O ministro da Economia, Paulo Guedes, que passou parte de suas últimas férias em Miami, nos Estados Unidos, voltou a tocar nos temas “viagens ao Exterior”, “empregadas domésticas na Disney” e “incentivo a viajar ao Nordeste”, ao reafirmar que a atual política econômica prevê um dólar flutuante, porém em patamar inquestionavelmente mais alto, entre R$ 3,80 e R$ 4,40.
Infelizmente, ao se referir às empregadas domésticas e pedir desculpas às mesmas, usou o famoso argumento (para dizer que não tem preconceito) de que “a mãe do seu pai (no caso sua avó) havia sido doméstica”. Parece aquela história de “tenho amigos negros, gays e gordos…”.
E também infelizmente, ao se referir às viagens ao Exterior, as colocou como contraponto ou algo que exclua as viagens ao Brasil. Uma coisa não elimina a outra, ministro. Quem foi que lhe disse:
- Que os brasileiros não viajam ou não querem viajar pelo Brasil? Somos uma das dez maiores economias turísticas do MUNDO. Graças ao Turismo interno. E não por causa das viagens ao Exterior ou ao receptivo internacional.
- Quem disse que viajar ao Exterior é algo nocivo? Que nação é essa que isola seus cidadãos dentro de seu território? Cuba? Coreia do Norte? Somos assim?
- Quem disse que Turismo é apenas “lazer no Nordeste”? Onde o senhor estava quando as praias do Nordeste sofreram com o derramamento de óleo e a região penou com prejuízos e desemprego? Houve incentivos para a região?
“Um Brasil cheio de belezas naturais, e as pessoas pensando em não viajar para as praias do Nordeste, por exemplo, porque estava 50% mais caro ir para o Nordeste brasileiro do que ir para Exterior”.
Paulo Guedes
Nessa fala de Guedes há pelo menos dois erros grosseiros: como assim o brasileiro pensa em não viajar para o Nordeste? E em que mundo é o dólar alto que barateia uma viagem doméstica? Pergunte às empresas aéreas…
“Nós estamos fazendo política econômica pensando em todos os brasileiros e particularmente nos mais humildes” disse o ministro. Seria bom, dentro dessa estratégia, não demonizar qualquer desejo de consumo ou querer que apenas a elite viaje ao Exterior. Miami é para todos.
O Nordeste brasileiro já foi adotado como destino preferencial de férias e isso não vai mudar. O que sustenta uma economia no Turismo são as viagens domésticas. Mas o cenário pode melhorar. Com certeza pode.
Como? Do lado do governo, com menos carga tributária, um valor condizente com nossa realidade para o querosene de aviação, menos burocracia para a abertura de empreendimentos turísticos, incentivos aos empreendedores e aos viajantes, promoção do Turismo interno, fim de taxas e impostos absurdos, ajuda aos Estados e municípios para obras que impactem positivamente o Turismo, crescimento econômico… e oxalá os viajantes para o Exterior também cresçam, pois isso vai significar um País com uma economia forte, que atrai investimentos, gera empregos e divisas, inclusive para aquela que é a principal geradora de oportunidades no mundo, o Turismo.
Viajar para o Exterior não é crime
Apenas nos confirma entre as grandes nações do planeta. Mas para isso, ainda faltam muitos ajustes, não é mesmo?
E nós estamos aqui para ensinar, abrir os olhos e mostrar como o Turismo é importante como um todo. E sem preconceitos, pois sabemos que muitos ainda têm visão distorcida de nossa indústria. Inclusive eu tenho um primo que tem um amigo economista… e ele é gente boníssima.
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