Analisando nossa Retrospectiva 2016 e olhando as notas mais lidas do Portal PANROTAS, tive a forte impressão de uma indústria fragmentada, dividida, confusa, com cada um remando para um lado e com o consumidor perdido entre tantas escolhas, falsas impressões, verdades escondidas e enganações puras.
Vejo também associações fragilizadas, escondendo brigas internas (algumas bem tolas, outras muito sérias), forçando números, não sabendo usar estatísticas com inteligência de mercado e adiando decisões importantes. Mais que tudo: sem posicionamento. Entidades que vivem para seus eventos e não seus associados.
Um assunto batido, mas que, diante do atual estágio da indústria, com canais se multiplicando (e em alguns casos afunilando), novos players desafiando os antigos e alguns antigos se consolidando e fortalecendo, e ainda questionamentos de clientes, distribuidores e até fornecedores, além tecnologias cada vez mais libertadoras (para todos os lados) e eventos sem o sentido de antes… não seria essa a hora de unir forças em vez de dividir? De ter uma associação brasileira de Turismo que cuide de alguns assuntos mais estratégicos e gerais a todos?
Quer continuar fazendo sua feira caça-níqueis? OK, mas deixa a nova associação ser a interlocutora com autoridades, fazer lobby, defender a legislação adequada, falar com o consumidor sobre o que é essa indústria, uma indústria que inclui todos os players, das OTAs aos hotéis, das empresas de tecnologia ao Google, da Airbnb ao Uber, do receptivo às operadoras emissivas, dos blogs às agências, da imprensa aos demais.
Para mim o grande exemplo é a US Travel Association… A Asta não deixou de existir (pelo contrário, focou em capacitação, em fortalecer os agentes), nem a Clia, nem a Ustoa, em a GBTA, nem outras entidades setoriais… Mas quem fala com o Congresso americano, quem fala com os compradores de EUA em todo o mundo de forma única e profissional, quem faz campanha para o americano tirar férias, quem está na mídia falando da importância da indústria de Viagens e Turismo é a US Travel. Uma entidade que reúne da Disney à Marriott, dos hotéis independentes de São Francisco (para citar algo aleatoriamente) às vinícolas de Crusa. E quem conseguir sustentar seu evento próprio, por favor, continue firme, mas com uma proposta diferenciada. É assim que o IPW e a GBTA são eventos bem diferentes. Ou o evento da Clia. Ou a Convenção do Virtuoso, ou ainda os eventos do segmento de Mice.
No Brasil, é todo mundo fazendo a mesma coisa. E sem prestar contas a ninguém. Reuniões de portas fechadas. Presidentes mal humorados se contrariados ou questionados.
Isso está acabando. Isso vai acabar.
Quem está um passo à frente? Em 2017, já teremos ideia do que virá por aí.
Comentar