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Dia a dia

Quem vai ser o próximo figurão preso?

Estamos esperando… Mas uma das possíveis soluções ventiladas no mar de ódio e fake news da internet é: não reeleger ninguém. Sabemos que é impossível. Mas há uma série de figuras cansadas na política brasileira que merecem um descanso. Não eterno, longe disso. Mas vão cantar em outro terreiro. Enquanto isso, o Turismo continua sem candidatos, representantes… O que é ruim, pois formamos uma indústria importante. O que pode ser bom, haja vista o discurso exacerbado e irracional de algumas figuras políticas ou não (do Turismo) nas redes sociais… Quem há de contê-los? O mecanismo?

 

Pós-WTM e às vésperas da Aviesp, podemos dizer que as feiras continuam tendo de mudar. E levar conteúdo diferenciado e discussões para os eventos é apenas um dos caminhos. Não o único. A maioria das impressões é de que a WTM Latin America foi positiva. Quem quis fazer negócios e se preparou para isso (vou apenas dar um exemplo, entre muitos, a Omnibees) fez e saiu satisfeito. Mas, não se iludam, há uma polarização Abav/Braztoa X WTM Latin America. Há até discursos à la Trump: se é para fortalecer um evento, que seja o da entidade brasileira. Não tem lugar para todos então? Eu imaginava que sim, ao menos nos caminhos que os dois eventos estavam tomando. E agora? Que caminhos tomarão?

 

E os estrangeiros continuam pensando com delay em relação ao Brasil. Se programam com antecedência exagerada, se assustam por não conhecerem o tamanho do mercado, não são ágeis em se adaptar… daqui a dois anos provavelmente irão retomar tudo o que planejavam há três para os brasileiros. Espero que não estejamos entrando em outra crise… Acredito que não rs.

 

E continuo tímido na minha luta pela inclusão no Turismo, pelo que acho que poderia fazer. Mas aos poucos vou encontrando parcerias e ideias viáveis. Minha maior preocupação hoje: a falta de negros no mercado de trabalho de Turismo, especialmente em cargos de liderança. É claro que um trabalho sobre inclusão envolve uma luta mais abrangente (gênero, religião, até pensamento político, etc), mas as questões racial (principalmente em relação aos negros) e social (o Turismo é sim uma indústria que permite inclusão e mobilidade sociais bem interessantes) precisam de urgência. Nossa indústria está mais acostumada, me parece, a ter gays, coxinhas, mortadelas, judeus, católicos e evangélicos convivendo (há bons exemplos de tolerância nesse sentido) do que pensar em se organizar e estimular a inclusão social e racial. Isso independentemente de partidos políticos, religião, time de futebol ou destino preferido para viajar. Ou seja, incluir porque somos diversos, como nos demais temas. E porque todos fazemos negócios com todos. Ou não?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Prezado Artur, penso que encaixa melhor lote (ou partido…) a ser pego pela Lava Jato. Dubio Brasil: bom ver a Lei ser para todos numa pratica passageira; ruim o estolar das investigacoes patrocinado pelos mesmos. Um Brasil de politicos ridiculos tentando batizarem-se com nome de condenado. Faltaria pouco para uma penitenciaria exclusiva… Abracos e bencaos do Senhor.

  • “Para todos que os seus olhos querem ver” né?
    Os amigos de Temer tão por aí, sendo fotografados e rindo na cara de vocês;

  • O ponto é este: o Estado Brasileiro, pela mão de um juiz de Curitiba, decidiu prender o antigo Presidente Lula em violação da sua própria Constituição: ninguém será culpado até ao trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Nada pode ser mais claro, e, na clareza da lei, cessa toda a interpretação. Ponhamos, por um momento, de lado os outros aspetos desta particular ação judicial – a parcialidade do juiz, a ausência de prova, a inexistência de ato de oficio, a urgência extraordinária com que foi tramitado. O facto mais odioso deste processo é que o Brasil recusou ao antigo Chefe de Estado – sim, logo a ele – a proteção constitucional que a todos os cidadãos considera inocentes antes de sentença judicial definitiva, isto é, antes de esgotados os recursos previstos na lei.

