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Por que vendeu? Por que comprou?

O “não ata e nem desata” em nossa indústria virou lugar comum e fato quase irrelevante desde a histórica venda da CVC para o Grupo Carlyle. Desde então, quase todo dia alguém está sendo comprado ou negociando com uma empresa de fora, um grande player de dentro… mas na hora de assinar… nada. De lá para cá tivemos a tentativa heroica da Brasil Travel (que causa calafrios em muitos, mas que foi uma iniciativa válida), alguns poucos negócios no corporativo, sendo que o principal foi a venda da Alatur para os japoneses da JTB, e pouco mais que isso. Será?

 

Operadoras faliram, outras cresceram, TMCs se juntaram ou foram sondadas, consolidadoras conversaram, desconversaram, conversaram de novo, se olham de longe.

 

A fusão da Rextur Advance, aliás, se junta à venda da Alatur e da CVC, provando como é difícil tirar do papel projetos de fusão, compra e venda no turismo. E vamos ficar apenas entre os distribuidores? Acho que não… Tivemos também a venda da Tam para a Lan, os investimentos de Delta e Air France na Gol, a compra da Movida pelo grupo JSL, a da Atlantica a grupos estrangeiros… Opa, não é nada não é nada e o turismo brasileiro entrou sim na era das grandes aquisições e fusões.

 

Muitos ataram e desataram. Sinal de que números fizeram valer, resultados atiçaram os olhos dos investidores e/ou a necessidade fez os negócios caminharem. O que mais vem por aí?

 

Sobre a compra da Rextur Advance pela CVC há muitas perguntas não sobre o valor do negócio, mas sobre o futuro dele. Uma das mais tradicionais consolidadoras aéreas da indústria turística, a Rextur, e uma das que mais cresceram na última década, tendo sido pioneira e inovadora na criação de um sistema de reservas único, a Advance, agora pertencem ao Grupo CVC. O que isso significa? Que impactos um grupo de mais R$ 8 bilhões em vendas provoca em nossa indústria?

 

Pouco tempo depois da fusão de duas grandes consolidadoras, por que vender a holding? Porque o negócio da consolidação tende a diminuir no Brasil? Porque a oferta da CVC foi irrecusável? Porque a ideia de criar um mega grupo pode fazer muito mais pela CVC, Rextur Advance e seus acionistas no futuro? Porque o negócio só se sustentará no futuro atrelado a um volume de gigantes?

 

Por que comprar uma consolidadora? A CVC quer melhorar algo na relação com as empresas aéreas? Quer investir no segmento de viagens corporativas, responsável por 60% das vendas na aviação comercial brasileira? Quer criar musculatura para expandir internacionalmente? Quer o quê?

 

Como o mercado reage a essa venda? Se na fusão de Rextur e Advance já foi um “Deus nos acuda”, como é vista a associação com a CVC? Como um grupo que só trabalha com agentes de viagens lidará com a venda direta das lojas CVC? Como fica o negócio da consolidação? A compra estimulará outras fusões?

 

Um negócio desse porte gera, claro, muitas perguntas. Algumas, só o tempo vai revelar (até porque a negociação incluiu metas e resultados futuros). Outras, aguardamos as palavras de Luiz Eduardo Falco amanhã, em teleconferência.

 

Um grande passo para o turismo. Será que a Brasil Travel hoje vingaria?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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