O CASE NASTUR – “LOUCURA” QUE DEU CERTO

Como diria a Fabíola Bemfeito: “eu estava aqui pensando…”. E a recordação mais antiga que tenho de eventos de cunho educativo no turismo na verdade nunca vi pessoalmente. Eram eventos organizados pela finada Pan Am, reunindo agentes de viagens e os capacitando sobre destinos e produtos da empresa.

Treinamento sempre foi uma preocupação, claro, mas depois da internet, em que todos se acham especialistas, incluindo e mais que tudo o passageiro, capacitar o profissional de viagem é fundamental.

Mas esses eventos precisam ser criativos, abrangentes, agradáveis, até pedagógicos. E têm de contar com a cumplicidade de fornecedores e agentes convidados.

A própria Fabíola tem uma experiência “ótima” com esses eventos que levam os agentes para um resort e lá fazem aquelas programações camaradas. Não vou citar o nome da empresa, mas, isso na década de 1990, lá estava ela, repórter ativa, na era pré-internet, cobrindo o encontro.

No meio do evento, que tinha uma espécie de feira com mesas e palestras, eis que ela precisa ir pegar algo no quarto. Descobriu que a passagem estava bloqueada para os corredores. Ninguém podia sair do workshop. Depois de muita insistência chegou ao apartamento e a luz havia sido desligada. Ao retornar, passou pela piscina e tudo cercado e fechado. Tudo isso para evitar que os agentes de viagens fugissem de alguma apresentação. Eram outros tempos? A atitude do organizador foi muito radical? Isso existe ainda?

Nós que vamos muito a eventos sabemos que alguns são “de lascar”. Pura perda de tempo. Culpa de quem vai, de quem convida, de quem patrocina… Aliás, haja verba para tanto evento, muitas vezes falando com as mesmas pessoas.

Outro dia conversando com o Marcelo Sanovicz sobre esse tema, vi que ele tem a mesma opinião. Seu foco hoje é a capacitação, eventos construtivos, de relacionamento que gerem bons frutos. O oba oba ele prefere passar com a família. Ou até se dedicando a novos projetos. Com o trânsito de São Paulo, então… fica complicado ir dar um abraço em fulano a cada dia. Só pelo social não dá mais.

Enfim, há casos e casos, claro, muitos eventos sérios e produtivos. Não vou citar ninguém para não causar ciúmes e para eu não incorrer em erros, pois não tenho ido muito a esses encontros por vários motivos. Mas o mercado sabe quem são e há uma certa seleção natural (ou não?).

Conversando com o Plínio Nascimento, no Fórum PANROTAS, perguntei como havia sido a experiência (louca, para alguns, devido à complexidade) de levar o Nastur para Foz do Iguaçu e pela primeira vez fazer uma capacitação de um destino levando os agentes in loco. Talvez essa seja a melhor capacitação (fazer os agentes experimentarem o produto) e por isso há tanta disputa dos resorts e hotéis por esse tipo de evento. No ano passado o Nastur já havia sido em Comandatuba, mas este ano acho que Plínio conseguiu dar um importante passo além. Com a ajuda de Foz, claro. Segundo ele, o evento foi muito bom e além das expectativas. Não tenho dúvida.

Foz do Iguaçu é um destino surpreendente, mas difícil de ser vendido por quem não tem informações. O cliente acha que é só as Cataratas. “Só” já é um erro, pois trata-se realmente de algo espetacular, e de dois lados, o brasileiro e o argentino. Mas a quantidade de atrações e atividades que existem na região de Foz fazem do destino um dos mais diversos e agradáveis, podendo receber de casais a famílias, de grupos a convenções.

Cai como uma luva, portanto, levar 360 agentes de viagens para o destino e oferecer uma noite e um dia inteiro de “capacitação” ao ar livre. Com certeza se tornaram potenciais ótimos vendedores do destino.

Já o evento Nastur ganha por esse adicional de capacitação de destinos (uma tendência mundial, até a Asta, a Abav americana, criou eventos que levam os associados a destinos), aumenta o interesse por participar do encontro (o que significa aumentar as vendas com a Nascimento) e ainda dá uma aula de logística em viagens de grupo. Os participantes ficam mais entrosados e integrados, o lado mais belo do turismo se integra ao treinamento e os patrocinadores ganham com profissionais mais dispostos a ouvir, aprender, vender.

Dizem que o próximo Nastur será em Porto de Galinhas. Se eu fosse da administração ou do trade de Porto não deixaria escapar essa oportunidade. Capacitação é tendência e necessidade. Com criatividade, viagens bem organizadas e um bom astral… as oportunidades aumentam. E muito.

Parabéns à Nascimento e a Foz do Iguaçu.

Capacitação indoor e outdoor… Uma ótima fórmula

PS: Excelente a ideia dessa camiseta – Keep calm, I’m a travel agent