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QUER COMPRAR ESSA RAPOSA?

Eis o tal do post muito delicado, que pode causar polêmica desnecessária, mas que merece debate. Inspirado em discussões recentes e que vão virar reportagem em um futuro Jornal PANROTAS, perguntamos: o Brasil sabe se vender? Sabe que produto destina-se a que público? Além dos 65 destinos indutores, o MTur orienta os pequenos destinos?

Por ora, menos é mais. Vou mostrar um comunicado de imprensa recebido da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Tocantins, Estado que não conheço, mas que com certeza tem belezas dignas da Região Norte, como Alter do Chão, Marajó, Manaus, Monte Roraima e tantas outras. Em seguida, as fotos que ilustram a matéria. E está aberto o debate. O Brasil sabe se vender?

PRESS RELEASE – AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DE TOCANTINS

“Praia da Raposa surpreende com boa estrutura

Longe das mais badaladas praias do Estado, a Praia da Raposa em Tupiratins, a 260 km de Palmas, vem ganhando cada vez mais destaque pela estrutura e quantidade de visitantes que escolhem este recanto, indiscutivelmente belo, para passar as férias e uma boa temporada de praia.

Com acesso pela BR- 153 e TO 432 ou TO 239 até a cidade, sendo estrada não pavimentada. A travessia é feita com voadeiras por R$ 6,00 a passagem (ida e volta), até chegar à praia no meio do rio, com uma pequena serra ao fundo. Foram montadas 14 barracas comerciais construídas em palha e com tendas na frente, formando um largo corredor.

Para agitar os corpos, instalou-se uma pista de dança coberta também com tendas e piso de madeira, bem à frente do palco. E à beira da água tendas tamanho 4×4, preservando o espaço de quem quer pegar sol e dos que preferem apenas sombra e água fresca.

A água limpa e tranqüila do rio Tocantins, permite que famílias descansem tranquilamente, deixando as crianças brincarem à vontade, na água ou nos brinquedos pula-pula. Entretenimento também nos espaços com redes de vôlei e shows durante todo o fim de semana.

Nas barracas de acampamento, algumas menores em formato triangular e outras maiores, com aluguéis que variam de R$ 80,00 a R$ 180,00 em sua maioria ocupadas por famílias, que todos os anos vêm passar alguns dias na Praia da Raposa. Engana-se quem acha que em acampamento não há conforto, algumas levam além dos colchões, as camas, TV, som e churrasqueira. A praia transforma-se em uma extensão da casa de cada um.

Na família de Francisca Maria Veloso, de Brasília, há parentes que moram em Goiânia, Cuiabá e Palmas e todos vieram se reunir na praia da Raposa. Eles ocuparam três barracas grandes, além das barracas de camping, para passar 10 dias no atrativo.

“Conheci a praia em 2007 e fiquei apaixonada. Daí a idéia de reunir toda a família para se confraternizar e curtir esse lugar maravilhoso”, disse.

A odontóloga Mara Liliana Lopes, de Palmas, também estendeu as férias com a família, um grupo de quase 60 pessoas, para passar o fim de semana na praia. “Eu já conhecia mas este ano a estrutura está bem melhor, estamos vendo o pessoal da limpeza trabalhando, o que contribui com a praia que é muito boa”, disse.”

FIM DO PRESS RELEASE

FOTOS DE DIVULGAÇÃO DA PRAIA DA RAPOSA – AGÊNCIA DE DES. DO TURISMO DE TOCANTINS

Pensei em não colocar nada. Pensei em ignorar. Pensei, pensei, pensei, mas esse é o nosso diferencial – elogiar o elogiável e mostrar as mazelas e problemas. Se mostrei que Brasília, com seus belos cartões postais, patrimônio mundial, está abandonada, com lixo nos atrativos turísticos e pouca estrutura para bem receber o turista, por que não posso demonstrar meu espanto com o material que recebi da Praia da Raposa, em Tupiratins, a 260 km de Palmas, no Tocantins?

Sem querer saber de culpados (pois não há), queria algumas respostas, apenas isso. Do tipo: o que fazer com esse tipo de turismo? É assim mesmo e o erro está em vender para todo o Brasil? R$ 180 é uma diária em um bom hotel três estrelas em São Paulo. Uma barraca na Praia da Raposa também. Por que a estrutura não é condizente? As fotos mostradas são atrativas para vender o local? Há fotos melhores e aí está o problema? Há política de turismo para ajudar nesse caso tão distante dos chamados destinos nobres?

Debate aberto.

E continuo querendo conhecer o Tocantins.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Boa tarde Artur

    Agua limpa ??????? Se eu não soubesse de onde eram as fotos, diria se tratar da Guarapiranga, ou qualquer outro lugar de aguas barrentas e lotada de pessoas que passam o dia sem sair nem para ir ao banheiro……..
    Enfim, essa é mais uma das inumeras coisas inexplicáveis dessa Brasil.

