Home do Blog » Dia a dia » O DESGASTE DE SE PEGAR TÁXI NO RIO
Dia a dia

O DESGASTE DE SE PEGAR TÁXI NO RIO

Os táxis comuns (amarelos) credenciados para pegar passageiros nos aeroportos Santos Dumont e Antonio Carlos Jobim no Rio de Janeiro agora são obrigado, por lei municipal, a cobrar preços fixados em tabela da Prefeitura. Não tem choro nem vela. Não adianta adulterar taxímetro, fazer caminho mais longo, dizer que é bandeira 3, 4, 5 ou 6… Há uma tabela com as indicações dos bairros e os preços de bandeira 1 ou 2 (feriados, domingos e depois das 20h). Os taxistas reclamaram, claro, mas a tabela é polêmica, pois Copacabana e Ipanema ficaram no mesmo patamar (R$ 29,50). Quem conhece o Rio sabe que uma corrida até a Princesa Isabel, onde está o Windsor Atlântica, e uma até o final de Ipanema são bem diferentes. No taxímetro a diferença seria de mais de R$ 10. Outra “aberração” segundo os taxistas: para Botafogo a corrida é R$ 17. Para o Centro, R$ 17,50. Há ainda adicional por bagagem no porta-malas (quando o tanque de gás da maioria dos taxistas do Rio permite).

Ou seja, distorções da tabela à parte (os taxistas ainda reclamam dos engarrafamentos, que os taxímetros compensam), para o turista e o viajante em geral é muito bom. São corridas mais baratas que o táxi especial e tabeladas, regulamentadas. Há maior segurança. Quem quiser taxímetro, tem que pegar um táxi comum fora da área de credenciados, o que pode ser difícil e arriscado. O taxista que me levou do Santos Dumont até o Windsor Atlântica era um dos descontentes: “prefiro ir pro Centro dez vezes do que pegar o trânsito para a Barra”. E garantiu: “feriado, Ano Novo, Carnaval, Copa do Mundo eu nem apareço pra trabalhar”.

Por outro lado, a tabela igualou o táxi amarelo em relação aos especiais. Não há mais diferença, pois a maior era a confiabildidade. O táxi amarelo tem ar-condicionado, o passageiro pode escolher um carro novo e sai mais barato. Por que pegar o especial? Os táxis comuns agora têm até balcão para pagamento.

PORÉM, CONTUDO, TODAVIA…

Quem dera as coisas fossem “fáceis” como descrevi acima. Leis e descontentes com as leis.

Saio do desembarque e vou tirar dinheiro nos caixas do Santos Dumont no vão central, mas eis que o que eu queria não estava funcionando. Segui para a rua e um funcionário do serviço de táxis comuns, abre a porta de um deles (táxi amarelinho) e me pergunta: “quer táxi?”. “Mas não é lá no final a fila?”, pergunto. “Pode ser aqui também agora. Ah, tudo tabelado pela Prefeitura. Vai pra onde?”. “Copacabana”. “Cinquenta reais”. “Tudo isso? Mas eu pagava vinte e cinco”. “Tabela da Prefeitura, pode conferir”. “Eu vou conferir sim”. “Fique à vontade, senhor”.

Foi quando fui até o final da fila e descobri o balcão e que o preço tabelado até Copacabana era R$ 29,50 e não R$ 50.

De que adianta tabelar se a mentalidade de roubar os outros, se aproveitar, dar uma de malandro ixperto ainda falam mais alto? Pois não duvido que em um feriado,, réveillon, carnaval ou Copa do Mundo vai ser no tipo: ou dá ou desce. Ou Paga R$ 50 ou fica no Aterro do Flamengo. Você vai reclamar para quem? Para o papa? Ele estará assistindo a Brasil X Itália. Ao prefeito? Dirá que é uma exceção e que isso será investigado.

Um prato cheio para as empresas de carros privados, com motorista, onde também há muita informalidade. O jeito é se cercar de fornecedores sérios, reclamar antes de entrar nos táxis, pegar a placa e conferir se o papel entregue pelos funcionários da fila identificaram corretamente a unidade que o levará… e torcer para que a mentalidade fuleca mude nesse País.

 Justiça seja feita, pela cidade nunca tive problemas. Sempre peguei taxistas que cobraram o que marcava o taxímero, mesmo quando eu tinha certeza de que eram táxis piratas. Os maiores problemas são de/para os aeroportos (´”para” porque os porteiros dos hotéis fecham a cara quando pedimos táxis comuns, já que querem empurrar os “carros especiais” que trabalham para o hotel). O receptivo brasileiro terá jeito?

Deixe sua Avaliação

Votos: 0 / 5. Total de votos: 0

Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

14 comentários

  • Nossa Artur, você não tem noção o quanto foi útil ler sobre os táxis no Rio.
    Estou indo passar o final de semana agora, e estou um pouco preocupado pois chegarei sozinho por lá.

