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Dia a dia

Querida Olga,

É sempre muito triste e difícil dar notícias ruins de pessoas de que gostamos e respeitamos. Também de empresas que fecham, negócios que não dão certo, projetos que desabam, sonhos que se acabam. Sei do impacto de tudo isso em pessoas, famílias, fornecedores, passageiros… Nunca é bom noticiar algo assim. Da mesma forma como está o seu nome no topo dessa “carta”, poderiam estar outros tantos, mas peço licença para pegar o seu caso para refletir sobre o atual momento em que vivemos – todo o País e todo o trade.

Como diz o ditado popular… coisas ruins acontecem a pessoas boas. Estamos vivendo uma crise muito grande (e não estávamos mais acostumados a isso). Pior, não vemos medidas serem tomadas pelo governo para acabar com ela. Olhamos para Brasília e vemos um “salve-me quem puder”, com a maioria tentando se segurar até o fim do mandato… Nem um pouco preocupados com suas biografias. Ou com as nossas.

Que é algo que tenho certeza aflige qualquer bom empresário. Quem quer dar golpe não deixa nem os boatos serem alimentados. Dá o golpe e foge sem dar a cara para bater. Quem tem história não quer chegar ao fim da vida e olhar para trás e ver tão somente um castelo de areia corroído, ou repleto de atos vergonhosos.

É um processo duro e difícil e muito particular o de decidir fechar uma empresa. Mas também é a chance de começar de novo, por isso a hora da decisão é crucial. Mas quem tem essa fórmula? Qual o momento exato? O ponto de desaceleração que evitaria a batida no muro…

Mais ainda, e quem não se preparou para a crise? Quem não anteviu o cenário sombrio? Muito se fala em profissionalização no turismo, e profissionalizar não é saber fazer o produto (o que a Designer, diga-se de passagem, sabia fazer muito bem, é referência em operação de alto nível) e sim saber exatamente se sua estrutura suporta sua operação, de onde vêm custos e receitas… enfim, profissionalizar a gestão. E sabemos que nosso setor, de pequenas agências a grandes impérios, resiste e resistiu a entrar no mundo frio dos números e resultados… Há casos e casos. Mas contra números não há argumentos, dizem.

As empresas são pressionadas a mudar a cada ciclo e esse tempo está cada vez mais curto. Sinto que quem está há décadas no mercado tem medo de perguntar: e se minha empresa não existir mais? A pergunta certa deveria ser: “em que posso transformar minha empresa, todo meu conhecimento, tudo o que construí?”. Dessa pergunta podem nascer novas empresas, ideias, rumos… e transformações. Coisas melhores.

Por que fecha uma empresa? O acaso? A junção de vários fatores, como num acidente aéreo? O medo de mudar? A má gestão? A “ajudinha” do governo? O foco na rotina? Boatos? Concorrentes ferozes e mais bem preparados? Muitos sabem, outros nem desconfiam. E a forma de encerrar o ciclo é tão importante quanto o início dele. Pois a vida não acaba, profissionais precisam ser recolocados, dívidas negociadas, passageiros embarcados e atendidos…

Reconheço todo o dinamismo e a expertise da Designer, uma empresa sempre muito bem vista no mercado. Lembro das nossas viagens, dos eventos, dos risos e de como você é uma profissional dedicada, séria e inspiradora. Sei como você é considerada por seus pares, pelos clientes, fornecedores. Ouvi muitos lamentos sobre o fechamento da Designer, mas sobre sua pessoa muitos elogios e a solidariedade possível.

Mas coisas ruins acontecem a pessoas boas. E em uma hora dessas procuro entender todos os lados. A dor de cabeça e o prejuízo dos envolvidos, o lado emocional, o desespero de quem tem conta pra pagar, a pressão, a cobrança sobre as entidades, os passageiros indo para suas viagens de sonhos… Todos têm um pouco de razão na sua luta e o turismo só dá certo quando essas razões estão alinhadas. Quando um perde, todos perdem. Quando um sai do eixo, todos envergam. E sempre a conta é dividida com quem está de “inocente” na história. Imagino o peso de uma dívida para uma agência pequena, para quem investiu em um negócio, e como isso respinga na imagem de todo um setor. Sei também que não há uma maneira suave de passar por isso. É um turbilhão, como o que passou por você e a Designer, de forma inevitável.