    Na verdade, nada disto tem a ver com direito, mas com política, ou melhor dito, com violência política. E não começou agora. O objetivo do golpe político nunca foi só tirar Dilma do poder, mas tirar Lula da galeria dos Presidentes. O que a direita política brasileira nunca tolerou foi conviver com a memória do melhor e mais improvável Presidente do Brasil democrático. O impeachment a Dilma foi instrumental para chegar aqui – o legado de Lula não será o mais bem sucedido combate político à pobreza; não será o êxito da educação nacional transformada em prioridade pela primeira vez na sua história política; não será a aposta na indústria e nas empresas nacionais; não será a afirmação do seu País como novo ator político na cena internacional. Não, ele, o atrevido sindicalista sem diploma, só pode ficar para a história como criminoso – o novo punhal de Brutus é a acusação de corrupção.

    O lawfare, a que assistimos no impeachement , muda de patamar com a prisão- lawfare total. A guerra suja e selvagem que surge do desregramento incontrolado da violência política : já não se trata somente de usar o sistema judicial para triunfar sobre o adversário político, mas de o aniquilar, de eliminar o outro, o “inimigo radical” .

    Ódio e escalada. Eis o que vemos no Brasil: um regime completamente desmoralizado, sem parlamento, sem governo, sem política, sem autoridade. Um regime entregue a personagens de vaudeville – um juiz que promove escutas ilegais e as divulga; um procurador envolvido no próprio processo que anuncia um jejum pascal, como quem apela à transcendência divina para obter uma decisão judicial favorável à prisão; um chefe militar que avisa que não aceitará impunidade e que está atento “às suas missões institucionais”; um Tribunal dito Supremo que, confrontado com o vazio e com o descrédito da política, se transforma subitamente em Parlamento, aprovando sem respeito pela separação de poderes e com recurso a estapafúrdias hermenêuticas jurídicas, verdadeiras alterações à Constituição, por forma a que se possa, sem sentença judicial transitada em julgado, prender um líder político.

    A porta dos fundos

    Voltemos ao golpe parlamentar, para contar um pequeno episódio histórico. William Pitt – Pitt, the Younger – foi o primeiro ministro inglês mais novo da história, com apenas 24 anos. O primeiro debate parlamentar do seu mandato foi tumultuoso, com os deputados aos berros apontando-lhe a falta de experiencia e de maturidade para conduzir os destinos do Império. Quando chegou a sua vez de falar levantou- se para lembrar aos seus honoráveis colegas que tinha sido eleito pelo povo e nomeado pala rainha: “ não cheguei aqui pela porta dos fundos”, disse. A frase ficou. É uma daquelas frases que qualquer chefe de estado democrático deve poder dizer em qualquer momento e em qualquer circunstância: não cheguei aqui pela porta dos fundos. Pois bem, aqui está uma frase que nem o Presidente Temer nem nenhum dos seus ministros está em condições de dizer e muito menos em ocasiões solenes. Este é o problema do governo brasileiro e tem a ver com uma pequena palavrinha muito cara à democracia- legitimidade.

    Na verdade, é a questão da legitimidade que explica o falhanço; é o falhanço que explica a frustração; é a frustração que explica a radicalização política da prisão. Como era previsível, para quem conhece a história, o golpe começou por devorar os próprios autores. Dois anos depois nenhum dos dirigentes políticos da direita dita “apresentável”, está em condições de ganhar a disputa eleitoral. Alckmim, Dória,Temer,Aécio, Meirelles, todos eles têm nas sondagens entre três e oito por cento de intenções de voto- viraram margem de erro, na divertida expressão brasileira. No entanto o aspeto mais trágico para a democracia brasileira é o facto de vermos agora a direita política refém da extrema direita e do candidato Jair Bolsonaro, orgulhoso adepto de soluções politicas radicais e violentas. Este candidato está colocado nas sondagens com cerca de 18%, impedindo, à direita, qualquer solução política moderada que possa disputar com sucesso as já tão próximas eleições presidenciais. Por outro lado, a esquerda, vitima do golpe, não tem parado de se fortalecer – Lula apresenta-se com números espantosos de popularidade, entre 32% e 37%, mais que todos os outros putativos candidatos juntos.