    Foi a melhor ‘dica’.
    Muito Obrigado!

    Abs. =)

    • é só ir no oficial mesmo… no balcão… Também aciona o GPS do seu celular que dá para acompanhar o trajeto. O metrô e os ônibus do Rio tb são muito bons (tirando um motorista ou outro hehe). E a maioria dos táxis é legal e séria… Vai a passeio? O Rio está lindo… (e caro rs)

  • Caro Artur,

    Desde 1986 enfrento este problema com os táxis e posso dizer como é triste enfrentar esta situação. Entra ano, sai ano e continua na mesma.
    Dois lugares que eu tenho aversão a táxis: RIO e BUE, qual é pior não sei, mas acredito que ainda é o RIO, pois a impressão é que em BUE eles dão golpe em turistas de fora do país e no RIO em todos, até morador local.
    Interessante ver como outras cidades resolveram esta questão, por exemplo: acabando com proprietários de frotas como aqui em SAO, assim permitindo um lucro maior para os taxistas.
    Adoro o RIO, mas infelizmente não vejo a cidade tomando decisões profissionais, algumas vezes parece época do império.

  • Oi Artur,

    muito interessante o seu texto sobre esse velho problema. Na minha última visita ao RJ tive a felicidade de usar apenas rádio táxi, o que se mostrou bem se seguro e confiável. Mas passei para contar um caso que ocorreu comigo em Recife, na última segunda-feira. Pedi um carro via rádio táxi também para ir ao aeroporto. Estava em Piedade, no Blue Tree (abre parênteses, passando por reforma, o que me pareceu bem propício e necessário, fecha parênteses). Esperando um serviço e motorista de qualidade, ao chegar ao aeroporto, não é que o motorista pede para colocar um valor a mais no boleto, “pras festas”. Fiquei indignado! Bem como você falou, mais que leis ou fiscalização, precisamos mudar a “mentalidade fuleca nesse país”.

    Grande abraço!

  • Eu não pego os táxis do Santos Dumont de jeito nenhum. Já vi taxímetro acelerado, já vi mal atendimento, roubo etc.

    Toda vez que vou pegar táxi, eu vou para o terminal de embarque e pego um que tenha acabado de deixar um passageiro.

    É um descalabro os taxis nos aeroportos e rodoviária do Rio!

    Abs

  • Perfeito Artur, esta coberto de razão. Voce não sabe como eu brigo com os taxistas. No reveillon então é um sufoco, e a prefeitura não tem o menor respeito pelos cariocas e principalmente os turistas.
    abs

  • Pois é eu acabei de agendar um táxi pro Ano-novo no Rio e me cobraram R$150,00 eu quase surtei, liguei pra uns 5 e o preço só aumentava, eu só vou ir da Barra até Copacabana pro Reveillon na praia mas uma amiga me disse que nem adianta chorar pq é isso ou ficar a pé porque os táxis da praia cobram R$300,00 ou mais é um absurdo!

  • A taxi atende é uma empresa criada por pessoas preocupadas em mudar a imagem do taxista carioca. Nossos carros são adesivados, tem maquinas de cartões de crédito, wifi para navegar na web, central de atendimento e monitoramento 24H. a corrida pode ser feita via fone ou pela internet, bastando se cadastrar no site. A corrida pode ser acompanhada pela internet atraves de senha. O passageiro pode agendar, vindo de outro estado, para pegá-lo no Galeao por exemplo.

    É prático e seguro!

    Obrigado.

    Walter

  • oi,fui roubada por um taxista na ilha do Governador ele era branco cabelos castanhos claros e tinha uma tatuagem (azulada mal feita no braço direito)fui com ele do Rio Comprido a Ilha e quando desembarquei com um bolo de festa na mão antes de tirar meus pertences ele foi embora levando minha bolsa com 700,00, Smartphone, documentos e tudo mais.aproveitando se que eu estava com as mãos ocupadas.

