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Que garantias temos?

EDITORIAL DO JORNAL PANROTAS 1.023

Que garantias temos?

Ao que parece, nenhuma. Mas não é bem assim. Há direitos e deveres em qualquer setor. Gente mais e menos responsável. E formas de cobrar.

Uma agência ou operadora deixar passageiros na mão, como vimos recentemente, é algo que afeta negativamente todo o setor. Ser associado a uma entidade pode não ser garantia contra falências ou problemas financeiros, mas tem de significar que a associação vai tentar resolver o problema causado ou no mínimo indicar caminhos, saber o que houve. A Trip & Fun, afinal, é associada de que entidades? A Aviesp se apressou em dizer que não era associada e sim expositora de uma edição da feira… E a Abav-SP? E o Sindetur-SP? E o Cadastur? E a fiscalização do MTur? Atitudes como essa (de “não é comigo”) só levam o consumidor a acreditar e confiar cada vez mais em um só órgão, o Procon, que segue o princípio da responsabilidade solidária e depois cada um que se acerte com seu fornecedor.

O mesmo vale para associações de empresas aéreas, hotéis, locadoras… A companhia aérea deixa de voar, como a Pluna, e o passageiro fica só com um e-mail à disposição? Cadê a associação que cobra garantias às agências, que cobra caro de cada aérea associada, que cobra eficiência e na hora H sequer se pronuncia?

Por que associar-se? Por que comprar de empresas associadas? Porque há uma coletividade que usa de boas práticas. Porque há um grupo que age idoneamente. Porque existe investimentos em modernidade e segurança por parte desse coletivo. Porque há uma associação por trás fiscalizando e orientando e não apenas realizando feiras e tratando de angariar fundos sabe-se lá para quê.

Operação “abafa o caso” não cabe nessas horas. É preciso cobrar com trombetas e alarde. Pois se não fica aquela dúvida de um setor pouco sério, que não será indústria reconhecida nunca. Que na hora de sentar e tomar decisões sobre a Copa do Mundo, os vistos ou as fronteiras do Mercosul nunca será chamado, pois é dividido (por vaidades e egos, por ganância e falta de visão), fragmentado (portanto, fraco) e desorganizado (alguém duvida?).

Outra nota triste dessas brigas e desuniões do setor será vista em Londres, na Olimpíada que antecede a nossa, do Rio de Janeiro, em 2016. A tradicional Casa Brasil, que divulga o País e chama os visitantes para os próximos quatro anos, não terá qualquer ingerência do Ministério do Turismo ou da Embratur. Houve uma discordância quanto a custos e mandos e o MTur está fora. A Casa Brasil será da Autoridade Pública Olímpica e seus parceiros. Que mensagem irá passar? Saberemos em breve. O Turismo fará eventos paralelos, incluindo na Embaixada do Brasil. Tomara que eles se somem e não mostrem um Brasil dividido e com várias mensagens discrepantes. Como o turismo brasileiro, onde ainda vale o corporativismo e o “abafa o caso”. Enquanto isso, a imagem da indústria só deteriora, e mais armas são dadas aos “inimigos do turismo”, que, não se enganem, são muitos e poderosos.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • O problema maior e que estes empresarios fazem isto, depois somem por um tempo e voltam abrem novas empresas ou se associam a ourtrem e nada lhes e cobrado e continuam como grandes empresarios do turismo.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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