Qual será a potência da nova mordida do pit-bull?

A Trend Operadora tem esse nome há bastante tempo, mas por muitos anos seu foco foi realmente a venda de hotéis. Uma central hoteleira. Depois vieram o carro, o seguro viagem (e lá no começo já havia as feiras, vale lembrar)…mas quando pensamos em operadora pensamos em pacotes. Pacotes já montados ou os chamados dinâmicos, que o passageiro ou o agente de viagens monta com o operador, em sua frente ou no site da operadora.

A chegada do vendedor pit-bull, Luís Paulo Luppa, à empresa, há cerca de dois anos, deu novos ares à Trend. A estrutura foi redesenhada, a gestão profissionalizada, a equipe ganhou uma marca forte de vendas, a Trend entrou na pauta do dia e passou a ser tema recorrente na “boca do povo”. Luppa pegou uma empresa com uma base forte (a venda de hotéis), mas com uma imagem confusa, e a reestruturou para passos mais ousados.

Para ter acesso ao aéreo, parte fundamental em uma operadora, uniu-se à Rextur, em uma parceria que depois incluiu a Advance e seu Reserva Fácil e que também deu o que falar no mercado. Para a Trend, gol anotado na súmula. Parte aérea resolvida.

De uns meses para cá, a Trend começou a formar seu departamento de Lazer. Podia ser mais um. Podia ser apenas uma reestruturação interna, pois a Trend já vendia lazer, só que de forma “desorganizada”. Podia. Mas Luppa deu a entender que não é, e começou a montar a equipe de Lazer. Como mão de obra é um dos grandes gargalos do Turismo, não foi na Trend Universidade ou nas faculdades de Turismo e Hotelaria que ele encontrou seu dream team. E sim, no mercado.

Até agora foram 45 contratados, de empresas como MMTGapnet, Tam Viagens, Nascimento, OTAs, redes hoteleiras… Ninguém da CVC (ao menos por enquanto).

E, pelo que sabemos do projeto e das ambições da Trend, é mesmo a CVC o alvo dessa iniciativa. O que só aumenta a expectativa e a pressão. Nada a que um vendedor pit-bull não esteja já acostumado.

A “operadora da Trend”, vamos chamar assim, chega em um momento bastante desafiador, pois operadoras como essas citadas (MMT, Nascimento, Tam Viagens) e outras como Visual, New Age, entre outras, estão em um ótimo momento. A CVC, então, nem se fala. Ela passou também por um processo de reestruturação e profissionalização, e está bem distante dos concorrentes (e gastando milhões de reais em publicidade no capítulo final de Insensato Coração!!!!!), mesmo estes estando mais robustos e vendendo mais.

Luppa adiou o lançamento da “operadora” de agosto para o final de setembro (pouco antes do Workshop Trend 2011). Tudo para que o sistema tenha uma versão ainda melhor.

Garante que, ao contrário da maioria das concorrentes, não abrirá lojas, não terá site para o consumidor final e venderá 100% por meio dos agentes de viagens. E ele vai bater nessa tecla, com certeza. Já no Workshop Trend eles terão à disposição todos os pacotes de final de ano que a Trend está preparando.

Como ele gosta de dizer, vem aí uma bomba atômica. Mais uma mordida do pit-bull. Qual a potência dessa nova dentada? Que fatia do mercado de lazer a Trend vai conseguir nesse primeiro momento? Como esses 45 novos funcionários se integraram à gestão pit-bull? O que eles agregaram? Qual vai ser o tamanho da “operadora” da Trend Operadora? Como isso afetará seus negócios dom Rextur e Advance?

O time já está aquecendo. Mas a concorrência também está a mil. O turismo sempre ganha com novas ideias, novas empresas, novos produtos. A contagem regressiva começou.