    Abs

    Eduardo

  • Artur,

    Excelente oportunidade para discutir que tipo de turismo devemos ou podemos promover. Como vivo há muitos anos de promover destinos, tenho minha própria opinião, a qual, evidentemente, é discutível e não pretende assenhorear-se da verdade. Para ser curto, eu não iria para um local assim, muito menos se tivesse algum custo. Para minhas preferências pessoais achei aquilo uma filial do inferno, só falta um grupo de pagode para completar a tragédia. Já como profissional quero dizer o seguinte: atrativos não precisam ser nacionais ou internacionais para se venderem. Se o local é capaz de atrair as pessoas do entorno, ou dos estados vizinhos, acho que já merece a atenção e o respeito das autoridades MUNICIPAIS responsáveis pela atração. Só não acho que atrativos como esse representem o turismo do Brasil (isso seria uma estupidez), por isso devem ficar longe das preocupações da Embratur, por exemplo. Agora para quem explora esse tipo de turismo comercialmente, tanto faz se quem paga é o vizinho ou é o turista que vem de longe. Negócio é negócio e a correta exploração dos recursos naturais gera emprego e renda como acontece em qualquer outro atrativo, digamos, mais nobre. É o que penso e espero ter contribuído para iniciar o debate.

    Um abraço

    • Obrigado pelo comentário Rui. Mas acho que mesmo sendo para o turista local precisa ser mais bem cuidado, ter mais estrutura. E segurança. E higiene. Aquele pula-pula parece que vai engolir as crianças a qualquer momento. E o comunicado foi enviado, com fotos, para a mídia nacional. Ou seja, ambiciona repercussão nacional e não local. Acho que cabe uma orientação do MTur sim. Afinal todo Estado, Tocantins inclusive, tem à disposição verba oficial federal para promoção no Brasil e no Exterior. Alguma coisa está fora da ordem nesse caso.

  • Artur, post muito oportuno. Tive uma reuniao hoje com a socia de uma grande operadora paulista e ela fez uma observacao excelente: quando a Emirates comecou a PENSAR no voo para o Brasil em 2007 eles convidaram 5 ou 6 agents “top” pra uma visita a Dubai, via New York, com tudo pago em classe executiva. O que estes operadores descobriram quando chegaram a Dubai eh que foram ateh la dar uma “consultoria gratuita”, pois foram convidados para uma reuniao de horas com toda a cupula da EK e dos organismos oficiais do turismo dos Emirados e estes dissecaram todas as informacoes sobre nosso mercado, estilo dos viajantes, produtos mais adequados, etc etc. O que nossos destinos nacionais fazem para se vender? PRESUMEM que sabem o que o turista quer, trabalham sobre generalidades que estao a seu curto alcance esperando atingir o maior numero possivel de potenciais viajantes, sem preocupar-se com regras basicas de segmentacao, adequacao de linguagem, formatacao de produtos e polimento da comunicacao. Aqui carecemos de profissionais tecnicos e de algo fundamental para termos sucesso: HUMILDADE de perguntar e aprender antes de fazer o que nos der na telha. Resultado: essa coisa triste que vemos aih em cima (e que se repete no pais todo), um produto que talvez seja muito bom sendo aniquilado sem piedade por gente que, por incrivel que pareca, eh invariavelmente bem-intencionada. Mas de boas intencoes dizem que o inferno esta lotado, correto?

  • A seu pedido Artur, segue novamente + ou – o comentário (pensamento) sobre este post:

    Embora acredite que o Brasil possua um grande empenho em promover o turismo devido a força do MTur, do ministro, e da Embratur, certamente o país não sabe se vender.

    Precisamos de MAIS.

    Dificilmente vemos as cidades divulgarem seus patrimônios, suas histórias e riquezas.

    Que imagem/produto vendemos? Se uma empresa de turismo vende algo que não condiz (por fatos fundados na visão do consumidor/turista), cabe indenização? Marcelo Oliveira, você poderia ajudar com esta dúvida?

    Também não ficamos atrás aqui na cidade do turismo de negócios. Nada se vê, quase nada é divulgado. O único programa que retrata atividades de lazer e cultura em São Paulo é o programa “Antena Paulista”. Assistindo ao programa, dá até orgulho e também espanta saber que vivemos em um lugar que possui tantas belezas de fácil e livre acesso a todos, mas não divulgado.

    Esta é uma mídia BOA em horário ERRADO! Quantos estão acordados às 7 da manhã no domingo?

    Nas viagens que fiz pela faculdade pelo Sul de Minas, adorava assistir TV nos tempos entre uma saída e outra. Os comerciais continham propaganda turística da cidade com informações e belíssimas imagens de seus atrativos, infraestrutura, cultura, culinária, artesanato. E o melhor, era constatar que o divulgado era real.

    O que é preciso para explorar uma localidade? Sem infraestrutura, planejamento, sustentabilidade, estudo e respeito à capacidade de carga, a degradação de uma local em potencial é uma rápida conseqüência.

    Tinha finalizado o post com um a frase pertinente dita todos os dias na novela “Ana Raio e Zé Trovão” que diz assim:

    “As belezas do Brasil, que o Brasil não conhece”. Será melhor assim!