Apesar da crise e do nosso desgoverno, o momento traz boas notícias para nosso setor, como o seguro que a Braztoa lançou, a renovação nas Abavs, a esperança para que as viagens nacionais deem um salto qualitativo que mude de vez nossa indústria… O mercado se adapta a um novo tamanho, depois de anos de crescimento de dois dígitos e de uma despreocupação com números. Sim, os escândalos, a dilapidação do nosso País, a roubalheira e falta de ética nos deprimem. Sim, empresas fechando nos deixam cabisbaixos e reflexivos. Mas queremos crer que as coisas ruins são exceções. E que ciclos novos hão de começar sempre.

Querida Olga, espero que essa fase difícil e nebulosa se encerre abrindo janelas e portas para uma nova etapa positiva e cheia de luz, que foi o que você sempre plantou na Designer, em sua carreira, em sua vida.

Que outros empresários consigam superar obstáculos, agir com clareza e que nossa indústria dê um passo à frente na forma de atuar, cobrar e ser cobrada e se relacionar. Também que as entidades amadureçam e colaborem mais com a saúde e o futuro da indústria — e não é organizando feiras, disso tenho certeza. Há soluções mais sérias e profissionais que precisam ser analisadas. Chega de o turismo ter sempre potencial, não é mesmo? Chega de dar tudo errado quando era para dar “metade certo” nesse momento.

Repito: um elo da cadeia quebrado cria consequências em todos os demais e queremos é que todos cresçam juntos, TODOS: agentes de viagens e OTAs, operadoras e empresas aéreas, entidades e seus eventos, parceiros e aliados, fornecedores e intermediários, disruptores e guardiões da tradição. Tudo para que na ponta a experiência seja a melhor possível para o viajante, como foram tantas experiências que tivemos (e teremos) juntos.

E que você continue emprestando sua ética, boas ideias e doçura a essa indústria tão dinâmica e instigante, e muitas vezes injusta. Injusta com você e tantos outros players agora atingidos pelo fechamento da Designer. Que todos saiam dessa da melhor forma possível.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

    • Procuro olhar o setor com os olhos de cada segmento, Loris. Não há só uma verdade, só um lado. Afinal é uma cadeia do Turismo, cheia de elos, relações (voluntárias e involuntárias), casos diferentes. Precisa mudar muita coisa? Claro. Mas não dá para só atirar pedras… Mesmo o caso da Nascimento, traumático para o Turismo. Duvido que um empresário como o Eduardo Nascimento ia querer isso para sua empresa, terminar desse jeito. Tentou até o fim. Errou? Acertou? A história dirá. E nós ajudamos a escrevê-la. Abraços

  • Sr. Artur Andrade,

    Então aquela estória de que é uma arma suja da concorrência ficar espalhando que determinada Operadora está mal, não é verdade, todas Operadoras que tiveram seus nomes envolvidos nesses tipos de boatos,acabaram fechando.No momento existem boatos que várias outras Operadoras estão mal. Você agente de viagens vai acreditar que é apenas boato? Que é arma suja da concorrência? Não é nada prudente comprar dessas Operadoras, depois é sempre a mesma história, é o agente de viagens que toma na cabeça.

    • Caro, Roberto
      não seja tão radical. Já ouvi boatos de empresas que estariam fechando e que não fecharam. Falei com um grande consolidador e ele disse que a inadimplência e os calotes de agências de viagens aumentaram muito nos últimos meses. Os nomes dessas empresas deveriam ser divulgados pelas Abavs como maus pagadores para não prejudicar fornecedores? Ou pelas consolidadoras? Imagine uma lista negra de todos os que estão devendo. Acho que para o turismo. Boatos são boatos e não podem ser levados a sérios. Investigar e pesquisar a saúde de empresas em canais competentes é algo legítimo. Tem que haver muito cuidado pois um dia você é o alvo do boato. E não duvido de que a lista “negra” de agências devedoras sairá em breve, em parceria com a Serasa. Quem deve não compra? Qual sua recomendação? Abraços ARTUR

      • desculpe a intromissão, mas passar a mão na cabeça de operadora que pega o dinheiro do agente ou cliente direto e não paga o fornecedor, faz má gestão dos recursos, que diga-se de passagem não são seus, apenas a comissão que é e depois fica inadimplente e deixa a bomba no agente e o cliente no chão,é no minimo uma visão equivocada e defender o incauto.

