ABU DHABI – O business model da Etihad Airways é um dos mais interessantes do mundo da aviação. Com apenas dez anos de vida, a companhia apostou no investimento financeiro em aéreas regionais onde quer se fortalecer e chegar (como a Air Berlin, Air Seychelles e a indiana Jet Airways, entre outras) e em parcerias com aéreas regulares, como as americanas American e Jet Blue.
O presidente da companhia, James Hogan, durante evento de lançamento das novas classes da companhia (para o A-380 e B-787), disse aos jornalistas que não iria falar de assuntos que não fossem os novos produtos, mas deu dicas do que vem por aí. O mais importante é que a empresa segue um modelo de negócios diferente, ousado e que continua inovando.
Todos queriam saber da proposta feita ao governo italiano para investir na Alitalia, mas Hogan não se quis falar sobre esse tema. Sobre a concorrência entre as três aéreas do Golfo Árabe (Emirates, Qatar e Etihad), ele foi mais generoso. Disse que se não houvesse espaço para as três, elas não estariam atuando e que se hoje a Etihad é metade do tamanho da Emirates, em cinco anos essas alianças e investimentos farão a diferença para a empresa de Abu Dhabi. Hoje a Etihad negocia não em nome de seus 100 aviões e sim de 500 do grupo.
E também destacou as inovações em produtos como diferenciais – e a empresa apostou alto na segmentação para os passageiros Premium e de alto luxo. Falta ainda um aeroporto à altura, que virá somente em junho de 2017. “Mas enquanto isso estamos aumentando a eficiência no atual aeroporto, que tem processos muito rápidos”, disse ele. Mesmo em obras, ele garante que o atendimento e a rapidez melhoraram.
Hogan disse estar satisfeito com os resultados do Brasil e que quer ampliar a atuação na América do Sul. Mas sem data para acontecer. O mesmo na África, no Canadá e em outros destinos… Os aviões que operam a rota para o Brasil serão retrofitados para se adaptarem aos novos padrões do A-380 e B-787. A previsão é que em quatro anos a frota toda esteja no mesmo padrão.
Ficou irritado com a pergunta se ganhava dinheiro com a venda de primeira classe. Os novos produtos, segundo ele, foram criados exatamente porque ganha dinheiro com esse tipo de produto. “As europeias podem não ganhar, mas para nós é uma receita importante sim”.
Na coletiva de imprensa, em meio a perguntas óbvias (“qual a importância do meu país para a Etihad?”), provocativas (sobre concorrência, novos investimentos) e críticas (especialmente em relação à internacionalização da empresa, que não pode depender apenas do tráfego regional), Hogan , que eu já entrevistei aqui em Abu Dhabi, há um ano, mostrou mais uma vez que foi contratado para gerir uma empresa aérea competitiva e não estatal. Tem de ser segura, tem de ser a melhor, mas tem de ser rentável, como vem sendo. Faço um paralelo com os brasileiros que dirigem a Tap. São casos em que se tem de olhar além, tanto em tempo quanto em espaço. Mas com um bom plano de negócios, um modelo definido e profissionais capazes (na Etihad são 141 as nacionalidades dos funcionários) o caminho é um só: sucesso.
Viagem a convite da Etihad, com proteção GTA
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