  • Ao chegar ao Aeroporto Santos Dumont, na sexta-feira passada, dia 16/10, nos dirigimos ao ponto de táxi a fim de seguir para a rodoviária Novo Rio, de onde partiríamos para a cidade de Angra dos Reis. Pegamos um táxi na saída do aeroporto. Inicialmente o taxista se mostrou muito solícito e após informarmos onde queríamos ir o motorista nos perguntou: “Pra onde vocês vão?” Respondemos “Para Angra dos Reis!” Depois ele perguntou se já havíamos comprado a passagem e dissemos que ainda iríamos comprar, pois não tínhamos certeza sobre o horário da chegada do voo e temíamos não chegar a tempo na Rodoviária, preferindo a compra da passagem assim que chegássemos lá. Ao saber disso o taxista nos disse que os ônibus para a região de Angra não estavam mais saindo da Rodoviária Novo Rio e sim da rodoviária do município de Itaguaí. Ele nos mostrou as obras que realmente estavam acontecendo na cidade para justificar o caos no trânsito e a transferência das linhas. Como somos turistas, obviamente não sabíamos onde ficava Itaguaí. Primeiramente ele nos disse que não era muito longe e que iria nos deixar em um ponto da Avenida Brasil para que, de lá, chegássemos a Itaguaí e só a partir de lá rumássemos para Angra. Ele começou a rodar pela cidade, por lugares que não conhecíamos, alegando que o trânsito estava terrível (e realmente estava). Começou a consultar um aplicativo que, dizia ele, mostrava-lhe a melhor rota para fugir do tráfego. Eu só perguntava: “Está muito longe, moço?” e o taxímetro aumentando cada vez mais. Quando a corrida já se aproximava de R$ 80,00 eu disse para ele parar o carro, pois desceríamos ali mesmo. Ele disse que não poderia nos deixar naquele local, cujo nome não sei, pois era muito perigoso. Eu e minha esposa já estávamos bastante aflitos com aquela situação e estávamos de mãos atadas, pois, além de perdidos, estávamos com o dinheiro para as nossas despesas contado. Estávamos indo a Angra, primeiramente, pois eu iria prestar prova para um concurso público daquele município e aproveitaríamos a viagem para conhecer Angra. Quando eu disse para ele me deixar em qualquer lugar, pois eu não teria dinheiro para lhe pagar, ele logo “encontrou” a Avenida Brasil e nos deixou em um ponto de ônibus no bairro de Irajá. A corrida custou R$ 100,00. Durante o trajeto, para incrementar o seu “teatro” e enganar os dois “otários” que ali se encontravam, ele colocou outra pessoa na linha e ligou o viva voz. A pessoa do outro lado da linha, tão “ética” quanto esse motorista, confirmou que os ônibus para Angra estavam partindo apenas de Itaguaí. Em outro momento ele ligou o rádio e colocou uma música evangélica, provavelmente para tentar passar mais credibilidade e enganar-nos descaradamente. Ao chegarmos na parada estávamos tão apavorados e com medo devido ao local onde ele nos deixou, que não anotamos a placa nem o prefixo do carro. Só queríamos sair dali. A única coisa que minha esposa lembra é que o táxi era da Cooperativa Servimar. Nossa sorte é que dois fiscais de empresas de ônibus locais nos ajudaram e pediram desculpas pela falta de ética do taxista, confirmando que os ônibus para Angra, da companhia Costa Verde, estavam partindo da Rodoviária Novo Rio, fato que pudemos comprovar ao ver um ônibus (direto) desses passar pela avenida. Pegamos um ônibus até Conceição do Jacareí e de lá outro ônibus para Angra. Perdemos quase o dia inteiro graças a atitude desse “profissional”. Sei que erramos ao não anotar a placa, mas imagine o medo de duas pessoas que nunca estiveram no Rio, acostumadas a ouvir as mais aterradoras notícias na TV, nos jornais e de repente você é largado em um local perigoso da cidade, como o próprio taxista alertou. Uma cidade turística como o Rio de Janeiro deveria punir esse tipo de atitude de pessoas que deveriam zelar pelo bem-estar das pessoas de outros estados e até de outros países que visitam a cidade. Esse tipo de pessoa é aquela mesma que sai às ruas para protestar contra a corrupção dos políticos, mas é tão ou mais corrupta do que eles. Espero que esse meu relato não seja em vão e que providências sejam tomadas, se não com esse “profissional” devido à falta de identificação, mas com os taxistas do Rio de forma geral já que, pelos relatos que tenho lido na internet, trata-se de uma prática recorrente.

  • Caro Artur, sou taxista a pouco tempo. Infelizmente todos os dias ouço relatos de muitos passageiros que foram enganados, roubados e destratados por outros taxistas. Eu fico indignado que existam pessoas desse nivel que manche a categoria, mas pesso a paciência de todos que tiver péssima experiência com esses marginais que se dizem taxistas mas não é nada mais que um bandido.
    Verifiquem se eles são devidamente autorizados com o cartão de identificação no paiel do veículo, se o taxista for mal educado, mal encarado não peguem o taxi, tentem fidelizarem um táxista que passe confiança. Com essas dicas eu tenho certeza que todos aqui vão ter menos dor de cabeça na hora de pegar um taxi aqui no rio de janeiro e claro se quiserem um taxi de confiança estou sempre presente.

    Obrigado.

Clique para comentar

Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

O conteúdo dos blogs é de inteira responsabilidade dos blogueiros convidados, não representando a posição da PANROTAS Editora.

Instagram

Connection error. Connection fail between instagram and your server. Please try again

Posts Recentes