        • Marco, obrigado pelo e-mail. Vou repetir a resposta que acabo de dar ao Pablo, também nesse post.
          “não estou passando a mão na cabeça de ninguém. Cada um responde por seus atos. O que não quer dizer que eu não possa lamentar e me mostrar solidário. Afinal, a indústria sadia só se mantém sadia quando todos estão bem. É uma questão de ter uma visão de mercado e não apenas do seu próprio negócio, afinal, somos parte de uma indústria, e os elos estão conectados. A culpa é da soma de fatores: da má gestão aos boatos, da crise ao azar. Qual a hora de parar? O modelo ADV e Fênix são de empresas que desistiram do turismo. É diferente de quem ainda quer continuar. Faço a mesma pergunta de uma agência de viagens ou de uma loja de shopping ou de uma escola… Estar devendo torna obrigatória que parem de vender e saiam do mercado? Enfim, como disse no post e está muito claro, entendo todos os lados, pois há um efeito cascata e gente inocente acaba tendo prejuízo. Por favor, peço que não deturpe minhas palavras, não estou passando a mão na cabeça de ninguém. Apenas tento me colocar no lugar dos outros, sentir seus dramas e dificuldades. Por isso, entendo seu e-mail desabafo, mas peço que não se desespere, pois isso pode levar a mais danos ao mercado. Um abraço, Artur”

          • Artur, voce é um excelente jornalista! a questão é que no turismo há muita arrogancia, vaidade e prepotencia. Muito glamour e pouco dinheiro. Muitos se enebriam pelo luxo e benesses que nosso setor proporciona, porem existe a armadilha de gerir negocio com dinheiro alheio, por isdo na minha opinião não existe queridis e nem coitados

          • Certas estão as que desistiram e honraram seus compromissos! Essas deveriam ser exaltadas , não as que foram irresponsáveis porque não tiveram coragem de parar na hora certa! Sua ultima frase diz ” que todos saiam dessa da melhor forma possivel” Desculpe, mas faltou ” com ética e moral”.

  • Chateado com tudo que ta acontecendo ….problema que agente vem ouvindo ha meses …o pior que falaram e tao falando por ai que a quebra da Designer não e nada disso ….foi causa briga entre sócios , bem cada um com seu problema, só temos a lamentar e desejar a todos sucesso

    • Mohammed a situação é complexa. Imagino que uma empresa pequena e pouco conhecida como a sua deva estar sofrendo com tudo isso, mas tem que resistir, tem que capacitar, tem que ser criativo… se formos dar ouvido a boatos, a indústria para. Há boatos que se tornam verdade e outros nem de longe. Criar boato é fácil… Por isso é preciso cuidado de todos. O seguro Braztoa é um bom passo, espero que mais empresas tenham acesso à venda. Abraços e obrigado

  • Querido Artur,
    O teu texto expressa o sentimento de muitos no nosso trade hoje. O mercado não está fácil. Temos que nos inventar a cada dia e olhar cada “Olga” dentro de nós para tentar sobreviver. Problemas todas as empresas tem. Sair deles é mais fácil para uns e muito mais difícil para outros. Conheço o trabalho da Designer e realmente é uma pena chegar a este ponto. Minha solidariedade à Olga! O mercado precisa de profissionais competentes e sérios como ela. E quem não concordar com isto, que jogue a primeira pedra!

  • Boa tarde!

    amizades e admirações a parte, não da para passar a mão na cabeça desses empresário. Eles
    não estão tomando a decisão de fechar suas empresas,
    As empreas quebraram. Deixaram centenas de agentes e passageiros na mão. Foram até o ultimo limite da irresponsabilidade e depois colocam a culpa na crise, nas OTAs , nos boatos.

    A formula é a mesma, já estão com
    problemas mas lançam notas positivas na
    midia, participam de eventos, lançam
    produtos e vendem
    até o último segundo, induzem as agências ao erro para depois fechar as portas e sumirem, deixando todos com
    o prejuízo. Isso é golpe, é falta de responsabilidade, é desonesto.

    Existem exemplos de como se fecha uma empresa com responsabilidade. ADV e Fenix são dois desses exemplos, interroperam suas operações, até onde eu sei honraram seus compromissos e sairam pela porta da frente. É assim que se faz.

    Infelizmente a regra no turismo parece ser outra.

