… ser cinco estrelas pela nova classificação do Ministério do Turismo ou quatro estrelas e meia no Trip Advisor…
Acho que um meio termo entre os dois, o que não existe.
Até agora, a nova classificação vem causando polêmica nos bastidores, ao dar cinco estrelas para hotéis bem diferentes um do outro. Já no Trip Advisor, vale a experiência do hóspede, que pode ter visitado o hotel em um dia ruim (para ambos, hotel e hóspede), pode ter dado azar, pode não gostar do que agradaria a outros, pode ter tendência de só escrever quando algo dá errado…
Por exemplo, estive duas vezes hospedado no Sofitel Rio de Janeiro. A primeira, uma experiência fantástica. Na segunda, tudo o que podia dar errado deu: o quarto tinha cheiro de cigarro, a luz do meu corredor acabou e a chava não funcionava, o serviço de quarto demorou, achei o quarto muito pequeno… Eu diria que o hotel não merece cinco estrelas? Claro que não… Pois antes já havia tido uma ótima experiência lá, com vista maravilhosa, amenidades de primeira, comida boa… No máximo, na terceira vez em que estiver lá vou pedir um quarto maior…
O mesmo na Disney, onde já fiquei em hotéis fantásticos e quase sempre a experiência é mágica. Mas já fui mal recebido na recepção de do Animal Kingdom Lodge e já achei amendoim não recolhido embaixao da cama no Contemporary… Casos isolados, que marcaram uma experiência ruim, mas que não me fazem achar que são hotéis ruins. Até porque a quantidade de experiências boas superam e muito essas duas negativas.
Me lembro que Hilton São Paulo e Grand Hyatt São Paulo abriram quase simultanemente na capital paulista e criou-se uma inevitável disputa… Você gosta mais de qual dos dois? Ambos cinco estrelas, de luxo, bem decorados… mas com propostas diferentes. Já me hospedei nos dois e nunca tive problema, me senti muito bem. Mas se tivesse de avaliar no Trip Advisor, diferenciaria por questão de gosto pessoal… Daria um ponto a mais para o Hilton, pois acho um hotel mais humano. Só por isso, questão de gosto. Por isso, se levar só pelas opiniões deixadas em site pode ser enganador. Sem dúvida, uma orientação…
A classificação oficial (e eu acho que poucos vão aderir ao novo sistema, especialmente as grandes redes ignorarão a nova classificação) serviria para dar mais segurança ao hóspede. Mas com a fiscalização falha, as diferenças regionais (um cinco estrelas no Nordeste é beeeeeeem diferente de um em São Paulo ou Buenos Aires), as disparidades das avaliações… também não é a palavra final.
Vale a fidelização. Se você conhece, use e abuse, aproveite os programas de fidelidade. Isso se houver lugar, pois atualmente lugar em hotel, no Rio, por exemplo, é raridade…
Claro, o preço também é um limitador e nesse caso, os hotéis padronizados, como os da rede Ibis, são as apostas mais certeiras: você já sabe o que vai encontrar, o que está incluso, o que está fora da tarifa… O padrão das redes gera confiança. E comodidade. Na hora de arriscar, é que surgem os problemas… E entra a subjetividade de opiniões…
Mas bom serviço é bom serviço em qualquer lugar do mundo e isso a gente perdoa poucas vezes. Mais que a estrutura maravilhosa, vale o atendimento e a atenção. E para mim também a manutenção. Nesses quesitos, cito como exemplo no Brasil o Royal Palm Plaza, que nem precisa de classificação… E olha que a Heloisa Prass já teve uma experiência negativa por lá, um hotel que ela adora… Nesse campo, não há espaço para unanimidades em experiências, mas o bom discernimento sabe diferenciar falhas eventuais das falhas estruturais.
No Tripadvisor raramente um hotel Four Seasons, Ritz Carlton, Mandarim Oriental, etc., aparece entre os top 5. Muitas vezes nem top 10 na cidade consultada. E aparecem vários 3 estrelas acima destes. Portanto o rótulo de melhor do Tripadvisor deve ser visto dentro das peculiaridades do site.
No caso das estrelas acho que cabe perguntar se esse tipo de classificação ainda faz sentido no século 21.
Sem dúvida é interessante ter padrões para comparações, mas esse tipo de classificação me parece antiquado para os dias de hoje.