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PÁTRIA AMADA… BRASIL

Eu já estava com este sentimento havia umas duas semanas, mas quando chego nos Estados Unidos e vejo as coisas funcionarem irritantemente de forma perfeita e organizada, aquele sentimento acaba virando um incômodo, uma necessidade de desabafo: será que seremos nós, depois da França, a desperdiçarmos as oportunidades de uma Copa do Mundo de Futebol?

Nem estamos preparados (do ponto de vista de infraestrutura, de capacitação de mão de obra, de processos transparentes e organizados), nem conseguimos vender uma boa imagem do País pré-evento (pelo contrário, o governo tenta nos vender como destino caro e explorador de turistas indefesos) e nem otimizamos o óbvio interesse que despertamos simplesmente por sediarmos esse megaevento.

Indo para o jogo Brasil X Honduras, em Miami, parado em um engarrafamento a poucos metros do estádio, um policial assume sem ruborizar: não estávamos preparados para isso. Além da humildade de assumir que o sistema de trânsito poderia ser melhor, o policial ainda se dobra ao poder do futebol. Mas americano não sabe do poder do futebol, mesmo tendo sediado uma Copa. Grandes eventos para eles é que nem freguês de padaria na hora que sai pão quentinho: um atrás do outro. Isso porque há pelo menos 20 Estados americanos que nos dão banho em turismo…

Quando, lá na últim fileira do estádio, com a mão nos painéis de publicidade, conecte meu celular no wi-fi gratuito um frio me veio na espinha: e na Copa do Brasil? Comos nossa imagem será espalhada para o mundo inteiro via redes sociais? Tomara que instantaneamente e de forma positiva.

Mas antes a internet fosse nosso maior problema…

Também andei falando com alguns hoteleiros em Miami e os preços quintuplicam em datas concorridas… No Brasil, o Fohb tem um estudo que mostra o réveillon mais caro que a Copa no Rio de Janeiro… O que pode atrapalhar a demanda futura é se o serviço não for bom, se os voos atrasarem, se a segurança falhar, se houver desvio de dinheiro público (e qual órgão do governo não foi envolvido em agum escândalo nos últimos anos, qual Estado, qual cidade desse País? Ate o MTur e a Embratur têm essa página infeliz em suas histórias…), se o estádio desmoronar, se a praia estiver poluída, se a infraestrutura não suportar… Se os moradores e cidadãos não se sentirem incluídos e beneficiados… Grande evento gera emprego e renda. Renda para ser reinvestida no País. Renda para crescermos. E boa imagem para que o Turismo finalmente nos tome de Norte a Sul em volumes e em níveis nunca antes alcançados nesse País. Como quero usar essa frase com orgulho e lágrimas nos olhos… nunca antes nesse País o turismo foi tão levado a sério e tão benéfico para todos os brasileiros.

Enquanto isso, aqui em Miami, as coisas continuam irritantemente organizadas, os processos transparentes, as transações comerciais com regras claras.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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