    Saudações

    • Pablo, obrigado pelo e-mail
      não estou passando a mão na cabeça de ninguém. Cada um responde por seus atos. O que não quer dizer que eu não possa lamentar e me mostrar solidário. Afinal, a indústria sadia só se mantém sadia quando todos estão bem. É uma questão de ter uma visão de mercado e não apenas do seu próprio negócio, afinal, somos parte de uma indústria, e os elos estão conectados. A culpa é da soma de fatores: da má gestão aos boatos, da crise ao azar. Qual a hora de parar? O modelo ADV e Fênix são de empresas que desistiram do turismo. É diferente de quem ainda quer continuar. Faço a mesma pergunta de uma agência de viagens ou de uma loja de shopping ou de uma escola… Estar devendo torna obrigatória que parem de vender e saiam do mercado? Enfim, como disse no post e está muito claro, entendo todos os lados, pois há um efeito cascata e gente inocente acaba tendo prejuízo. Por favor, peço que não deturpe minhas palavras, não estou passando a mão na cabeça de ninguém. Apenas tento me colocar no lugar dos outros, sentir seus dramas e dificuldades. Por isso, entendo seu e-mail desabafo, mas peço que não se desespere, pois isso pode levar a mais danos ao mercado. Um abraço, Artur

      • Olá Artur,

        entendido.longe de mim deturpar suas palavras. Eu também lamento o fechamento de todas essas empresas, tinha grande admiração principalmente pela Designer.

        Estar devendo e em dificuldades não significa ter que parar de vender, muito pelo contrário, mas também não significa não entregar o produto e deixar os clientes na mão. Essa atitude é grave.

        Mas vamos seguir em frente e unidos para fortalecer o nosso turismo.

        Abraço,
        Pablo

  • O maior problema são as agências que vão junto no “buraco” por esses fechamentos das operadoras. Estamos em um momento que confiar em qualquer operadora praticamente não existe. Isso tudo é culpa da abav, braztoa e das operadoras que em tantos anos se aproveitaram. Por que eu pequeno preciso fechar por culpa de terceiro? É inadismissivel a omissão do mercado e dos grandes player sobre a situação. Entendo que empresas fecham normalmente, mas já passou o normal quando em 4meses tivemos mais de 5. É culpa da crise? da economia, do câmbio? o cliente final não quer saber disso, porem mesmo indo pra justiça até ele receber, se receber, o que gastou é outro problema.

    • Stelios, você está coberto de razão. E isso tudo cria um problema de imagem sério para o segmento de operadoras. Mas não só são elas que fecham… Precisamos de mais ações das entidades competentes. Quais? Se eu soubesse já tinha sugerido aqui nesse espaço. Só uma lista negra não resolve. Só o seguro também não. Debate urgente e necessário.
      Abraços
      ARTUR

  • Mais uma triste história de fim trágico onde a corda arrembenta mais uma vez para o lado mais fraco: o do agente de viagens !!
    Pra mim tudo arquitetado com antecedência e agora salvem-se quem puder.
    Lamentável fim.

  • Fiquei sabendo que a palavra “crise” em japonês tem dois significados básicos, são eles: perigo e oportunidade. Nosso PIOR momento é também a nossa MAIOR oportunidade.
    Em momentos de crise é que avaliamos de forma mais contundente qual o valor que poderíamos estar entregando ao mercado que ainda não foi agregado ao nosso produto ou serviço.
    O momento é de reflexão e nao de críticas.O nosso negócio gera também relações que são construídas ao longo do tempo.Que o exemplo da Designer remeta a mudanças, sem que isto transforme seus controladores ,da noite para o dia em pessoas de má reputação pois isto não é verdadeiro ! Parabéns Artur pela maneira como expressaste tua visão !

  • Artur, voce é um excelente jornalista! A questão, é que no turismo há muita arrogancia, vaidade e prepotencia. Muito glamour e pouco dinheiro. Muitos se enebriam pelo luxo e benesses que nosso setor proporciona, porem existe a armadilha de gerir negocio com dinheiro alheio, por isso na minha opinião não existe queridos e nem coitados, são sim, inconsequentes.

  • Artur,
    Parabéns pelo texto! Expressou perfeitamente o sentimento de todos que tiveram a oportunidade de conhecer e trabalhar com a Designer, com seus profissionais incríveis, o que incluí a Olga.
    Abs,

    Abs,

  • Artur,
    o elo da cadeia já quebrou há muito tempo.. quando companhias aéreas vendem diretamente ao cliente final com tarifas mais baixas do que as do GDS.Ou quando os hotéis dão desconto ao passageiro direto, Ninguém tá a fim de crescer junto, desculpe.

