A vitória da escola de samba Beija-Flor no carnaval carioca levanta questões interessantes. Vale comemorar um campeonato patrocinado por uma ditadura, já que a agremiação homenageou Guiné Equatorial? Mas não teria o próprio carnaval um pé na contravenção, com as lendárias figuras de bicheiros à frente das escolas?
A questão pode ir mais longe. Fazer turismo significa compactuar com o regime do país visitado? Você iria para a Coreia do Norte? E para Cuba? Você visitaria um destino que depreda o meio ambiente? Ou que explora o trabalho infantil? Não é o Brasil campeão em desmatamento, especialmente na Amazônia? Deve ser boicotado por isso?
A Indonésia sofrerá represálias no turismo depois da execução do traficante brasileiro? A Austrália ameaça sim boicotar os destinos do país caso um australiano preso seja executado. Mas por esse raciocínio, quem é contra a pena de morte terá vários destinos a serem “boicotados”, incluindo nos EUA. O turismo deve se engajar a esse ponto ou fechar os olhos para certas questões? O turista deve se sentir culpado?
No Japão, há a caça às baleias. Mas na África também se caçam animais. Legalmente. No Brasil, animais silvestres são traficados. O turismo, obviamente, não pode compactuar com práticas criminosas, tendo, inclusive, de denunciá-las. Isso vale para crimes que vão do turismo sexual à exploração comercial dos turistas (como nos táxis ilegais ou falsos guias). Mas daí a boicotar um destino porque neles há crimes… melhor não sair de casa.
Mas, claro, uma ditadura ou uma ação mais polêmica de um país pode sim gerar protestos e até boicotes. Durante anos, a África do Sul pagou o preço de patrocinar, promover e colocar em prática um dos regimes mais nocivos do planeta, o Apartheid. Notícias como a da execução do brasileiro também assustam. Não que todo turista seja traficante, mas o viajante se coloca no lugar do preso: e se me prenderem por engano? E se colocam a droga em uma bagagem minha? Até explicar, em outra língua, que foi um mal-entendido… Ou no ditado popular: que focinho de porco não é tomada…
O turista tem de ser consciente de onde estar indo. Seja a lazer, seja a negócios. Se um tipo de regime o agride, ou a forma como as mulheres ou crianças são tratadas, por exemplo, deve sim pensar duas vezes antes de ir. Há quem não vá aos Estados Unidos por questões ideológicas? Possivelmente, mas a burocracia do visto deve ser um fator mais relevante. Há quem não vá a países como a Índia ou alguns da África pelas diferenças culturais e os baixos índices de IDH? Com certeza. Ações pontuais ou medo e desconhecimento, possivelmente. O que nós sofremos no Brasil enquanto destino turístico.
Mas quando a massa começa a agir da mesma forma, quer dizer que o país repele o turismo de forma generalizada.
Afinal, vale celebrar um campeonato patrocinado por uma ditadura? E assistir a um jogo de vôlei depois dos escândalos na CBV? E abastecer em um posto Petrobras? Você atravessaria a calçada se em sua direção viesse um dos mensaleiros? A Venezuela deve bilhões às empresas aéreas que lá operam. Isso te afeta enquanto viajante para aquele país? Com certeza, casais gays riscaram a Rússia de sua lista de destinos a serem visitados. Mas outros turistas também?
O turismo é a indústria da paz, da alegria, dos sonhos. Mas não pode e nem deve fechar os olhos para os absurdos ao redor do planeta. Também não vai consertar o mundo. Há um equilíbrio possível? E nem vamos falar (agora) da crise hídrica, em que o turismo tem papel fundamental… Fica para a próxima, quando já deve estar no mercado o pacote de viagens com cinco banhos inclusos por dia…
P.S. A resposta para o post anterior já está no Portal PANROTAS. Claro, Ana Maria Berto agora é Orinter.
A tolerância e o respeito à diversidade cultural, sempre pautadas por princípios éticos que devem referenciar a conduta do turista, são insuficientes para anular outros fatores que atuam na escolha do destino a ser visitado, como a simples curiosidade. O tema recomenda estudo do comportamento de consumo, nem sempre realizado para embasar campanhas promocionais que impactam no posicionamento e na competitividade dos atrativos ofertados. Os efeitos sob a imagem do evento que nos projeta enquanto Nação no cenário turístico mundial ainda não foram e provavelmente também não serão devidamente mensurados. A profissionalização avança, mas nem tanto.
uma pergunta ” porque o turismo nao consegue quebrar oque a politica estragou ” por exemplo nos ultimos anos vimos e vivemos situacoes que o esporte conseguiu superar oque a politica estragou , vimos jogos entre Israel X egito , Egito x algeria e Iran X USA , coisas que a politica vivi seus dia dia sobre tensao as relacoes entre paises pode ser por problemas de guerra ou economicos mais o esporte consegue se aproximar e minimizar…..
hoje eu te pergunto ….voce deixaria de visitar a indonesia?
voce deixaria de visitar a guene?
voce deixaria de visitar a Siria que foi por muitos anos um pais importante no turismo no oriente medio e a famosa rota ( de Amman a Beirut ( Amman, Petra , Wadi room, Damascos siria , e beirut libano )) ?
e porque voce nao deixaria de visitar o pais que viveu espionando a Maior orgulho dos Brasileiros ( a petrobras ) ? a USA ?
acho que nao tem nada aver sabe , a escola lah que ganhou o cara conseguiu patrocinio ( e mais e tenque levantar o chapeu pro cara por ele ter trazido dinheiro pro Brasil e colocado as pessoas pra trabalhar ) muito melhor doque as outras escolas que sao bancadas pelo pessoal do moro q prefiro neim falar o nome…. ai niumguem fala tal escola e bancada pelos traficantes…mais agora o coitado foi e conseguiu …ai e haram ….
acho que a melhor coisa e o caminho do meio e o bom senso …e acceitar as pessoas como elas sao …..cultuta….nunca devemos se interferir na politica dos outros e jamais defenda um bandido ….acceita pros outros oque vc acceita pra vc mesmo….