Feira em João Pessoa. Feira em Ouro Preto. Feira em Gramado. Três regiões diferentes. Três eventos para a indústria, nem um mês depois da Feira da Abav. Isso sem falar no Feirão Flytour, em Santos… logo após a Abav.
Tem uma mensagem subliminar no ar ou explícita mesmo?
Gostei muito das ponderações de Edmar Bull, Luís Vabo e Cássio Oliveira aqui nos Blogs PANROTAS. Foram válidas e verdadeiras e mostram gente de “dentro” (da Abav ou da política associativa – congêneres, essas coisas e tals) querendo trabalhar (muito) para que o setor e a entidade (e com ela sua feira) deem supercerto. É de gente assim que o Turismo precisa e não sou o único a elogiar esses três. Ponto para a entidade Abav, ponto para o Turismo.
Mas para crescer e evoluir, precisamos também da visão crítica, de fora. Nem só do lado bom da vida vive a vida. E no popular: 2016 será um ano difícil, a famosa bucha, e todos os eventos do setor terão de se reinventar, agregar valor e mostrar a que vieram.
Edmar Bull, por exemplo, pega de cara (se eleito for para a Abav, como está se desenhando) a ingrata missão de convencer a Atout France a gastar na Abav os centenas de milhares de reais que investiu em um evento próprio no Sofitel Guarujá, no final de semana antes da feira. Ou o Ministério do Turismo a não dividir o dinheiro reservado para a Abav com outras feiras (dizem que uma feira do primeiro semestre, que não estava no calendário, levou metade da verba federal da Feira da Abav).
Outras empresas, como as companhias aéreas (ok, a Lufthansa, por motivos óbvios, não participou), as consolidadoras (Rextur Advance e Trend não tiveram estande, entre outras) e representantes de destinos gastaram sua verba com eventos próprios, perto da Abav ou descolados dela. Desde a feira, já recebemos delegações de Nova York, Nevada (que levou 100 convidados da Gapnet, em parceria com a AA e a Delta, para uma viagem fantástica), Holanda, Califórnia… E , reza a lenda, com isso a Abav perdeu 40% de seu faturamento (ok de novo, a crise pegou um bom naco desse percentual, mas eu e você sabemos que não é só isso).
Enfim, a feira foi boa? Foi. É a principal feira do País? Não há dúvidas. O Turismo está mudando? João Pessoa, Gramado, Ouro Preto, França, Nova York, o Feirão da Flytour em Santos (um case a ser estudado seriamente), o evento que a Argentina fará na próxima semana… estão aí para dar dicas. A todos nós. O que o novo trade quer? Que tipo de evento? Que resultados? Que formato? Onde e quando? Quem queremos que participe? Como mudar o comportamento de alguns participantes e expositores (nossos amigos do Ladevi reclamaram da Fit Argentina – música alta, farra, brindes e poucos negócios)?
O soooooool voltará a brilhar mais uma vez… já nos canta a Marrom. Mas quem estará debaixo dos guarda-sóis (ou barracas, como chamamos no Rio)? Quem estará vendendo o melhor mate e o biscoito mais crocante? Ainda há público para aquele espetinho de camarão na praia? Quem vai comandar o Posto 9? Quem vai morrer na praia?
Há tempo para pensar. Mas ações (ousadas e inteligentes) precisarão ser tomadas. E eu aposto que serão. 2016, sim, será difícil, mas uma nova mentalidade o dominará. Li nos astros? Não… li nas palavras comigo divididas.
Artur,
Acho que você , com seu conhecimento de causa e da indústria nos deu o caminho…temos que fazer da ABAV nossa EXPO para a INDÚSTRIA. Unir forças parece-me inteligente. Edmar , se eleito, e torço por isso, tem a capacidade de buscar a união dessas diversas ações em uma que venha direcionar todos nós para o ponto que queremos, que é crescer, e sobreviver.
Minha opinião, é que com grandes negociações aidna conseguiremos ter num mesmo período um evento de multi-faces que permita atender vários planos de marketing. Veja o exemplo da Vila do Saber , cheia esse ano, mas demorou 3 anos para ter essa audiência…temos que expandir iniciativas como essa.
Abraços