  • Achei seu texto muito infeliz. Coitadas sao as agencias que pagaram, entregaram a viagem do seu maior bem que sao os clientes e ficaram com prejuízo financeiro e moral. Nenhuma empresa quebra de uma hora para outra, ainda mais quando uma das socias sai pouco tempo antes…
    Absurdo com as agencias !

    • Oi Beatriz, obrigado por seu comentário
      Concordo com você sim. Infelizmente mais uma vez uma empresa quebra e deixa prejuízos a seus parceiros. Nem discuto isso. Não tenho detalhes da quebra, ouço coisas mas prefiro não expor ninguém. Mas vejo aqui uma oportunidade para falarmos dos desafios dos agentes de viagens, que não são poucos. Como uma outra agente disse: “pagamos impostos, empregamos pessoas, corremos atrás do cliente e no final isso”. Gostaria então de convidá-la a dar uma entrevista ao PANROTAS mostrando sua agência, seu dia a dia, suas dificuldades com impostos, burocracias, remuneração mais baixa. Mostrar os empregos e o impacto que sua empresa gera. Quem sabe assim o governo e as entidades passam a olhar para o pequeno e médio empresário de outra forma? Sabemos que não há “garantias” nos negócios, mas muito pode ser feito. Aguardo seu contato, para falarmos da sua empresa e da sua visão como empresária de turismo. Obrigado mais uma vez, Artur

  • E vc acha justo a agência de viagens arcar com todo o prejuízo porque a operadora e as Olgas da vida não souberam administrar ? Vc deveria fazer um texto abordando esse problema é não se lamentar pela operadora que fechou e largou todo mundo na mão !

    • Oi Claudia, não é nem um pouco justo e jamais disse isso. Como falei abaixo para sua colega Beatriz, vejo aqui uma oportunidade para falarmos dos desafios dos agentes de viagens, que não são poucos. Como uma outra agente disse: “pagamos impostos, empregamos pessoas, corremos atrás do cliente e no final isso”. Gostaria então de convidá-la a dar uma entrevista ao PANROTAS mostrando sua agência, seu dia a dia, suas dificuldades com impostos, burocracias, remuneração mais baixa. Mostrar os empregos e o impacto que sua empresa gera. Quem sabe assim o governo e as entidades passam a olhar para o pequeno e médio empresário de outra forma? Sabemos que não há “garantias” nos negócios, mas muito pode ser feito. Aguardo seu contato, para falarmos da sua empresa e da sua visão como empresária de turismo. Obrigado mais uma vez, Artur

  • O Sr. realmente perdeu a chance de refletir bastante antes de escrever uma barbaridade dessas! Não está no dia a dia, não sabe oq é prospectar clientes, ganhar eles, correr atrás todo o dia, batalhar para ganhar comissões cada dia mais miseráveis, e num mercado que já não está fácil vem uma grande operadora como a Designer e dá um golpe desses! Sim, um golpe, pois usaram dinheiro de seus clientes priorizando outras contas, administraram mal seu negócio, não são coitados!! Não fale ou escreva menosprezando a situação que é gravíssima!!!! Antes de passar a mão na cabeça do operador, procure saber quantas agências perderam dinheiros e qual o valor do montante! Reveja seus conceitos!

    • Oi Elaine, você tem razão em relação ao prejuízo das agências. Não é justo. Não vou discutir o que acho que está claro no texto, mas pelo seu desabafo, acho que podemos iniciar uma série no PANROTAS e mostrar os desafios dessas agências. Se você aceitar abrir as portas de sua empresa pra gente e contar em detalhes os desafios de ser empresária no Brasil e no turismo, acho que podemos criar cases de alerta para autoridades e entidades. Como você disse, não é fácil sair atrás e cuidar dos clientes e de repente se ver em uma situação causada por terceiros? Onde fica sua agência? Temos equipe em São Paulo e Rio e podemos ir até sua empresa. Mostrar os empregos que gera, impostos que muitas vezes não são revertidos a favor das empresas… Não há garantias que isso não volte a ocorrer (e já ocorreu no passado), mas um setor bem preparado e profissional é sempre melhor. Fico no aguardo de seu contato para visitar sua empresa e mostrar como um empresário do setor lida com tantos desafios. Obrigado, Artur