    Assisto, comovido, ao companheirismo sem falhas com Lula revelado pelo seu partido e pelos dirigentes políticos da esquerda. Afinal, o caso é sério para a democracia : trata-se de prender um líder político que a Constituição considera inocente, já que não existe transito em julgado da ação penal ( trata-se de prisão punitiva, não cautelar). Mas entristece-me profundamente testemunhar o silêncio dos seus adversários que ele sempre respeitou e que tinham, neste momento, a obrigação democrática de condenar estes métodos. Bem vistas as coisas, talvez o mais importante legado do mandato de Lula à política brasileira tenha sido a aprendizagem democrática de transformar velhos inimigos em leais adversários. Infelizmente estes não se tem mostrado a altura dessa herança, e isso é toda a desgraça da democracia brasileira.

    Não há duvida que hoje é um novo dia. Mas seja o que for, isto não acabou. Parecem-me equivocados os que consideram a sua prisão como o fim da linha. A força popular de Lula da Silva é coisa demasiado singular para ser imputável à cegueira do povo. Por mim, testemunha próxima da sua governação, seu amigo e seu admirador, desejo repetir hoje, dia da sua prisão, o que já escrevi quando ele abandonou funções : o meu Brasil é com um S ; S de Silva- Lula da Silva. Saravá

  • Então, na surdina, fica-se sabendo que o Superior Tribunal de Justiça colheu em sigilo o depoimento de Geraldo Alckmin no “caso da Lava Jato que não é da Lava Jato” em que está envolvido o ex-governador de São Paulo.

    Em reportagem de Thais Bilenky e Reynaldo Turollo Jr., na Folha, aprende-se que o “Santo” da lista da Odebrecht opera “milagres”.

    A velocidade com que, de repente, o caso andou chamou a atenção de pessoas envolvidas na investigação. Apesar da relativa lentidão com que tramitou nos tribunais superiores, bastou Alckmin deixar o governo para que três decisões importantes fossem tomadas.

    Ao renunciar, na sexta-feira (6), o tucano perdeu o foro especial. Dois dias depois, o braço paulista da Lava Jato pediu acesso às investigações. O vice-procurador-geral, Luciano Mariz Maia, disse que a decisão caberia à Justiça. E o STJ, na quarta (11), decidiu encaminhar o inquérito à Justiça Eleitoral.

    Nem condução coercitiva, como com Lula, nem mesmo a divulgação do questionário, como com Michel Temer.

    Tratamento “vip”, discretíssimo, talvez em homenagem ao ditame de que os processos judiciais são públicos, dependendo de quem se trate, é claro.

    Apesar das proezas do Partido do Moro, digo, do Poder Judiciário, para preservá-lo, Alckmin não se salvará do “fogo brando” em que se está colocado, abrindo mais espaço para Jair Bolsonaro ao mesmo tempo em que se mantém “ocupada” a vaga de “centro-direita” com um candidato cheio de dinheiro e tempo de televisão, mas vazio de votos.

    Chuchu, sabe quem é dado as artes da panela, é cozido, não é frito.

  • Olá Artur!
    Fico feliz que haja uma preocupação do Panrotas em ver negros ocupando posições de liderança no trade. Há muito se discute mais participação deste segmento nos mais variados campos em que exista relação de poder. Essa ausência não é um fenômeno exclusivo do Turismo, ela se dá em outros muitos espaços de tomada de decisão muito pela questão do racismo estrutural de nossa sociedade. Admiti-lo é um ganho, pensar medidas que o mitiguem é uma virtude!
    Não é preciso nenhum esforço hercúleo para observar a quase inexistência de lideranças negras no nosso setor, para quem ainda insiste em afirmar que vivemos numa democracia racial com direitos iguais a todos, sugiro que deem uma boa olhada nos álbuns de atividades do trade divulgados neste canal.
    Acredito que deva haver atuação em todos os níveis para cuidarmos dessa questão de falta de representatividade. Nossa atividade (tão famosa por ser multicultural e pluriétnica) só tem a ganhar com a diversidade racial.
    Valeu Artur!

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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