O PRÍNCIPE

É assim (como no título do post) que a Magda Nassar chama o Marco Ferraz, presidente da Braztoa. Marco, que conheço há uns 15 anos, pois fizemos juntos uma viagem à Itália (ele nem casado era e dividia-se entre a operadora da família, a Monark, e afazeres rurais), é uma das pessoas mais educadas que conheço. E isso faz a diferença. Daqueles que a gente olha e diz: “é um lorde”, o que não quer dizer que seja besta, metido ou aristocrata. Pelo contrário, é também um cara simples, direto, tímido até. E firme. Não é de gaguejar, nem de discursos vazios.

Eu nunca imaginei que ele fosse se interessar pela política associativa. Porque a política associativa no turismo envelheceu mal, em alguns casos virou folclore e temos certo pé atrás com ela. Por causa desse ranço apareceram novas, “menores” e mais dinâmicas entidades, como o Fohb, a Aviesp e Avirrp, ABGev… obrigando as entidades dinossauro a se mexer.

A Braztoa não chega a ser um dinossauro, mas também se mexeu, porque todo mundo precisa se mexer. Eu não lembro de um mau presidente à frente da Braztoa, mas a coisa andava meio igual, tipo “mais do mesmo”. Você perguntava a um presidente sobre o futuro e ele dizia: “continuidade”. Faltava uma pitada de ousadia, para o muito bom ficar excelente. E havia ainda um foco muito grande nos eventos realizados, um mal de muitas entidades, pois é esse dinheiro que as sustenta por meses.

Nomes como Aldo Filho, Plínio Nascimento, Magda Nassar foram se interessando pelo dia a dia da entidade e ela foi ganhando ânimo. Não sei o que fizeram ou prometeram para convencer o Marco Ferraz a ser presidente, mas assim que eu soube da notícia sabia que ia dar certo. Muito certo.

Sempre que conversei com ele, ou o entrevistei, depois de estar presidente, o Marco continuou o mesmo daquela viagem à Itália, ou de uma outra a Hong Kong, e dos encontros no turismo. O poder não subiu à cabeça. E mais que isso, ele se mostrou engajado em ações para o associado, para sanar problemas que seus pares enfrentam… E a ideia da Turismo Week, uma semana de ofertas de turismo, em plena baixa temporada, com engajamento de todo o trade, é uma prova disso.

A ideia pode não ter sido dele especificamente (mas eu duvido que não), mas Marco, que também é antenado e homem de ação, não deve ter pestanejado duas vezes ao aprová-la. E convenceu os associados a colocarem a mão no bolso em um momento difícil para muitos operadores. E eles convenceram seus parceiros fornecedores a darem mais descontos. Ou seja, a cadeia funcionou como cadeia. Só pode dar certo.

Tenho certeza que a Turismo Week só tende a crescer daqui pra frente e que ele continuará respeitando toda a cadeia na campanha, envolvendo todas as entidades (algumas já começam a tirar casquinha da ação, mas é para isso mesmo, para todos usarem – Marco não tem essas vaidades) e contando com a iniciativa e apoio de sua diretoria e associados. Dava para ver a cara de satisfação de todos na foto na abertura do Encontro Braztoa. Não era aquela cara de “ai meu Deus, mais um evento interminável…”.

Marco é de uma família que é a cara do turismo, os Ferraz, um dos símbolos do setor, e que ele há de inspirar muitos com sua gestão criativa, ética e… educada. Mil vivas ao príncipe…, abaixo, em uma foto com o pai, Sylvio, que deve estar bastante orgulhoso.