Home do Blog » Dia a dia » REFLETINDO (no gelo)
Dia a dia

REFLETINDO (no gelo)

Por que as pessoas viajam a lazer?

Quem conseguir algumas respostas para essa pergunta com certeza tem potencial para vender mais viagens que os maiores vendedores de outros segmentos…

Principalmente porque, para mim, a maioria das pessoas não viaja porque não é estimulada a viajar. Porque a rotina e o estresse dos desafios do dia a dia, que confundimos com objetivos de vida, prendem os pés e a mente dessas pessoas, que quando se dão conta o ano acabou e precisam mesmo é de uma boa noite de sono, sem a ajuda de remédios.

Mas foquemos em quem já escolhe viajar. Estou em um cruzeiro pelo Alasca, com mais 678 pessoas, a sua maioria na chamada terceira idade, que já sabemos hoje em dia é um degrau para a quarta, a quinta… Especialistas já detectaram isso: estamos vivendo mais. Um bom produto para essa população que envelhece são os cruzeiros, que, se ainda engatinham e carecem de serem vistos com importância no Brasil (como o turismo em geral, especialmente pelas autoridades), aqui nos Estados Unidos é forte e crescente. Uma indústria invejável.

Muitos desses passageiros do navio Regatta, da Oceania, viajam porque têm tempo de sobra. São aposentados. Já criaram filhos. E não querem ficar em casa (ou precisam de uma escapulida com o marido ou a esposa, a família, os amigos…). E viajar é divertido. Muito divertido.

Há quem viaje para fugir daquela rotina de que não escapamos (saber lidar com essa rotina rende outros pensamentos, mas em outro post). Há quem viaje por ter espírito aventureiro. Por curiosidade. Viajar relaxa.

Outros vão em busca de novas experiências, nem que seja conhecer uma pessoa com vivência diferente, ter na mente uma nova imagem para toda a vida (e tirar muitas, muitas fotos na viagem é fundamental, para que ela continue de outras formas) ou experimentar sabores a que não estamos acostumados. Viajar é bom.

Há quem viaje para aprender. Ou porque precisa respirar novos ares.

Ou porque precisa respirar novamente o ar que um dia experimentou, e gostou. Viajar vicia.

Viajar para esquecer. Viajar para tentar recomeçar. Viajar para estreitar laços. Viajar para comemorar. Para mexer o corpo e a mente. Viajar para que o cérebro e os olhos não fiquem viciados nos mesmos pensamentos, os mesmos cenários.

Há quem viaje para resgatar algo perdido. Para encontrar algo que sabe que não vai encontrar na viagem, mas que precisa dessa “busca” para encontrar o lugar certo em sua vida.

Viajar para ver como vivem os outros. Para comprar lembrancinhas para todos. Para colecionar. Para mudar o guarda roupa. Para experimentar o frio extremo, o calor extenuante, a brisa que anuncia uma nova estação.

Há os que viajam para ver o que nunca viram antes. E para rever velhos conhecidos. Para testar se o que falam é aquilo tudo mesmo. E para ter saudades de casa.

Para se lembrar de quem ama. Para se lembrar de quem passou por nossas vidas. Para se lembrar de nós mesmos. Há quem viaja para esvaziar a mente por alguns dias e deixá-la aberta, para que um novo banco de dados se forme e, no retorno, se confunda com o antigo, criando, talvez, um diferente.

Há os que viajam porque podem. Há os que não podem, mas precisam viajar. E viajam.

Há os que viajam porque é possível viajar. E cabe a nós, dessa indústria, mostrar a quem não viaja que é possível sim, e que há diversos tamanhos de viagens.

Viajantes são acumuladores e distribuidores. De memórias, de momentos, de presentes, de sabores. De ventos e pores do sol. De emoções e arrepios. De imagens inesquecíveis e de sorrisos. De milhas e de suvenires. Acumuladores e distribuidores de “obrigado”, “por favor” e “prazer em conhecê-lo”. De “tenha um bom dia”. “Tenha uma boa viagem de volta”.

