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Dia a dia

não NEO não

Uma das grandes notícias de 2016 e que ainda não foi digerida por muitos parece sem importância, corriqueira, mais um reflexo da crise. Falo da não participação da CVC em feiras. A maior operadora de viagens da América Latina, cujo faturamento responde por metade da Braztoa ou até dois terços se contarmos as demais empresas do grupo, vestiu a camiseta amarela onde se lê LÍDER e decidiu comandar suas ações, em vez de ser comandada por tradições, costumes ou por falta de estratégia.

 

Foi uma medida radical, que pode ser que seja repensada para 2017, e mesmo se assim acontecer, não repetirá modelos do passado.

 

O que ocorre lá fora não necessariamente precisa ser feito aqui no País (a CVC, ao contrário da Abreu em Portugal, por exemplo, não tem uma grande feira para o público final, por exemplo), mas a decisão da CVC obriga os eventos a mudarem, repensarem suas estratégias e formatos, criarem coisas novas para 1) trazerem a CVC de volta e 2) não fazer com que outros a sigam.

 

Já falei aqui que WTM Latin America e Abav têm suas qualidades e áreas de atuação, e essa divisão pode ser benéfica para todos, mas a decisão da CVC vai um pouco além de responder à pergunta “vou gastar dinheiro com estande em feira ou não?”. Pode ser que a empresa esteja até gastando muito mais em outras ações, como eventos menores e próprios, publicidade, no mundo digital, enfim… há uma séria de opções.

 

O mais importante é que o modelo foi questionado e confrontado e quando isso é feito todos acabam por se mexer.

 

O mesmo está ocorrendo com as consolidadoras, abrindo mão de escritórios físicos em nome da tecnologia e do home-office, ou com os cartões de assistência, abrindo suas mentes e seus leques de produtos para mais opções, mais clientes, mais áreas de atuação.

 

Tomar decisões radicais, que depois se assentam e chegam a um modelo ideal, é uma das saídas para forçar mudanças, para obrigar parceiros a pensar juntos em novas formas de vender, reservar, hospedar, transportar… fidelizar.

 

2017 vai ser um ano que não aceitará repetições, fingir que nada aconteceu nos últimos dois anos. É hora da pílula vermelha, Neo. E lembre-se: déja vu é falha na matrix.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Maravilhosa reflexão. Em nossa empresa parisiense estamos virando tudo de cabeça para baixo e recolocando em “nova” ordem.
    Metros quadrados versus Megabits, Salariados versus Colaboradores, Visitas Pessoais versus Formações on Line. Resta do modelo passado a vontade de servir e deixar gente feliz e paira um certo receio de que Uber e AirB&B estejam nos empurrando para uma economia sustentada pelo mesmo modelo da banana Chiquita.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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