Depois do post sensacionalista de Luís Vabo (com direito a mea culpa, mas ele não é jornalista, então está desculpado) sobre a consolidação hoteleira estar chegando com força nas consolidadoras aéreas, a conclusão é que não há sensacionalismo nenhum no fato.
Na semana passada falei com o Rui Alves, da Gapnet, um dos gurus do setor, e ele disse que estão até atrasados, que isso deveria ter sido feito (pelo setor) quando as consolidadoras tiveram e desenvolver tecnologia para integrar conteúdo das empresas aéreas (e quando integradores como o Reserve, do Vabo, nasceram).
Então hoje, com a tecnologia especialmente, cada empresa escolhe o que quer vender. Não há mais feudos, território marcado, glebas cercadas de arame farpado. Mas ainda há panelinhas, claro. Inevitável.
A Trend Operadora é o player a ser batido e sabe disso. Seu negócio mudou e hoje além dos novos players, além dos operadores, além da venda direta… há a sombra da Booking.com, considerada referência na venda de hotéis para o consumidor final.
Falei com o Luppa, que estava na Espanha, e ele se disse tranquilo. Mas sabendo que terá de mostrar garras mais afiadas. E mostrará, inclusive invadindo territórios sagrados.
Em vez de desdenhar dos novos concorrentes (já que vender hotel é um negócio diferente de vender aéreo) ou de se dizer despreocupado (o que é diferente de tranquilo – quando se tem uma estratégia), ele disse que monitora diariamente todos os concorrentes – do Booking aos novos.
E me enviou um comparativo com os portais da Rextur Advance (RA hotéis), Flytour Viagens (Melhor Tarifa Fly) e MMTGapnet. Em mais de 60 itens, mostra a maturidade da Trend, o que é natural. Ela é a empresa a ser batida.
Na avaliação da Trend, seu portal, o Na Trend tem 88% de maturidade, contra 63% de Flytour e MMTGapnet, e 56% da RA Hotéis. “Eu estaria enganando a mim mesmo se houvesse manipulação dos dados”, disse Luppa. Acredito. Mas é certo também que ele se baseou em funcionalidades do portal da Trend para comparar os outros. Ou seja, algo que a RA ou a Flytour tenham e a Trend não tenha possivelmente não entrou na comparação. Por exemplo, o fluxo corporativo do RA Hotéis (via Reserva Fácil) ou a comissão sobre a venda total.
Virá uma guerra pesada por aí? Acho que sim. Afinal estamos falando de grupos que vendem mais ou tanto quanto a Trend (Flytour e Rextur Advance bem mais, sendo que a última ainda contra com a CVC, e Grupo Gapnet talvez igual) e ainda falta a entrada da Esferatur, que já disse que vai focar no corporativo puro, sem parcelamento do pagamento e com muitas funcionalidades para a agência média ou grande corporativa. Uma guerra baseada em tarifa ou funcionalidade?
Nada de festa de rua, caro Vabo. Negócio grandioso e seríssimo. E que vai agitar bastante o mercado.
Leia a matéria completa no Jornal PANROTAS desta semana – ainda à tarde entra no ar a versão digital. E, aos players envolvidos, podem nos mandar avaliações, comparativos… quanto mais informação melhor.
Festa de rua também se ganha muito dinheiro, Artur,
O título chamativo cumpriu sua função e o post foi lido, comentado, criticado, debatido e ainda deu uma matéria no Jornal Panrotas.
Nem sempre acerto tanto…
[ ]’s
Luís Vabo
Não sou contra, Vabo, sensacionalismo… no humor ou com humor fica ótimo. Sabendo usar, fica muito bom.
Agora, como pretensão e água benta não fazem mal, vale salientar que a reportagem do Jornal PANROTAS não foi calcada ou baseada no seu blog. Apenas na nossa missão jornalística. Alguns chamam de faro. Outros de visão. Mas fica à vontade para mandar sugestões de mercado, pois seu olhar também é válido e enriquece qualquer discussão.
Abraços e vamos aos próximos posts
ARTUR