  • Acho que falei mais no post acima do que no outro e não consegui seguir a mesma linha de raciocínio, mas “tá valendo”, como se diz né!

    Outra coisa, hoje às 8 da manhã conversava com minha cabeleireira (entre um puxão e outro da escova que insistia em domar os fios de minha madeixa) sobre a viagem que ela fez para conhecer Salvador. Ela baiana, porém não da capital.

    Ela se disse horrorizada e envergonhada por ser baiana e falar mal de seu estado, mas para ela Salvador não condiz com o que a propaganda mostra. Fora meia dúzia de ruas na região do cartão postal, ela achou a cidade suja e mal cheirosa.

    Parece rude, mas ela é uma pessoa que trabalha o ano todo e foi conhecer seu estado num fim de semana.

    Não entende de turismo, pouco consome do turismo, mas planeja conhecer Fortaleza ou Natal para ver se tem outras impressões das cidades turísticas.

    Segundo ela mesma, ela prefere visitar cidades menores que possuem menos recursos, porem são mais cuidadas.

  • Artur,

    Não há como discordar de suas observações. Não sabia que tinham enviado esse material para divulgação nacional, pensei que você tinha garimpado isso por conta própria para suscitar o debate. Se aquele “atrativo” tem realmente pretensões a qualquer divulgação, então a coisa muda de figura. É claro que não oferece a menor condição de exploração profissional. Entretanto, enquanto “atração” local, se faz sucesso e o povo gosta, quem sou eu para meter a colher?!? Não competiria às autoridades (mesmo as locais) zelar pela higiene e segurança? Afinal há leis para isso, não há? De qualquer forma, só posso dizer o seguinte: sob todos os aspectos é lamentável!

    Quanto à Sheila Claro, recomendo uma visita ao site do SPCVB http://www.spcvb.com.br não é perfeito, mas tem muita informação sobre a bela e nobre capital de SP.

    Um abraço.

  • Olá Rui, obrigada pela sugestão. Até digo que é importante a divulgação do site do SPCVB.

    Conheço sim muita coisa bacana de São Paulo, aliás, sou amante da minha cidade, porém quis trazer a tona que a cidade não divulga seus roteiros como se deve.

    Uma observação: quantas vezes vemos propagandas aqui em são Paulo mostrando imagens da Bahia e das prais do nordeste? E quantas vemos sobre São Paulo?

    Nós temos muito a ser mostrado, porém não acho que a população tenha que pesquisar na internet ou depender somente do Antena Paulista para ter dicas de programação.

    A SP Turis precisa investir mais em mostrar o potencial paulista. Nas ultimas feiras do turismo que tivemos aqui, o que era divulgado? Perdoem o meu esquecimento sobre o nome correto do roteiro, mas eu via somente a visita guiada no cemitério. Eu acho muuito mórbido e me assusta só divulgarem isto, até conversei com a moça que distribuia folders e ela mesma se dizia indignada porque temos tantas opções que nem mesmo foram lembradas.

    Rui, obrigada pela troca de informção, bjs

  • Artur, essas fotos me deram medo. Jamais sairia de minha casa para passar 1 dia nessa praia (?). A questão é bem essa mesmo: que tipo de turismo o Brasil quer promover?
    Com certeza existem meios de tornar essa tal praia em algo decente, com uma infraestrurura melhor, mas não isso que está nas fotos.
    Parabéns pelo assunto abordado, comentários no ponto!
    Um abraço,

    Soraia

  • Meus caros amigos internaltas, sou cidadão Tocantinense, nasci aqui no interior do estado do Tocantins na cidade de Colinas do Tocantins, fui criado na cidade de Presidente kennedy-To a 56 KM de Colinas e a 52 de Tupiratins, cidade essa que recebe varios Turistas de diversas localidades do nosso país, estou aqui para defender a praia da raposa que é uma das praias queridas da nossa região norte, a praia da raposa tem aproximadamente 20 anos que foi explandida pelos turistas da nossa região e se vcs estão achando que esta estrura esta pessima eu digo que não, sabe o porque?
    sei que a cidade de Tupiratins e Itapiratins receberam verbas para trazerem uma estrura melhor, defendo a prefeitura de Tupiratins na Pessoa do Sr Prefeiro Brandão rezende e vice prefeito Mauro Martins, este ano foi o segundo ano de mandato deles e a praia da raposa nunca tinha visto na vida uma estrutura que vimos de perto no percusso de dois anos de mandato dos senhores prefeitos, turistas ficaram felizes, higiêne, segurança, saúde, esporte, policiamento, infra-estrutura total, esperamos mais para o ano que vem, e com uma certeza que vai ser bem mais legal, há!!!aproveitando o espaço quero convidar as pessoas que não conhecem a praia, para virem conhecer de perto as belezas do nosso rio Tocantins…
    atenciosamente, Rodrigo Lobão
    Radio Lider fm Colinas o Tocantins

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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