo o fato de que as viagens de lazer ainda superam, em números e volume de gastos total, as viagens corporativas.

    Mas há outros problemas – unificação de terminologia, para que todos possam falar da mesma coisa, nos mesmos termos (em inglês, parece que tudo fica mais simples); união de esforços; reconhecimento de competências. E aqui puxo a brasa para a nossa sardinha…

    Somos professores da principal universidade pública do país, e estamos sempre buscando oportunidades para nos aproximarmos do mercado. Temos tempo, espaço e alguma condição de realizar pesquisa. Temos alunos motivados e parcerias internacionais. Mas precisamos ser demandados, precisamos estar mais próximos de vocês, para poder discutir as bases reais, e não o que “um acha” ou o “outro considera”.

    Sendo voces o principal veiculo de comunicacao do Turismo no país, por que nao pensarmos em comecar agora esta parceria e esta pesquisa, para comecarmos a mudar alguma coisa desde já?

    Novamente, parabéns pelo texto!

    Mariana Aldrigui, Karina Solha, Marcelo Vilela e Luiz Trigo

  • Tiago,

    Com o mesmo respeito, acho que não me fiz entender. Pergunte aos donos de restaurantes, postos de gasolina, comerciantes, etc., se eles se importam com o motivo da viagem! Estabelecer o que é turismo ou não é, nunca foi nem será minha preocupação no momento. O que quis mostrar foi que, do ponto de vista de quem defende o destino (ou o desenvolvimento econômico e social do mesmo), o importante é que pessoas de fora visitem nossas cidades e consumam nossos produtos e serviços. Aumentar o fluxo de visitantes é a preocupaçào dos CVBx, se possível, fazendo com que eles permaneçam mais tempo e gastem mais per capita, o que pressupõe qualificar o visitante (melhor que dizer turista). Era isso. Definir o que é turista ou não é eu deixo para os acadêmicos, pois é discussão que, no momento, não está entre minhas prioridades.

    Boa discussão, entretanto.

    Um abraço.

  • Como uma discussão pode trazer resultados! Além dos pontos ressaltados por todos os comentaristas, ressalte-se a oferta de Mariana Aldrigui, corroborada por Karina Solha, Marcelo Vilela e o amigo Luiz Trigo, de realização de pesquisa nos moldes do estudo sugerido pelo Artur. Tenho certeza que a ABGEV da querida Viviânnbe deverá se unir à parceria USP + PANROTAS, assim como a ABRACORP. Posso afiançar desde já a adesão de diversos Convention & Visitors Bureau de destinos importantes de todo o Brasil, a começar pelo Aracaju CVB do querido Rui Carvalho. Quero me colocar à disposição para participar, oferecendo modesta contribuição.

  • Pois é amigo Aristides,

    Uma discussão, quando travada neste nível de excelência, é sempre o melhor caminho para que se faça luz. Claro que estou à disposição para ajudar no que estiver ao meu alcance nesse estudo. Adorei a polêmica, pois o que importa é que se discuta o assunto. Só quis colocar a posição de quem recebe visitantes e deles depende para impulsionar a economia. Nós, que defendemos destinos, somos os primeiros interessados em discutir o que motiva a viagem, para que possamos aprimorar nossas ferramentas de atração e direcionar nossos esforços de marketing, mesmo que, no fundo no fundo, o que nos importa seja que os visitantes escolham nossas cidades e não as razões que estão na origem dessas escolhas. Estas, claro, são importantes para que tenhamos mais foco onde há maior potencial, mas não podemos desprezar nenhuma motivação ou meio.

    Abraço a todos e parabéns pela altíssima participação.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

O conteúdo dos blogs é de inteira responsabilidade dos blogueiros convidados, não representando a posição da PANROTAS Editora.

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