      • Artur,
        É possível receber 10, 12, 14% de comissão e arcar com 100% do prejuízo como aconteceu agora?? Tenho certeza que entente como eu que isso não é possível!!
        Tenho duas grandes amigas do turismo que adorariam fazer essa “série” de matérias com vocês, pois são duas pessoas com bastante perfil de liderança, extrema competência, capacidade e caráter!
        Não sei se as conhece mas são elas MARIZA DE AIZEINSTEIN da SHILTON e BETTINA BERMAN da PORTOBELLO.
        Vamos tentar nos reunir com elas? Oq você acha? Acho que isso pode ajudar muito os agentes de viagens, dar força e principalmente alertar os operadores no sentido de que a partir de agora quem não trabalhar direito vai dançar!!

  • Caro Artur,
    Discordo frontalmente do seu texto.
    Independente dos anos de otimos serviços prestados pela Designer, o que vai ficar na memoria de nós, agentes de viagens e clientes de tal operadora, é a forma melancólica e desonesta que eles escolheram fechar a empresa.
    Nao existe justificativa para receberem dos clientes e nao pagarem os fornecedores.
    Claramente eles pedalaram com o dinheiro alheio e isso é canalhice da pior especie.
    Usaram dinheiro de um pra pagar o pacote de outro e assim ir sobrevivendo, e aumentando o rombo diariamente. Evidentemente uma hora nao conseguiriam mais tapar o buraco.
    Pergunto a vc: será que a Olga e a Deusa queimaram seus patrimonios para amenizar o prejuizo causado pela ingerencia delas ? Porque certamente as agencias que tinham paxs com viagens programadas queimaram os seus para que seus clientes nao ficassem na mao.
    Facil escrever um texto bonito como o seu, olhando de fora, como um aquario, todo esse elo da cadeia ao qual vc se referiu, queria ver vc atendendo aos telefonemas de pessoas idoneas, desesperadas ao saber que estao em Bali ou qualquer canto do mundo, e o hotel dizendo que eles nao tem as reservas, que ja pagaram ha 6 meses atras, confirmadas.
    Queria entender que ética que vc gostaria que a Olga continuasse emprestando por ai, porque a que ética que vimos deles é bem diferente da que eu ensino pros meus filhos.

    • Caro Fernando, obrigado por seu e-mail
      Como ofereci a seus colegas abaixo, acho um bom momento para falarmos dos desafios dos agentes de viagens. Quem sabe sensibilizamos governos e entidades. Se o senhor aceitar dar uma entrevista e mostrar os desafios de ser empresário no País, e no turismo, teremos argumentos cada vez mais fortes para que a indústria tome precauções e se profissionalize. Como uma colega sua disse, os senhores empregam pessoas, pagam impostos, correm atrás do cliente e na hora H pagam a conta. Isso sim está errado. Aguardo seu contato e coloco nossas publicações a sua disposição. Abraços ARTUR

        • completando: Ao inves de convidar as agencias para dar entrevista falando de suas dificuldades e dia a dia (coisa que todos ja leem diariamente aqui) nao convida a sua querida Olga para dar uma entrevista e falar o que pretende fazer para pagar o prejuizo da turma e discutirem o conceito de etica

      • Oi Artur, estou a disposição para discutirmos ideias e conversarmos sobre o nosso lado da moeda. Basta me mandar um email ou me telefonar. Abs

  • Aproveita a entrevista e pergunta com que dinheiro a deusa montou outra empresa. Será que seus bens nos foram comparados com o
    Dinheiro dos clientes das agências. Qual esquema foi este. É mais… É vergonhoso na Abav o estante da pandoras fechado com segurança na porta com as Olgas lá dentro tomando drinks. Aquilo tinha que ser aberto para os agentes … A Abav o pandoras tudo deveria se mover em direção do agente e não das Olgas

  • CARO SR. ARTUR..

    É REVOLTANTE E ABSURDA NOSSA SITUAÇÃO ATUAL COM A DESIGNERS TOURS..

    SOU UMA DAS AGENCIAS PREJUDICADAS E ESTAMOS PASMOS COM TAMANHA DESONESTIDADE E FALTA DE CARÁTER DESTA EMPRESA!!

    NÓS TINHAMOS UM PACOTE CONFIRMADO COM ELES PARA A TAILANDIA E ESTA OPERADORA CHEGOU A EMITIR OS “VOUCHERS”, SEM TER PROMOVIDO O PAGAMENTO AOS RESPECTIVOS PRESTADORES DE SERVIÇO. FATO ESTE, QUE NOS INDUZIU EM ERRO, CARACTERIZANDO CLARA INFRAÇÃO AO CÓDIGO PENAL.