Todos esses viajantes, e muitos outros mais, viajam porque acumulam vida dentro de si. Viajar faz parte do “viver”. E quem viaja no mínimo quer aprender a viver melhor. Quem viaja se importa e cuida.

E poucos profissionais podem oferecer uma degustação tão rica de “vida” (ou “viver”) do que os dessa indústria. Somos acumuladores de boas ideias, de estímulos a novas viagens… De bons destinos, de boas experiências.

Por que as pessoas viajam? Pergunte a cada uma delas, e ajude-as a viajar cada vez mais e
mais.

Por que as pessoas viajam? Pergunte a si mesmo. Afinal, você também é um viajante. E entender suas próprias escolhas pode ajudar muito a escolher pelos outros – ou ajudar.

Por que as pessoas viajam? Porque o mundo é grande. E diverso. E viajar é muito bom.

(clique nas fotos para viajar melhor)

Mendenhall Glacier - Juneau - Alasca

Vista do alto do Mt. Roberts, em Juneau
Ninho de uma águia careca... símbolo máximo da nação americana (foto tirada do alto do Mt. Roberts)
Verão no Alasca. Eu viajo para ver cenários diferentes assim... As meninas atrás de mim para fazer um boneco de neve no alto da montanha... E vc?

Viagem a convite da Oceania Cruises, via American Airlines, com proteção GTA

Deixe sua Avaliação

Votos: 0 / 5. Total de votos: 0

Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Excelente, Artur! Aprender, conhecer, descobrir, experimentar… É claro que tudo pode caber também no dia a dia, mas que fica bem melhor numa viagem, vc que o diga… Beijo e, acredite, estamos com saudades!

  • Artur, nossa essa reflexão é muito presente na minha vida. Quando comecei a conhecer o que era viajar de verdade, muitas vezes estava viajando a trabalho, e as sensações se confundiam, mas eram tão incríveis e deliciosas como se estivesse a lazer… isso me fascinou… hoje continuo viajando a trabalho e mesmo sendo para o mesmo lugar, eu continuo me encantando como se fosse a primeira vez. De uma maneira mais madura, diferente, mas tão feliz quanto. E por isso me considero uma pessoa de muita sorte. Mas voltando a sua pergunta, quando estou viajando a lazer, meu objetivo é estar mais perto das pessoas que eu amo. Muitas vezes na correria do dia a dia, na rotina maluca da nossa cidade, estamos ao lado de quem amamos mas não curtimos esses momentos. Quando viajamos, criamos uma laço ainda mais intenso e forte e renovamos nossos relacionamentos.. vc não acha?

  • Parabens Artur. Simplesmente brilhante , profundo e sensivel ,
    ! Tomei a liberdade de salvar e guardar porque foi a melhor descricao do porque viajar que li nos ultimos tempos. Alias, li , reli e vou ler novamente.
    Ahhhh e boa viagem ! Quando quiser outra viagem, Alagoas continua te esperando.
    Abracos,
    Dani Novis

  • Artur,lendo teu excelente blog,entendo melhor as razões que levaram Walter M. Salles, a filmar “Na estrada”, diz ele que “viajar, partir, é um reflexo do desejo de saber mais do que você já conhece sobre outra cultura. Hoje, com a multiplicação das imagens podemos ter a ilusão de que é possível viajar pelo computador ou através da TV. Mas nada substitui a experiência de sentir a aridez de um deserto ou a temperatura de uma geleira. Da mesma forma, nada pode substituir o encontro que você poderá ter com pessoas que vivem em culturas distantes da sua. Você acaba descobrindo que, na verdade, elas riem pelas mesmas razões que você ri e choram pelas mesmas razões que você chora. É para isso que servem as viagens, para aproximar um pouquinho mais as pessoas.”
    Continue compartilhando com teus leitores e amigos estas viagens maravilhosas -Enjoy !!! Beijos Léo

Clique para comentar

Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

O conteúdo dos blogs é de inteira responsabilidade dos blogueiros convidados, não representando a posição da PANROTAS Editora.

Instagram

Connection error. Connection fail between instagram and your server. Please try again

Posts Recentes