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NOSSO CARO BRASIL

Os europeus continuam em crise. O Brasil continua caro. Não tem meios termos. Não tem panos quentes.

Conheci alguns portugueses no Bairro Alto e conversamos muito sobre isso. Todos estão indignados com o primeiro ministro Sócrates e alguns chegam a lançar a campanha “Lula em Portugal”, pois a situação está bem difícil. Um deles, advogado, disse que tem vários amigos investindo no Brasil. É o local das oportunidades na América Latina. Conhece bem o Rio e São Paulo e considera as duas cidades muito caras, o que só deve piorar, em sua opinião, por conta da Copa e da Olimpíada.

Um outro, arquiteto, ressalta a crise em Portugal e disse que teve de passar a ir ao México para conseguir novos negócios. Isso mesmo. Ele se divide entre Lisboa e a Cidade do México. Brasil? Adoraria ir, mas está muito caro no momento e os cortes do governo nos gastos e salários dos funcionários públicos fez seus projetos pararem.

Os portugueses estão insatisfeitos com sua economia, reclamam de qualquer dez euros a mais que tenham de pagar em um evento, produto ou viagem. O vendedor de uma loja elogiou meu casaco, disse que tinha visto um em promoção ali perto, a 60 euros, mas que resolveu não comprar pois achou caro mesmo assim. Arrependeu-se, pois o produto acabou, mas não acreditou quando eu disse que o meu tinha sido menos de US$ 30, nos Estados Unidos.

Os únicos que ainda têm senões com o Brasil são os motoristas de táxi de Lisboa. Continuam apertando a tecla da violência no Rio de Janeiro. Um deles perguntou como estava a ação do Lula nos morros do Rio. E o outro como andava o governo da nova senhora. “Como é mesmo o nome dela?”. Aliás mais de um me perguntaram sobre Dilma, que eu pronuncio Djilma, claro, e eles Díl-ma, com o “d”bem suave.

Portanto, sem a perspectiva de que o Brasil ficará mais barato, muito pelo contrário, devemos assumir que continuaremos recebendo o mesmo quinhão de turistas estrangeiros, a despeito do aumento de voos internacionais (somos nós saindo) e das previsões otimistas do MTur. A não ser que se melhore o acesso das principais cidades brasileiras aos países vizinhos da América do Sul, que se elimine a necessidade de vistos para grandes emissores, que se invista bastante em promoção ao público final, que se reduzam um poucos os preços, que o câmbio dê uma desvalorizada no real… ou seja, tudo o que não vai ocorrer. Com o mercado doméstico aquecido, então… poucos estão olhando para fora com tanto entusiasmo.

Já estou no Rio para o Carnaval. Muitos brasileiros na cidade, alguns estrangeiros, claro, pois that`s one of the places to be these days.

Quarta-feira o ano começa para valer, mas já tem gente pensando no superferiado de 21 de abril.

…terra de samba e pandeiro…

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Ola Artur. Perdao pelo comentario, mas, nao posso deixar de notar um erro notavel. “TheseS”? These, por assumption, already refers to a plural statement. No need for the extra “s” in the word, ok?

    Brgds,

  • Artur tem razão, vários ítens no exterior custam bem mais em conta que em SP, seria interessante montar uma tabelinha de comparações, tenho vários amigos que compram roupa no exterior pois em SP custam muito mais, restaurantes idem mas nesse caso fica dificil almoçar ou jantar todos os dias, concordo! Preço de carrro? no exterior 3 vezes mais barato!! e por ai vai…

    Abs!

  • Artur,

    Entre dezembro e janeiro passei 32 dias em Portugal (fora de Lisboa) e pude comprovar: o Brasil é um país caríssimo! Só para se ter uma idéia, eu aluguei um Toyota Yaris 1.0, com ar e direção, com seguro total, pela bagatela de 25 euros (60 reais) ao dia! Eu pagava 0,60 cêntimos (1,50 real) pelo café expresso, almoçava em shoppings, um razoável PF por 6 euros (15 reais) ou até menos, e incluindo bebida. Meu amigo paga 300 euros (740 reais) pela prestação de um BMW 320i 2008, quando aqui se paga isso num popular. O mesmo amigo paga 450 euros (1.100 reais) pelo aluguel de um apto de 230 m2, duplex, incluindo taxa condominial, e por aí vai! E olha que não estou falando de povoados do interior, mas de cidades médias como Braga e Guimarães, ambas a pouco mais de meia hora do Porto. As estradas então, nem se fala, ou não são pedagiadas ou o preço é um terço do que se paga por aqui, e que estradas os portugueses têm!!! Eu viveria como um alto executivo em Portugal se lá pudesse receber o equivalente ao meu salário aqui em Aracaju. Entretanto, aqui não passo de um cidadão de classe média às voltas com o pagamento das contas do mês. E ainda dizem que a europa é cara e o Brasil é terceiro mundo ou emergente? Emergente é nossa inaptidão para mudar as coisas em Brasília. Acho que está na hora de repensarmos nossos valores. Quanto ao aumento no número de turistas, acho muito pouco provável, pois eles têm alternativas muito mais baratas para passar as férias. Enfim, como dizia o inesquecível personagem de novela que era marido da insuportável e esnobe Laurinha Figueiroa, “coisas de Laurinha”. Vai entender!

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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