Em épocas de grande pressão, risco e ameaças, as alianças nascem naturalmente e são até uma necessidade (para sobreviver). Com ou sem crise, o turismo vive uma época em que os lados estão cada vez mais bem definidos e poucos são os que conseguem ficar em cima do muro, descendo e subindo para ora agradar um lado, ora outro. Você já se decidiu?
Está do lado das aéreas americanas ou das árabes na briga da revisão de políticas de céus abertos nos EUA (pedida por American, Delta e United)?
É a favor ou contra a taxa sugerida pela Lufthansa nas reservas via GDSs (e apoiada pela Air France)?
Acha que agências, operadoras e demais fornecedores devem expor automaticamente balanços e certidões negativas, mostrar para quem pedir ou deixar que cada um faça sua pesquisa nos órgãos responsáveis?
É a favor de uma lista negra para maus pagadores do turismo, como a Serasa?
Acha que certidões negativas dão a segurança necessária ou uma lista dos fornecedores seria mais eficaz?
Fortaleza, Natal ou Recife? Qual sua torcida para o hub da Tam no Nordeste?
Azul, Delta ou Tam? Há tanto mercado assim para voos diretos para Orlando? Qual das três você vai privilegiar com suas vendas? São jogadas temporárias (contra a crise, aposte no cavalo campeão)?
Qual o próximo alvo da CVC? Que operadora será comprada ou quer ser comprada?
É a favor do fim dos vistos para americanos e demais estrangeiros definitivamente ou somente no ano da Olimpíada?
Abav, WTM, feiras regionais… onde você vai investir mais para expor seus produtos?
Otimista ou pessimista? Como vê a atual situação do mercado de turismo?
Artur,
Ter opinião é uma coisa, manifestar opinião é outra.
De qualquer forma, seguem as minhas opiniões sobre os temas levantados pelo seu post-provocação:
Cias. EUA x Cias. Árabes: Sou a favor de condições iguais para todas as cias. aéreas em todos os países.
Taxa DCC: Sou contra a cobrança separada de qualquer componente do custo de um serviço.
Auto-exposição da saúde financeira: Sou a favor de que cada empresário deve fazer o que acredita ser o melhor para o seu negócio.
Lista negra: Sou contra lista negra, marrom ou roxa, pois denotam pré-julgamento, cartel e arrogância.
Certidões negativas x lista negra: Sou a favor das certidões negativas pois, eficazes ou não, são a forma legal de aferir a saúde financeira de uma empresa.
Hub da TAM no Nordeste: Sou a favor de Recife, pela posição geográfica e volume de passageiros.
Azul, Delta ou Tam para Orlando: Sou a facor de privilegiar a cia. aérea que oferecer o melhor serviço e as melhores condições comerciais.
Próximo alvo da CVC: Aposto que será uma TMC, pois a CVC ainda não entrou no mercado corporativo.
Fim dos vistos: Sou a favor do fim do visto para americanos e outros países, desde que escolhidos segundo critérios técnicos, não critérios políticos ou casuísmo olímpico…
Abav, WTM ou feiras regionais: ABAV.
Situação do mercado de turismo: Sou bem realista, pois a situação está bastante clara para quem quiser ver.
Isso aí, sem medo de se posicionar. Coragem ou visão de mercado?
Abraços
Amigo Artur, você pediu, aí vão minhas opiniões:
A briga em relação aos céus abertos e muito complexa. Hoje vemos uma certa fragilidade da posição americana frente às Cias Árabes alegando que são verdadeiros Estados, precisamos analisar para onde eles querem voar? Teoricamente, do ponto de vista do intermediário, quanto maior a oferta melhor, pois podemos mostrar nossa força e nos dedicar à uma melhor comercialização.
Sou totalmente contra a DCC da LH. Se eles tem esse custo deveriam incluí-lo no componente tarifário, aliás como o fizeram até agora. (vide meu post sobre o assunto).
Com referência a 3 players disputando o mercado de ORL, acho que tem demanda para tudo isso sim, mas depende de um reaquecimento da economia. Lembre-se que boa parte desses vôos iniciarão já no final do 4o trimestre. Além da indústria de lazer, esse destino tem boa participação no mercado de eventos, incentivos, etc..
Acho que em toda atividade de crédito que praticamos no nosso dia-a-dia temos nossa pontualidade , credibilidade checada. Não é assim num banco, no cartão de crédito, operadora de celular, etc…por que no turismo não podemos checar a do cliente, seja ele pessoa física ou jurídica, no caso uma agência de viagens? Lembre-se que numa atividade como a consolidação trabalhamos concedendo crédito todos os dias.
Quanto a aquisições , o mercado está em plena fase de consolidação (gosto muito dessa palavra) Cias Aéreas, Bancos, Seguradoras, por que não no Turismo?
O pedido de reciprocidade de vistos, alegando soberania nacional parece-me uma questão irrelevante, deveríamos deixar de exigir dos americanos e incentivar a vinda deles para cá, e acabaríamos obtendo o mesmo no sentido inverso, mas temos que dar o primeiro passo.
Ontem assisti uma brilhante apresentação do Igor Miranda da TAM , e depois de ver a projeção de investimentos deles no nosso mercado, só posso dizer que estou otimista e desafiado, mas a médio, longo prazo. Precisaremos de 18/24 meses para sair dessa tormenta.
Abraços