Nós, do turismo, adoramos testar novidades, saber como funciona, analisar alternativas… E uma das coisas mais interessantes dos últimos tempos são os chamados serviços auxiliares das empresas aéreas. Além de gerarem receita extra para as aéreas, já que a tarifa média caiu em todo o mundo nos últimos anos, vamos ser justos, criam opções nunca antes existentes para os passageiros.
E nem vou falar de comida. Comida de bordo é ruim e ponto final. Compra no aeroporto, embrulha para viagem e faz sua farofinha a bordo. Os comissários ficam irados de ter de recolher tanto papel e lixo, mas por outro lado isso diminui o trabalho deles de ficar perguntando “carne ou frango?”, “pêssego light ou néctar de uva?”, “biscoitinho ou batatinha?”, “requeijão com lombo canadense ou presunto, cream cheese e ervas finas?”.
O que os serviços auxiliares trazem de bom é em relação a conforto, entretenimento, conectividade e compras. Pode-se pagar mais por um assento melhor (e não falo de classe executiva). Pode-se pagar uma taxa honestíssima nos Estados Unidos por TV ao vivo ou filmes on-demand. Pode-se conectar à internet também por preços incrivelmente justos. E fazer compras por meio de catálogos exclusivos.
O nosso maior medo é ver tudo isso chegar ao Brasil a preços exorbitantes, quase uma nova passagem aérea. Além do custo Brasil, sabemos que nossos empresários são sim mais gananciosos que os outros.
Só ver pelas empresas de telefonia…
Testei esta semana o sistema Onair dos aviões da Tam. E funciona que é uma beleza. Dá até orgulho. Mas, claro, só fiquei nos SMS, pois as tarifas da Vivo são proibitivas. R$ 7 por minuto nas ligações. Será que a Tam terá um wi-fi acessível como nos EUA? Por que por aqui tudo é tão caro? De qualquer forma para ligações de urgência, está valendo. Ninguém vai ficar batendo papo em avião, espero. Achei muito bom o serviço.
A Tam também lançou um catálogo com venda de produtos. Preços bons, marcas conhecidas, como Havana, e serviço ideal para quem esqueceu aquele presentinho… Achei bem criativo.
Eu pago sem pestanejar por bons serviços em internet, entretenimento (meu maior sofrimento foi um voo da Aeroflot, pra Tunísia: o filme com Jackie Chan era dublado em russo e o som saia de alto-falantes, não havia fones idnividuais… desde então não posso nem ver a cara do “ator” chinês) e mais espaço. Comida, como disse, desisti. E faço que nem uma senhorinha que vinha no meu lado esta semana: “o senhor quer um pedaço de bolo? é que minha filha preparou esse lanchinho pra mim, caso a comida de bordo não fosse suficiente”. Deu vontade de aceitar, mas agradeci educadamente… Eu tinha uns chocolates na mochila.
Com criatividade e qualidade, e casando com o que o consumidor quer, as empresas brasileiras vão conseguir cobrar por serviços diversos. Cobrar por água continua sendo um absurdo. É como cobrar para usar a máscara de oxigênio ou o banheiro. Já pensou R$ 10 para receber um “bom dia”?
Agora, quem paga em contrapartida exige qualidade e bom serviço. Negligências, mau atendimento ou produtos não entregues vão cada vez mais ser causas de processos e reclamações. Os serviços auxiliares vão acabar gerando mais profissionalização, mais transparência e clareza. Direitos e deveres.
Sobre qualidade de serviço: no vôo FRA / GRU na semana passada, com TAM, na executiva, os talheres eram de plástico, descartáveis… Será que a TAM esta criando um novo padrão de serviços ?