Sim, parece título de novela juvenil da Globo, mas cada um tem o seu (lugar no mundo) e o difícil é achá-lo e, mais que isso, fazê-lo interagir. É a interseção (com os lugares no mundo dos demais cidadãos desse mesmo mundo) que vai determinar como se vive. E definitivamente viver angustiado é a pior opção.
Por que digo isso? Porque talvez alguns (e eu incluso) tenham se sentido velhos ou deslocados no choque de gerações incentivado pelo Fórum PANROTAS 2016. Não eram o jeans e a camiseta ou o corte de cabelo, muito menos as gírias e a timidez sobre o palco que marcavam a diferença de gerações. E sim, o olhar sobre a indústria. Às vezes um olhar ingênuo e idealista, em outros momentos esperto e vivaz, sempre com bastante entusiasmo e a urgência em resolver problemas criados pelas gerações anteriores.
O estranhamento é parte fundamental de nosso crescimento e da (re)afirmação de nossas escolhas.
Jovens com ideias na cabeça querendo seu lugar ao sol… Já vimos esse filme antes. Anos ou décadas atrás. Bastava que olhássemos no espelho. Hoje, porém, parece que a disrupção vem mais rapidamente. Parece não. É. O smartphone de um ano atrás nos parece burro e nada smart. Puro consumo ou tudo muda muito velozmente mesmo? Both.
Não se sinta velho ou ultrapassado, o segredo é não envelhecer nas ideias, não se isolar, não se deslocar da realidade em que todos vivemos e não apenas quem tem menos de 30 anos.
O Fórum PANROTAS 2016 juntou, no mesmo espaço, com ideias às vezes opostas, outras vezes complementares, e sempre coexistindo de forma construtiva, gerações e visões diferentes do Turismo.
Em vez de virar as costas é preciso ouvir, entender e analisar o outro. Até para podermos ter certeza de nossas escolhas. Olhar para frente, como já disseram várias lideranças em entrevistas à PANROTAS. Para termos a coragem para dizermos em alto e bom som: é por aqui e com essas companhias que vou seguir. Para termos quase certezas, já que o 100% é perigoso e pedante demais.
A arena do Fórum PANROTAS 2016, e nela incluímos todos os espaços de networking do evento, foi feita para quem quer dialogar e não ficar, arrogante e/ou medroso, falsamente protegido atrás de sua mesa de trabalho, sua workstation, suas telas cheias de gráficos e repletas de uma nomenclatura que não olha no olho, não sente cheiros e sabores, não viaja.
Não seguir indiferente é o que queremos dos mais de 1,4 mil participantes do fórum e dos outros milhares que nos acompanharam via redes sociais, notícias do portal, na próxima edição do jornal… E acho que indiferença passou longe daquele ambiente.
Vamos continuar contando histórias boas, ouvidas de todos vocês, reinterpretadas para quem não participou delas e documentá-las para a história. E a história é feita de velhos e novos, de idade e de pensamentos, de alma e de coração.
Não se tinta velho demais ou ainda muito novo. Lembro de um CD (olha eu revelando a idade… CD? E daí? CD sim) do Paulinho da Viola onde a mensagem era: meu tempo é hoje. E o hoje é de todos nós.
Olhe para trás como quem consulta referências úteis e preciosas; compartilhe seu presente com quem vale a pena; olhe para frente de mãos dadas com todas as gerações com quem se identifica, com quem quer construir um mundo melhor. Não entendeu? Pergunte? Se inspire? Não serviu para você? Ache outra opção, hoje elas são muitas, inúmeras, incontáveis.
Ache o seu lugar no mundo. Com relevância e com quem importa. Com um olhar inquieto, mas também com a calma necessária para os tempos velozes.
Foi muito bom ver todos vocês no Fórum PANROTAS 2016. E tem sido assim há muito tempo. Conte-nos suas histórias. Ouça as nossas. Faça parte.
Estamos juntos, mesmo que pensando algumas vezes 99% de forma diferente.
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