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Dia a dia

Matou a família e foi ao cinema (risos)

Sem pátria, haitianos invadem o Chile fugindo da crise brasileira. E nós brasileiros? Invadiremos que pátria? Ops, que praia?

Sem mãe, Suzane von Richtofen ganha folga da prisão no dia das… mães. Oi? Foi visitar o túmulo daquela que ajudou a matar? A Justiça prevê esse benefício… A Justiça?

Sem vergonha, o presidente interino da Câmara, Severino Cavalcanti… ops, José Sarney… ops, Flávio Dino… aka Waldir Maranhão assina e desassina e passa… vergonha nacional.

Sem papas na língua, o presidente da Bristih e da Iberia diz que o Brasil está débil e que por isso está cortando oferta de assentos ou voos das duas companhias no País, o que já fizeram American, Tam, Copa, Air France, Delta… Pelo menos muitos voos estão sendo cortados em Brasília. Na hora de fugir, depois de votarem, os políticos terão de fazer escala em solo nacional.

Deve haver alguma explicação dos astros para esse nosso Brasil. Algum planeta safadinho e abilolado que permite tantos desmandos e notícias que nem nos chocam mais. Ou não. Vai ver somos o programa de humor do cosmos. A TV Pirata, a Zorra Total do Universo. Nos choramos e eles riem. E até que nos divertimos. Talvez se nos divertíssemos menos…

Vamos de Uber aos protestos e voltamos de táxi. Vamos a Miami de executiva (upgrade, claro), mas a vida não tá fácil. Queremos liberdade e um futuro melhor, e aplaudimos Bolsonaros?

E então, aguardamos um novo governo (de gente que já estava aí) e a volta da estabilidade para podermos planejar de novo, acreditar de novo, nos iludirmos de novo. E lermos os portais com uma indignação mais distanciada. No fundo, há uma chance de dar certo, pois, melhorar o que está péssimo não será tão difícil, e, para continuar no poder e não usar tornozeleiras, já aprendemos (ou aprenderam) que tem que se fazer o mais… correto (possível). O Brasil mudou? Nem. Mas como diria Lulu (ou Raul?): não vou dizer que foi ruim… também não foi tão bom assim.

Machista, racista, cheio de preconceitos, intolerante, sem paciência, sem mãe, sem pátria, sem Justiça, sem papas na língua… É o futuro repetindo o passado, no tal museu de grandes novidades.

Mas também vemos (ou queremos ver?) o futuro por cima do muro de hipocrisia e, quem sabe?, ao voltarmos, encontraremos um pouco menos de tudo isso. Um pouco menos apenas, ou não rirão mais de nós. E trocarão de canal. Para a TV Vênus, a TV Marte… outra TV qualquer.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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