    ENTRAMOS EM CONTATO COM A OPERADORA PARA SOLICITAR SUPORTE E FICAMOS ABALADOS QUANDO PERCEBEMOS QUE NÃO HAVIA MAIS NENHUM FUNCIONÁRIO E A PROPRIETÁRIA (INTITULADA QUERIDA OLGA) SIMPLESMENTE DESAPARECEU DEIXANDO POR EMAIL O CONTATO DE SEU ADVOGADO O QUAL INFORMA QUE NADA VAI SER DEVOLVIDO E QUE DEVÍAMOS CONTRATAR E PAGAR TUDO NOVAMENTE.

    ESTAMOS PERPLEXOS E ATÔNITOS COM A FALTA DE RESPEITO E IRRESPONSABILIDADE QUE ESTA OPERADORA ESTÁ TENDO COM OS AGENTES DE VIAGENS.

    AGE COMO SE O PROBLEMA FOSSE NOSSO AGORA, SE MOSTRANDO COMPLETAMENTE OMISSA E NEGLIGENTE E DEIXANDO UM ROMBO NA NOSSA CONTA.

    ESTA SITUAÇÃO É MUITO GRAVE SR. ARTUR. ME PARECE ABSURDO ELOGIAR UMA PROPRIETÁRIA QUE DEIXOU CENTENAS DE AGENTES DE VIAGENS NA MÃO.

    ESTAMOS PASSANDO POR UM ESTRESSE EMOCIONAL MUITO GRANDE E COM CERTEZA MUITOS COLEGAS DO TRADE IRÃO FECHAR AS PORTAS PELA NEGLIGENCIA DESTA OPERADORA.

    EU TE PERGUNTO: CADE A ÉTICA E O CARÁTER DA QUERIDA OLGA??

    • Renata, concordo com você. Quem lesa o consumidor e os intermediários da cadeia produtiva, deve pagar por isso, deve ser cobrado. Isso não invalida o fato de eu lamentar o fechamento de uma empresa de 29 anos. Você mesmo descreve o estrago, além dos funcionários, fornecedores e da imagem do setor. Não me cabe julgar o que levou ao fechamento, mas a partir do momento que fecha dessa forma, os prejudicados têm toda razão de protestar. Estamos tentando falar com algum responsável da Designer e ninguém nos atende. No caso da Nascimento, por exemplo, que foi uma quebra maior, eles sempre falaram conosco. Realmente cada um reage de uma forma e o turismo precisa de profissionalização, não para montar pacotes, mas para gerir empresas e situações de crise. Te dou toda razão. Conte conosco se precisar divulgar algo.
      ARTUR ANDRADE

  • 1 – e eu não tive resposta. Vocês que sabem tudo. A Deusa montou a empresa nova com que dinheiro? Será que pulou fora antes para não ter seu patrimônio caçado? Isto pode?

    2 – Acredito que estes novos tempos vão decretar o fim do jornalismo de EXALTAÇÃO DOS vovôs da Abav e Olgas da vida! Vamos para cima! ajudando a cobrir e a descobrir quem serão as próximas! Pois amigos! Deve ter mais gente ( Olgas ou com outros nomes ) PEDALANDO como disse nosso amigo acima… e imagine quantos pedalaram com divida em dólar.

    • Olá Chico
      também não temos detalhes, pois não conseguimos contato com a Olga, como comentei abaixo. Estamos abrindo a discussão, como você pode conferir na entrevista com o Rodolpho Gerstner, da RCA, mas é um problema que não se resolve da noite pro dia, passa por gestão, profissionalização, novas regras. O que você acha do seguro da Braztoa? É uma solução? Reiteramos que não estamos exaltando falcatruas ou quem lesa seus clientes. Lamento o fechamento de qualquer empresa, de uma pequena agência, como noticiamos hoje, a uma grande companhia aérea. São empregos, fornecedores, clientes e toda a indústria que saem prejudicados. Uma coisa (lamentar essa crise e as quebradeiras e o histórico de 30, 40, 50, 60 anos dos pioneiros do turismo) não elimina a outra (ética no trabalho e nos momentos de crise).
      À disposição
      abraços
      ARTUR

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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