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Dia a dia

O nó da distribuição

Quem há de desatar esse nó? A quebra ou fechamento de algumas operadoras deixa agências de viagens (e passageiros) desconfiados e reticentes. Alguns têm de arcar com prejuízo e isso pode estar impactando no aumento da inadimplência com as consolidadoras aéreas. Elas têm registrado um aumento de pelo menos 15% nos atrasos de pagamento e medidas estão sendo tomadas para que se crie um banco de dados de maus pagadores.

Com a inadimplência em alta, o crédito fica mais difícil e as agências precisam recorrer a pagamentos à vista ou condições piores.

Fornecedores do Exterior também exigem pagamentos imediatos das operadoras e tentam se aproximar das agências, que, sem crédito, não têm como arcar com “operações próprias”. O passageiro tem cada vez mais se concentrado nas grandes marcas (41% das vendas de bilhetes aéreos internacionais entre operadoras em setembro ficaram com a CVC) e acha que pode “montar seu pacote na internet”, ainda mais com o aéreo internacional repleto de promoções, que não são encontradas em operadoras. Essas passam a reforçar a venda apenas do terrestre, mas a hotelaria não necessariamente prioriza esse canal: quer estar também na venda direta, na negociação com as agências, nas OTAs…

Cada canal briga por seu espaço em meio a um mercado menor (especialmente no internacional), menos comprador e mais sensível a preços. Aposta-se em uma acomodação. E isso pode significar menos empresas, novos players, companhias mais fortes, setores mais expostos e fragilizados e uma nova ordem social. Ou seja, casualidades da guerra e um recomeço diferente, até com novos papeis. Nada, porém, que já não estivesse anunciado há, pelo menos, 15 anos. Pelo menos, já que em 2000/2001 também vivíamos uma crise de fluxo emissivo internacional, fechamento de operadoras (apenas a Soletur e a Stella Barros, para ficarmos em dois exemplos), agências questionadas pelo consumidor que descobria a internet… 15 anos. É tempo.

Aguardemos.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Caro Artur Andrade,

    Os Operadores de Turismo sempre foram os melhores parceiros dos agentes de viagens, infelizmente se o Turismo vive uma crise, nas Operadoras a crise é maior ainda, pois não tem mais sentido o agente de viagens comprar alguns produtos com eles, Tarifa aérea com a Operadora: Extremamente mais cara do que no site das cias aéreas, Cruzeiro Marítimo: as cias ligam constantemente para os agentes de viagens oferecendo uma comissão maior do que a das Operadoras, Locação de carro: Existe uma empresa especialista nesse mercado que possui tarifas bem mais baixas que as Operadoras, Reserva de hotéis: estão surgindo várias Operadoras que trabalham nos moldes da internet, com tarifas até mais baixas do que booking.com e com sites que oferecem as mesmas funcionalidades das OTAS e ainda pagando até 14% de comissão, fora que alguns hotéis ligam direto para o Agente, oferecendo uma tarifa bem melhor, Venda de excursão: O viajante moderno, não aguenta nem ouvir falar nesse nome excursão, Pacotes de Viagem: não tem viajante que suporte ficar esperando 48horas para ter uma cotação de um pacote que ele mesmo monta em questão de minutos na internet.
    O produto turístico tradicional tem muitos intermediários e para ter preços competitivos vai ter que eliminar alguns, e para esses produtos citados o mais óbvio é que infelizmente as operadoras sejam eliminadas ou trabalhem com outros produtos

  • Artur,

    Por incrível que pareça, o que você batizou de nó da distribuição não é um nó, mas o oposto, é o desatar de um emaranhado…

    Como você mesmo afirma, tudo isso já estava escrito há 15 anos e eu acrescento que esta “freada de arrumação” que o mercado está dando (por mais desagradável e dolorosa que seja) tem duas principais razões:

    1) A baixa compreensão dos empresários tradicionais sobre a web como ambiente de negócios (e-commerce) e suas consequências, apesar da internet estar aí há 20 anos.

    2) A crise tripla brasileira (econômica, política e ética) que impacta os negócios, paralisa as expectativas, engessa os investimentos e reduz as vendas.

    Este cenário, sombrio e raro, ocorre quando a inércia empresarial encontra a incompetência política.

    []’s

    Luís Vabo

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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